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alinhamentos

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Qua | 25.04.18

Rota de descobertas do que é nosso

fcrocha

Provavelmente, D. João V foi o primeiro governante a mostrar preocupação com o património edificado, pois é dele o primeiro documento legislativo sobre a protecção dos monumentos nacionais. “Daqui em diante, nenhuma pessoa, de qualquer estado, qualidade e condição que seja, desfaça ou destrua em todo, nem em parte, qualquer edifício que mostre antiguidade, ainda que em parte esteja arruinado”, pode ler-se no alvará que o rei fez publicar em 20 de Agosto de 1721, portanto, há quase 300 anos.

 

O património edificado e de interesse histórico e cultural é um dos grandes legados da história de um país. Essa percepção comunitária é cada vez maior e o património é visto como um factor de identidade cultural e o ex-líbris da identidade nacional. Para além disso, os monumentos têm uma vocação pedagógica, didáctica e turística, contribuindo para um desenvolvimento sustentável e favorecendo a manutenção de um conjunto de valores intrínsecos ao património.

 

Vem isto a propósito da comemoração dos 20 anos do projecto Rota do Românico, celebrados na passada quinta-feira. Hoje, é possível olhar para trás e começar a ver os resultados daquele que, provavelmente, foi o projecto intermunicipal mais bem-sucedido na história desta região, que tem o privilégio de possuir um património histórico edificado tão notável que era preciso observá-lo e potenciá-lo numa perspectiva mais ampla do que a de cada município.

 

O projecto Rota do Românico tem duas grandes vantagens: a primeira é o investimento conseguido para a recuperação e conservação desse património; a segunda a atracção de turismo de qualidade, que poderá vir a representar uma importante fonte de rendimento da região. E não se dirige apenas aos que vêm de longe: é também para nós, que vivemos lado a lado com cada um destes monumentos que fazem parte da Rota do Românico, porque nos mostra que temos uma herança comum.

 

Por isso, agora que chegaram os dias de Primavera, faça visitas guiadas ao nosso património, convide a família ou os amigos e vá aos diversos locais da rota investigar. Garanto-lhe que fará grandes descobertas.

Sab | 21.04.18

Em Viana do Castelo a verdadeira romaria é à Confeitaria Natário

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Sigo a dizer que não vos quero desviar dessa vossa tão sublime forma física, mas ir a Viana do Castelo e não provar as bolas de Berlim da Confeitaria Natário é como ir a Lisboa e não provar os pasteis de Belém. A massa fofa polvilhada de canela e o creme delicioso (que quando se come sai por todos os lados) compensam a espera nas longas filas que habitualmente se formam às portas desta casa com mais de 70 anos de história.

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Qui | 19.04.18

Estas freiras "incentivam" à gula

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Fiz esta fotografia mas não foi para arruinar a vossa apreciável elegância física. Mas estes bombons caseiros feitos pelas freiras do Mosteiro da Visitação, em Vila das Aves, são deliciosos. Para além disso, ao comprarem estão a ajudar ao sustento destas religiosas.

Elas fabricam bombons de chocolate leite com açúcar, leite com mel, negro, negro com doce de chila, leite com praliné de amêndoa, leite com praliné de avelã, leite com praliné de noz e leite com ganache com Licor de Singeverga.

Para encomendar, podem enviar um email à Irmã Raquel: ir.raquelsilva@ordemdavisitacao.com. Dos meus: sobrou a foto.

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Qua | 18.04.18

As ameaças de uma menoridade selectiva

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Eu tenho dois filhos, um adolescente e outro que acabou de sair da adolescência. E quem como eu tem ou teve filhos adolescentes sabe que esta é uma idade complexa. É a idade de todas as certezas que passado algum tempo não passam de incertezas. É a idade em que decidem cortar o cabelo como o do pai, depois decidem rapar nos lados, depois já é melhor rapar nos lados e deixar grande na frente. As calças que ficavam bem curtas, depois passam a curtas e justas, para, passado algum tempo, não serem nem uma coisa nem outra. E a profissão? Aos 14 queriam ser uma coisa, aos 16 outra, para acabarem por entrar em cursos superiores que não têm nada que ver com as escolhas anteriores. Os meus eram assim com os cortes de cabelo e a roupa, mas a filha de um amigo, aos 16 anos, tinha cabelo azul e lutava por conseguir autorização para fazer umas tatuagens nos braços. Agora que tem 18, detesta corpos tatuados e tem o cabelo preto, que é a sua cor natural.

Ora, quem tem ou teve filhos adolescentes sabe que mesmo coisas aparentemente simples como aquelas os baralham completamente, mudando de opinião com imensa facilidade. Por isso é que o papel dos pais na adolescência é essencial, com presença e apoio, ajudando-os a orientarem-se, sem impor nada. Nós, que já passamos pela idade deles, que provavelmente até fizemos mais asneiras do que eles, ajudamo-los a serem melhores do que nós fomos, dando-lhes liberdade para começarem a fazer as suas escolhas, mas sob orientação de quem já passou por essa fase da vida.

Vem isto a propósito de uma lei aprovada na passada sexta-feira que permite a uma criança de 16 anos (sim, um miúdo com 16 anos é uma criança) mudar de sexo e nome no registo civil, sem qualquer relatório médico. Ainda por cima a lei diz que esta decisão é irreversível. Ou seja, se o seu filho aos 16 anos decidir que vai deixar de se chamar João Manuel para passar a ser do sexo feminino e a chamar-se Joana Maria e se aos 18 entender que aquilo foi um erro, não vai conseguir alterar, porque o processo é irreversível.

Pense comigo: Parece-lhe que um miúdo com 16 anos que não pode entrar num bar, não pode beber álcool, não pode comprar tabaco, não pode votar, não pode tirar a carta, não pode viajar sozinho para outro país, não pode doar sangue, não pode sequer jogar no Euromilhões ou no Totoloto, terá maturidade para decidir que quer mudar de sexo de forma irreversível? Não lhe parece estará pouco sóbria uma sociedade que permite que um miúdo de 16 anos tome uma decisão destas nesta idade? Será um avanço civilizacional ou, pelo contrário, uma nova barbaridade?

Para que perceba o ridículo desta lei, saiba que, no ano passado, o Parlamento Europeu teve em discussão uma proposta para obrigar uma criança de 16 anos a ter que pedir autorização para usar a Internet. A ideia seria utilizar a regulação europeia para a protecção de dados para interditar a utilização de redes sociais, emails ou jogos online a menores de idade. Mas, em Portugal, um adolescente de 16 anos pode mudar de sexo e nome de forma irreversível…

A mesma lei não obriga sequer a um acompanhamento médico. O psiquiatra Pedro Afonso considera que “mudar de género não é a mesma coisa que mudar de penteado, pois tem um impacto psicológico, familiar e social profundo. Seria uma enorme irresponsabilidade expulsar a psiquiatria deste processo”. E diz mais: “Um doente com esquizofrenia, num contexto delirante, pode acreditar que é uma mulher ou vice-versa. Afinal quem é que faz o diagnóstico diferencial? Será o funcionário da conservatória do registo civil? E quem é que vai tratar e acompanhar psiquiatricamente estas pessoas?”

Num país em que as crianças com cancro fazem tratamento nos corredores do hospital, a prioridade dos deputados foi legislar sobre uma parvoíce destas. E sabe de quem é a culpa? Minha e sua. Primeiro, porque não quisemos saber o que pensavam sobre este e outros assuntos antes de votar neles (se é que pensam em alguma coisa); segundo, porque deixamos que aprovem estes desvarios sem reclamar, sem nos manifestarmos.

Sex | 13.04.18

A ironia e o sarcasmo num texto publico é um risco

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Parece que o assunto do dia é um texto do José Diogo Quintela publicado num jornal. Utilizar a ironia e o sarcasmo num texto publico é um risco: às vezes o povo não a compreende e leva a mal. Parece-me que foi o que aconteceu com o texto do humorista. De repente, um texto que tinha como objectivo chamar a atenção para a falta de condições no Hospital de S. João, jogando com a obsessão por um défice baixo nem que seja à custa de cortes no essencial, tornou-se num texto ofensivo para muitos. Usar a ironia e o sarcasmo pressupõe que do outro lado esteja um leitor que sabe compreender o que lê. Ora, o José Diogo Quintela já deveria saber que muitos sabem ler, mas não compreendem o que lá está escrito.

Qui | 12.04.18

A solução do "Jornal i" para o aumento da natalidade

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Quando pensávamos que o jornalismo já tinha batido no fundo, vem o "Jornal i" e mostra-nos que ainda havia um alçapão. A notícia é a taxa de natalidade e fecundidade que, há vários anos, se encontra negativa, fazendo de Portugal o pior país da Europa nessa matéria. Olhando para a notícia e as respectivas ilustrações, o “Jornal i” acredita que estes números negativos estão relacionados com a forma como os portugueses fazem sexo. Vai daí, toca a ensinar-nos da fazer direitinho. É ridículo!

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Qua | 11.04.18

Observar: 20 mil azulejos que contam histórias

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Enquanto esperava pelo comboio, fotografei esta parte dos 20 mil azulejos pintados pelo artista Jorge Colaço e dispostos em vários painéis na Estação de São Bento. Os azulejos do friso superior representam a chegada do primeiro comboio ao Minho. O painel central representa o casamento de D. João I com Filipa de Lencastre.

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Dom | 08.04.18

Observar: As memórias têm cheiros, formas, cores e sabores

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Estava a fotografar este pão-de-ló e a lembrar-me que as memórias também têm cheiros, formas, cores e sabores. O pão-de-ló recorda-me a minha infância, quando ia com o meu pai a Galegos e passávamos na casa de uma tia dele que era doceira. Recordo-me da satisfação com que ela sempre me oferecia doces feitos por ela e, muitas vezes, o pão-de-ló que só ela sabia fazer com tanta mestria.

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Sex | 06.04.18

Observar: O tempo ajuda a ver melhor

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Fiz esta fotografia numa tarde de temporal. Na verdade, já não importa a chuva que apanhei, o trovão que fazia, nem a água que inundava as ruas do Porto. Depois da tormenta ficou a imagem que partilho e, afinal, amanhã volta a ser sábado e para semana também.

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