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alinhamentos

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Sex | 06.04.12

O mistério da Cruz

fcrocha

Esta semana dei comigo a pensar porque é que ao fim de 2012 anos ainda existem milhões de pessoas (mais de um terço de toda a população do planeta) a celebrar a Páscoa. Porque é que se celebra de forma tão solene um acontecimento bárbaro: a condenação à morte de Alguém, ainda por cima a uma morte de cruz. Confesso que muitas vezes não compreendo este processo que levou à crucificação de Jesus. Mas, conta o Evangelho de São Marcos que até os discípulos que Ele escolheu não compreendiam o seu caminho. Por isso, partilho aqui um texto de São Josemaria Escrivá que me ajuda a compreender melhor este mistério da Cruz.


“A doutrina cristã sobre a dor não é um programa de fáceis consolações. Começa logo por ser uma doutrina de aceitação do sofrimento, inseparável de toda a vida humana. Não vos posso esconder - e com alegria pois sempre preguei e procurei viver a verdade de que, onde está a Cruz está Cristo, o Amor - que a dor apareceu muitas vezes na minha vida; e mais de uma vez tive vontade de chorar. Noutras ocasiões, senti crescer em mim o desgosto pela injustiça e pelo mal. E soube o que era a mágoa de ver que nada podia fazer, que, apesar dos meus desejos e dos meus esforços, não conseguia melhorar aquelas situações iníquas.


Quando vos falo de dor, não vos falo apenas de teorias. Nem me limito a recolher uma experiência de outros, quando vos confirmo que, se sentis, diante da realidade do sofrimento, que a vossa alma vacila algumas vezes, o remédio que tendes é olhar para Cristo. A cena do Calvário proclama a todos que as aflições hão-de ser santificadas, se vivermos unidos à Cruz.

 

Porque as nossas tribulações, cristãmente vividas, se convertem em reparação, em desagravo, em participação no destino e na vida de Jesus, que voluntariamente experimentou, por amor aos homens, toda a espécie de dores, todo o género de tormentos. Nasceu, viveu e morreu pobre; foi atacado, insultado, difamado, caluniado e condenado injustamente; conheceu a traição e o abandono dos discípulos; experimentou a solidão e as amarguras do suplício e da morte. Ainda agora, Cristo continua a sofrer nos seus membros, na Humanidade inteira que povoa a Terra e da qual Ele é Cabeça e Primogénito e Redentor.”