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alinhamentos

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Ter | 31.12.13

Feliz Ano Novo!

fcrocha

O ano novo que daqui a pouco vai começar estará velho daqui a 365 dias. Como o prazo de validade é curto, vivam-no com intensidade. Degustem cada um dos dias, mesmo que um outro tenha um sabor mais amargo. Vale a pena viver! Feliz Ano Novo!

Ter | 31.12.13

Não veio nada a calhar

fcrocha

Numa altura em que não há dinheiro para nada, nem para prendas, nem para jantares, nem para iluminações, no ano em que os sindicalistas nacionais fizeram – segundo os dados dos próprios sindicatos – uma manifestação e meia por dia (ainda gostava de saber como é que fazem a meia manifestação…), no ano em que parece que andamos todos zangados com tudo, parece-me que não estavam reunidas as condições para haver Natal. Apesar de todas as crises, cortes e troika, houve Natal outra vez. Logo este ano, em que não dava jeito nenhum, em que não estávamos preparados, houve Natal. Esta coisa de o Natal insistir em acontecer sucessivamente todos os anos, até nos anos em que não nos dá jeito, prova que, afinal, o Natal não é quando o homem quer. É Natal todos os anos, mesmo que não dê jeitinho nenhum e até num país de que se anuncia a morte há vários anos e que teima em sobreviver.

 

Escreveu São Lucas que, quando José e Maria chegaram a Belém, prestes a acontecer o primeiro Natal, “não havia lugar para eles na hospedaria”. Como se vê, parece que desde o primeiro Natal, há 2013 anos, que não dava jeito nenhum que acontecesse. No entanto, ele aconteceu – e acontece todos os anos – para que o nascimento do Menino-Deus nos volte a recordar que O continuamos a ter. E quando se tem Deus, há sempre esperança.

Seg | 30.12.13

Jornalismo militante

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Sempre que há uma greve as televisões enchem-nos de imagens de sindicalistas de bandeiras e faixas nas mãos a bradar contra este “governo de direita reaccionária”, seguido de depoimentos de Arménio Carlos a vociferar contra tudo e todos em amparo dos coitadinhos dos trabalhadores.

 

Ora, em Lisboa está a decorrer uma greve que conseguiu colocar a imagem da cidade parecida com um bairro de lata cheio de lixo. O motivo: uma greve. Mas desta vez as televisões, em vez de exporem sindicalistas, mostraram, pela primeira vez, os transtornos desta greve. Nem Arménio Carlos teve direito a berrar em directo.

 

Provavelmente, a diferença no tratamento jornalístico desta greve à recolha do lixo está no alvo dos sindicalistas. É que o alvo não é o “reaccionário governo de direita”, mas sim António Costa, um dos favoritos do jornalismo propagandista.

 

Já agora, tal como António Costa, também acredito que esta greve não tem razão de ser.

Seg | 30.12.13

Se numa noite de inverno, uma pessoa morre, isto não é notícia*

fcrocha

 

 

Percorrer os dias do ano 2013 leva-me ao encontro de muitos acontecimentos que não foram notícia. E deveriam ter sido…!


Vejamos: “se numa noite de inverno, uma pessoa morre, isto não é notícia”; “ hoje encontrar um sem-abrigo morto de frio não é notícia”; “se em muitas regiões do mundo há crianças que não têm que comer, isto não é notícia, parece normal”; se “pessoas desabrigadas morram de frio na rua, isto não é notícia”; “alguém que morre não é notícia”.


As afirmações parecem redundantes. Elas repetem uma circunstância cada vez mais “comum” na atualidade. Talvez por isso foram reiteradas, vezes sem conta ao longo deste ano, pela mesma pessoa.


As frases acima citadas foram ditas pelo Papa Francisco. E correm o risco de não ficar na história do ano 2013. No entanto, elas traduzem o realismo do ano que termina…


A eleição do cardeal argentino para sucessor de Pedro marca o ano 2013.


O pontificado do Papa Bergoglio avalia-se entre opiniões de quem lhe retira qualquer originalidade, numa referência à repetição de certezas doutrinais de muitas gerações, até aos que nele descobrem o primeiro percursor do Reino, mesmo que anunciado há 2000 anos.


Serão posições extremadas que evidenciam, também por isso, a excecionalidade do que estará a acontecer, nestes meses.


Não há dúvidas que o pontificado inaugurado pelo cardeal que foram buscar “quase ao fim do mundo” está a transformar a concretização da experiência crente na atualidade. Não apenas no âmbito do catolicismo, na Igreja Católica. Também na interpelação que essa dimensão coloca a todas as pessoas, mesmo que distantes de qualquer enquadramento institucional.


Francisco é um líder que desafia todas as pessoas. Pequenos gestos fortemente mediatizados oferecem-lhe alcance global desde a primeira hora. E sempre surpreendentes, com atitudes e palavras novas, aparentemente inesperadas.


Um facto para a história de 2013 que se deixou dominar por outros acontecimentos bem diferentes, mas que ocuparam as redações na escrita das notícias deste ano, como também o referiu o Papa Francisco: “a diminuição de dez pontos na bolsa de valores de algumas cidades constitui uma tragédia”; “hoje é notícia talvez um escândalo… Ah, isso é notícia”.


Será? O ano 2013 ficará na história pelo que a crise económica e financeira provocou? Pelos escândalos revelados?


Mais do que esses indicadores, são as pessoas que fazem a História do ano que termina. Aí tanto se inclui o protagonismo global do Papa Francisco, por muito que encontre resistências, como o anonimato de mulheres e homens que estão a contribuir para uma sociedade mais justa e pacificadora. É com esses cidadãos que se faz História!


*Paulo Rocha
Agência ecclesia.pt

Dom | 29.12.13

Leitura: Diário de Cozinha - Os doces da minha vida

fcrocha

 

 

Editora: Arte Plural Edições

PVP: €13,30

 

Além de algumas informações úteis sobre os ingredientes e técnicas, as medidas e a conservação, e das dicas mais importantes para cada um dos tipos de doces, Diário de Cozinha tem várias receitas clássicas para experimentar, com um espaço de anotações para recordar da próxima vez que as preparar.

Existem ainda páginas em branco para registar as suas próprias receitas: o que inventa, o que retira dos livros dos seus cozinheiros de eleição, das anotações da avó, ou da troca de ideias com as amigas. E para recordar de como ficou bem há espaço para juntar uma foto à receita. Receitas, dicas e apontamentos de: Pãezinhos doces; Massas e tartes; Bolos e bolinhos; Bolachas e doces de tabuleiro; Sobremesa.

Sex | 27.12.13

2013, um ano de mudanças

fcrocha

 

Mais um ano se passou. Este que agora termina foi de grandes mudanças políticas para a nossa região. Recordemos algumas que considero relevantes:

 

No princípio do ano que agora termina, o VERDADEIRO OLHAR elegeu João Paulo Baltazar como Personalidade do Ano. O ex-“número dois” de Fernando Melo tinha acabado de chegar à presidência da Câmara Municipal de Valongo, devido à renúncia do presidente eleito, e ia disposto a pôr ordem nas contas municipais. Consciente das dificuldades económicas que o município atravessava, aplicou um verdadeiro plano de austeridade, com resultados muito positivos: Valongo saiu da lista das câmaras mais endividadas, diminuiu o passivo de 25 milhões para 16 milhões de euros, fez a maior redução de funcionários municipais do país, anunciou que não ia construir o estádio que tinha sido prometido pelo seu antecessor e encerrou duas piscinas municipais por falta de verbas disponíveis para a sua manutenção – tudo isto em ano de eleições. Passados nove meses, perdeu as eleições.

 

Em Penafiel, perante a lei que limita o número de mandatos autárquicos, o PSD viveu momentos conturbados para encontrar um “sucessor” de Alberto Santos. A forte popularidade do ex-presidente do CDS-PP e “número dois” do executivo de coligação fez com que fosse o escolhido. Para se enganarem a si próprios (PSD), lá pediram a Antonino de Sousa que se desfiliasse do CDS-PP. Acabou por ser a escolha acertada, tendo sido a candidatura de direita com o melhor resultado autárquico do distrito.

 

Em Paredes, os socialistas voltaram, como é tradição, a gerar confusão na hora de escolher o candidato à Câmara. A primeira escolha foi Raquel Moreira da Silva, a ex-vereadora do PSD. Poucas semanas depois foi apresentado um outro candidato, Elias Barros, que acabou por desistir da candidatura sem explicar os motivos dessa decisão. O candidato final acabou por ser Alexandre Almeida, que ficou a umas escassas dezenas de votos de conseguir a vitória. No entanto, apesar do mérito do candidato, que o teve, parece-me que o resultado se deveu mais a demérito de Celso Ferreira, uma vez que, durante quatro anos, tanto quanto podemos perceber, os seus projectos foram mais bem divulgados a nível nacional e internacional do que local. Além disso, durante a campanha eleitoral, o PSD subestimou o candidato socialista. O resultado eleitoral deverá servir, então, de guia à acção da Câmara nos próximos tempos.

 

Em Maio, as notícias davam conta de que nem tudo ia bem no reino da Capital do Móvel. A capa da edição de 10 de Maio do VERDADEIRO OLHAR dava conta de que, no prazo médio de pagamento a fornecedores, Paços de Ferreira aparecia no fim da lista, com uma demora média de uns exagerados 1284 dias. Em Julho, o anuário financeiro das autarquias revelava que a dívida municipal deste concelho ultrapassava os mil euros por habitante. Tudo isto – a que se juntou uma campanha eleitoral cheia de promessas por parte do candidato socialista – fez cair por terra aquele que era o autarca-modelo do PSD nacional.

 

Na verdade, o único concelho onde aconteceu uma mudança dentro da continuidade foi em Lousada. Ao final de 24 anos, Jorge Magalhães foi substituído pelo seu “número dois”. Uma mudança tranquila.

 

Passado este ano de campanha eleitoral e eleições, os autarcas vão ser confrontados com um novo ano que trará menos dinheiro, quer do Estado, quer dos munícipes, o que obrigará a uma gestão mais rigorosa dos dinheiros públicos. Oxalá que em 2014 cada um destes presidentes de Câmara saiba gerir de acordo com aquilo que são as verdadeiras necessidades da população.

Ter | 24.12.13

Feliz, feliz Natal

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Feliz, feliz Natal que nos consegue trazer de volta às ilusões dos nossos dias de infância; que recorda aos mais velhos os deleites da juventude; que conduz os mais novos à alegria dos presentes; que transporta muitos dos portugueses dispersados pelo mundo até à serenidade do seu lar; que nos faz acreditar que o Menino-Deus nos trará um ano melhor. Feliz Natal!

 

Seg | 23.12.13

Os anos passam com uma velocidade

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No sábado, estava no centro do Porto e veio ter comigo um sujeito que tinha uma barba quase toda pintada de branco e lhe faltava muito cabelo. Ele tratou-me por “tu”: “Estás bom? Aos anos que não te via…” Xiii era um colega da escola que não via há mais de 25 anos. A primeira coisa que me veio à cabeça foi: estou velho. Quando encontramos alguém que já não vemos há mais de um quarto de século isso quer dizer infelizmente que estamos a ficar velhos. Se esse tal que não víamos já tiver uma barriguinha e estiver com pouco cabelo, comprova ainda mais a minha teoria. Se a tudo isto juntarmos o facto dos amigos dos meus filhos me tratarem por “senhor”, já não necessito de mais provas.

Sex | 20.12.13

O preço da educação

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Conta a edição online do Expresso que um jovem estudante da Universidade de Harvard, nos EUA, está preso e arrisca-se a lá ficar por cinco anos porque, como não queria fazer um exame, lembrou-se de enviar uns emails com falsas ameaças de bomba. Se o Eldo Kim, é assim que se chama o estudante de 20 anos, visse na televisão portuguesa professores a insultarem colegas, a correrem pelas salas de aula para que outros não fizessem o exame, a rasgarem exames, a maltratarem a polícia e a usarem palavrões que fariam corar de vergonha um chulo de Damasco, certamente que antes de ser detido teria pedido asilo político na embaixada portuguesa de Washington.

Qui | 19.12.13

Em tom de gratidão

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Durante alguns anos, o Sporting Clube de Campo não pôde jogar no seu campo porque este não tinha as medidas exigidas pela Associação de Futebol do Porto. Para conseguir o alargamento, era necessário comprar uma parcela de terreno e fazer as obras necessárias de adaptação do espaço. Como o clube não tinha dinheiro nem para uma coisa nem para outra, lá ia jogando em campos emprestados. No ano passado, João Paulo Baltazar, o ex-presidente da Câmara Municipal de Valongo, usou da sua influência e conseguiu, sem custos para a autarquia, o terreno para o alargamento. Com a “prata da casa”, fez as obras necessárias. No sábado passado, o clube disputou o seu primeiro jogo em casa. O que nos merece destaque especial nesta história é a forma como o clube assinalou este momento: desde que começaram as obras até à sua conclusão, decorreram eleições autárquicas e mudou o presidente da Câmara. No entanto, na hora da inauguração, mesmo na presença do actual presidente do município, o clube descerrou uma placa onde fica escrito o reconhecimento e gratidão do clube para com João Paulo Baltazar. Uma atitude rara e de louvar.

Qua | 18.12.13

Em tom de ameaça

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A situação financeira em que se encontra a Câmara Municipal de Paços de Ferreira, segundo o novo executivo, parece estar a provocar vários constrangimentos à gestão do município. Talvez por isso, o seu novo presidente, Humberto de Brito, tenha cancelado o protocolo que a Câmara tinha celebrado com os vários clubes desportivos amadores concelhios. Como a época desportiva já vai a meio e os clubes não sabem com que linhas se hão-de coser, organizaram uma reunião para formarem uma comissão e pedir uma audiência ao presidente da autarquia para tratar deste assunto. Até aqui, nada de anómalo. O mesmo não se poderá dizer da reacção de Humberto de Brito: através do seu adjunto José Henrique Soares, escreveu a todos os presidentes dos clubes a explicar que a solução para o protocolo fica dependente da auditoria financeira que a Câmara está a fazer às empresas municipais e acrescentando um aviso, não fossem os presidentes dos clubes não perceberem bem o que queria dizer: “Toda e qualquer tentativa de deturpação desta orientação, criada por terceiros, procurando gerar a controvérsia, a desmotivação e a descrença junto de clubes e associações, não será bem vista pela Câmara Municipal”. Aparentemente, sabendo-se das dificuldades por que passam os clubes, é um caso de uso de intimidação para tentar calar a contestação. Se assim for, começa mal quem acabou de chegar ao poder.

Ter | 17.12.13

Há perguntas às quais não se pode responder com sinceridade

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As senhoras mais sensíveis vão ficar chocadas. Não leiam!

Um jornalista de uma revista francesa perguntou a Cristiano Ronaldo qual era a sua mulher ideal. Resposta: “A minha namorada”. Até aqui a coisa ainda correu bem. Pergunta seguinte [bem mais difícil]: Porquê? “Ela tem o que procuro numa mulher: um corpo excepcional e a beleza”, respondeu o craque. Estão as senhoras, que não seguiram o meu aviso e resolveram ler isto, a pensar: “E o quociente de inteligência dela, não conta?”. Minhas senhoras, a Irina é russa, da Rússia. O Cristiano Ronaldo não fala russo, por isso, falou daquilo que é o conhecimento dele, ou seja, que a rapariguinha é bonita e podre de coiso.

Ser futebolista deve ser uma coisa lixada, é que os jornalistas lembram-se de fazer cada pergunta…

Sab | 14.12.13

Os mirones

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Ontem, fui a Braga a uma reunião e ao regressar apanhei um engarrafamento na auto-estrada. Depois de meia hora no pára-arranca verifiquei que o acidente era na outra faixa de rodagem. Afinal, o engarrafamento não estava a ser provocado pelo acidente [aparentemente sem gravidade], mas pelos mirones. Ora, mirone é um género de portuga mas com um cérebro mais pequenino. Sempre que vê um acidente pára na berma para cucar [muitas das vezes até provoca um novo acidente], manda palpites sobre como tratar os feridos e procura encontrar instantaneamente os culpados do desastre. Dentro da classe dos mirones há uns ainda menos desenvolvidos que param mesmo quando acidente é na outra faixa de rodagem, provocando novo engarrafamento com quilómetros. Foi os desta segunda espécie que encontrei pelo caminho.

Sex | 13.12.13

De nada vale ameaçar com processos-crime quando a razão está do lado certo

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Em Abril de 2011, a médica e ex-coordenadora do Centro de Saúde de Rebordosa, Ana D'Oliveira, deu uma entrevista ao VERDADEIRO OLHAR onde denunciou o desvio de utentes do Centro de Saúde de Rebordosa, Paredes, para uma clínica privada propriedade de um médico dessa mesma unidade de saúde. Luís Campos, o médico acusado de várias ilegalidades, não gostou do que leu e decidiu acusar de difamação a médica e um dos jornalistas do VERDADEIRO OLHAR. Agora, chegados a julgamento, o Tribunal de Paredes, que já tinha inocentado o jornalista, absolveu a médica que denunciou todo este esquema promíscuo, suportando a decisão em diversos testemunhos que atestaram as acusações feitas ao médico Luís Campos. De nada vale ameaçar com processos-crime quando a razão está do lado certo.

Qua | 11.12.13

Definição de empresa falida, segundo o Público

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Na segunda-feira, o Público dizia que “Irmãos Martins [leia-se Martifer] trouxeram baixos salários às minas de Aljustrel”. Trouxeram salários baixos? Então a Martifer reactiva umas minas que estavam fechadas e os mineiros desempregados e a notícia é que “trouxeram salários baixos”?

 

Mas o Público não se ficou por aqui. Por estes dias, a notícia tem sido que a Martifer é uma empresa falida porque tem uma dívida de 370 milhões de euros. O Público, juntamente com a oposição e o resto da imprensa nacional que fazem de caixa-de-ressonância, entende que ter uma dívida de 370 milhões é estar falido. Ora, se a diferença entre o passivo e o activo é que definem a situação financeira de uma empresa, como é que uma empresa está falida se tem um activo muito superior à dívida, não tem incumprimentos à banca e paga as prestações da dívida a tempo e horas?

Sab | 07.12.13

Olhares Cruzados... presencial

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Aproveitando a vinda do Manuel Teixeira ao norte, organizamos um “Olhares Cruzados” presencial. O restaurante foi escolha minha, o Orlando Rocha elegeu o tema para o jantar: “As plantações de fiambre a norte do Mondego e o seu contributo para o desenvolvimento regional”. Garanto que o jantar correu bem melhor do que a foto.



Qui | 05.12.13

A barreira dos 40

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Daqui a poucos dias faço 40 anos, altura em que – dizem! – um tipo passa a ser reconhecido como pessoa crescida. Em qualquer outro país, um tipo que é bom numa área vê a sua capacidade ser reconhecida, dão-lhe asas para continuar a ser bom. Aqui não: até aos 40 anos o tipo é enxovalhado, menosprezado, ofendido e maltratado, tudo isto porque teve o atrevimento de demonstrar que é muito melhor do que outros já mais crescidos. Ainda bem que faltam poucos dias para ultrapassar essa barreira.

Qua | 04.12.13

Orgulhosamente português

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Os meus filhos frequentam um clube juvenil no Porto que, duas ou três vezes por ano, organiza uns passeios na companhia dos respectivos pais. O último foi no passado domingo. Subimos à Torre dos Clérigos, no Porto, visitámos a Nossa Senhora de Vandoma na Catedral do Porto para ver um dos maiores sacrários do mundo em prata, atravessámos ao pé-coxinho o tabuleiro de cima da Ponte de D. Luís, visitámos o Mosteiro da Serra do Pilar e, entre outras aventuras, ainda tivemos direito a cruzar a todo o gás, de barco, o rio Douro, da Afurada até à outra margem, no famoso e velhinho “Flor do Gás”, que nos levou lá, sãos e salvos, por um euro.

 

Este passeio teve a particularidade de começar e terminar no mesmo local, não pelos seus monumentos, até porque não os tem, mas pelo seu significado, que foi a Rua da Restauração. Precisamente porque era dia 1 de Dezembro.

 

Embora já não seja feriado, esta é uma das datas fundamentais do nosso calendário: é o dia da Restauração da Independência, de liberdade colectiva nacional. Sem este dia, não seríamos um país livre, independente e soberano. Não seríamos portugueses.

 

Nesse domingo, em alguns noticiários televisivos, ouvi quem se atrevesse a comparar a situação que vivemos com a que se viveu entre 1580 e 1640. Na verdade, nós não fomos invadidos, nem estamos ocupados. A troika não nos invadiu, a troika está cá porque apelámos a que nos salvassem da falência para onde caminhávamos a passos largos.

 

 Efectivamente, os invasores de Portugal são os políticos que nos governaram até aqui e que quase nos fizeram falir a todos. Os culpados não são os que agora nos emprestam dinheiro para conseguirmos ultrapassar as dificuldades. Os culpados foram os maus e sucessivos maus Governos que elegemos com o nosso voto e, por isso, também somos responsáveis.

 

O 1.º de Dezembro é o dia certo para recordarmos a História do nosso país, nos lembrarmos de todos os reis que nos reinaram como país independente e de todos os Presidentes da Republica que nos presidiram, num total de quase 900 anos. É o dia de nos orgulharmos da nossa Pátria, da nossa Língua, da nossa liberdade nacional e da nossa identidade.

 

Por isso, em alturas menos fáceis como as que actualmente vivemos, é bom recordar o 1.º de Dezembro de 1640, para alimentar o nosso patriotismo e percebermos que noutras alturas de dificuldades fomos capazes de seguir em frente e com brio.

 

Por certo que cada um daqueles rapazitos do clube juvenil – e eu também – terminou o dia com mais confiança no futuro.

Ter | 03.12.13

Não ouvi o que disseram

fcrocha

Ter capacidade para ouvir alguém é uma coisa boa. O problema é que há cada vez menos gente a dizer coisas com interesse. Parece-me até que há pessoas que se tivessem a capacidade de se ouvirem a elas próprias, talvez não dissessem as coisas que ouvimos. Por isso, chego à conclusão que ter a capacidade de não ouvir também é proveitoso: evita aborrecimentos e discussões. Desculpem, mas não ouvi o que disseram.