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alinhamentos

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Ter | 18.12.18

Há sempre tempo para a esperança

fcrocha

Nos últimos dias, a região foi notícia por motivos menos bons, alguns deles até trágicos, como foi o caso da queda do helicóptero do INEM no concelho de Valongo, mas a missão de informar do VERDADEIRO OLHAR também inclui contrabalançar as más notícias com as boas, sobrepondo à tragédia a esperança:

Os 16 “Euromilhões”. Desde que tomou posse que o actual presidente da Câmara Municipal de Valongo decidiu festejar o Natal de forma um pouco diferente. Todos os anos, recupera casas e entrega-as a famílias carenciadas. Este ano, foram 16 as famílias que receberam uma casa nova, num total de 41 pessoas, 16 delas crianças. Desde que tomou posse, há 130 famílias que passaram a ter uma casa digna para viver. Dizia uma senhora que vai viver numa destas casas novas: “Tirando os meus filhos e a minha neta, esta casa é outro ‘Euromilhões’. Estou felicíssima. Não há palavras!…”. Este tipo de política faz a diferença.

Renascer das cinzas. No dia 12 de Novembro de 2016, um incêndio destruiu uma fábrica de móveis em Paços de Ferreira. Logo no dia seguinte, o dono da empresa comprou máquinas usadas para voltar à laboração num armazém alugado. Quatro dias depois, os funcionários já estavam a trabalhar e ao fim de uma semana já estavam a entregar 50 quartos aos clientes. Hoje, a fábrica de Francisco Dias, um empresário de 41 anos, emprega 50 pessoas, tem novas instalações e continua a crescer. A sua mensagem é simples: “Não há nada que nos possa derrubar se tivermos a força de vontade de conquistar aquilo que desejamos. Não há nada que nos consiga parar”. Este empresário, que aos 19 anos não tinha carro e que aplicou o primeiro dinheiro que juntou em máquinas para a indústria do mobiliário, não se deixou vencer pelas adversidades, aproveitando-as para crescer.

Um exemplo de sobrevivência. Esta semana contamos-lhe mais uma história da Obra de Rua do Padre Américo. Desta vez, contamos-lhe a história do jornal “O Gaiato”. O quinzenário tem 74 anos, é produzido em Paço de Sousa, concelho de Penafiel, não tem publicidade e tem uma tiragem de 20 mil exemplares, todos enviados por correio para os assinantes. Neste jornal, os jornalistas são os rapazes e os padres da Obra de Rua. O segredo para tantos anos de edição e uma tiragem tão alta talvez seja o manter-se fiel ao espírito que levou o Padre Américo a criar o jornal.

Qua | 12.12.18

Um dia isto vai correr mal!

fcrocha

Já aqui escrevi uma vez que um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento mostrava, entre outras coisas, que a maioria dos inquiridos aceitaria um governo autoritário que apresentasse solução para os actuais problemas económicos.

Na altura, a pesquisa revelava que 55% dos entrevistados preferia um governo autoritário a um democrático, desde que resolvesse os problemas económicos. Importa aqui referir que esta novidade não é assim tão nova, pois resultados idênticos foram obtidos noutros estudos recentes em países europeus e desenvolvidos.

Tendo em conta o estado a que chegou a democracia portuguesa, acredito que se o mesmo estudo fosse realizado no nosso país, o resultado seria bem mais grave. Nos últimos anos temos assistido a um PS e um PSD delimitados por um interdito político absoluto: evitar a impopularidade. Faz-se qualquer concessão e evita-se qualquer decisão que possa provocar impopularidade. Inversamente, são capazes de aprovar qualquer medida, mesmo que se revele prejudicial no médio prazo, desde que ajude a fazer votos na próxima eleição.

A agravar esta forma disparatada de fazer política, temos assistido a uma série de episódios que envergonhariam qualquer pessoa que os cometesse, desde que não fossem políticos. Deputados que, para receberem 80 euros de subsídio de deslocação, inventam presenças na Assembleia da República, mesmo estando a 600 quilómetros de distância; deputados das ilhas que recebem um subsídio para irem às suas terras todas as semanas, mas que ficam com o dinheiro e não põem lá os pés há meses; deputados que gastam três milhões de euros em viagens, sem que a Assembleia da República consiga saber onde foram e o que foram fazer; deputados que mentem no seu curriculum vitae; etc.

Há uns tempos, numa entrevista, Otelo Saraiva de Carvalho afirmou que Portugal precisa “de um homem com inteligência e a honestidade como Salazar” para resolver a crise que atravessa. Foram declarações graves, principalmente vindas de quem dirigiu uma revolução contra a ditadura. Mas o que é certo é que estas palavras reflectem aquilo que muitos portugueses vão dizendo “à boca pequena”.

Parece-me que o problema não está na democracia como forma de governo. O povo valoriza, deseja-a e pratica-a da melhor forma que sabe e pode. O problema está na fraca qualidade dos deputados que elegemos. Um dia a factura vai sair cara!