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alinhamentos

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Sab | 27.04.13

O pindérico

fcrocha

Ia de Paredes para Penafiel e à minha frente ia um Mercedes S320 aos “s”. O carro ia de um lado ao outro da faixa de rodagem porque o senhor que o conduzia levava o telemóvel entalado entre o ombro e a orelha para conseguir conduzir e falar ao mesmo tempo. Confesso que me custa entender como é que um tipo compra um carro que deve custar para cima de 100 mil euros e não tem dinheiro para pôr um kit mãos livres.

Qui | 25.04.13

Vale a pena ser austero

fcrocha

A actual situação económica colocou muitas pessoas – entre as quais me incluo – numa situação de dieta de consumo, ao mesmo tempo que muitas outras foram forçadas a reduzir os gastos ante a precariedade laboral em que vivem. Confesso que este tempo me tem ajudado a distinguir com maior rigor o supérfluo do necessário.

 

No entanto, apesar da grave situação económica em que o país está mergulhado, a publicidade e muitas “notícias” encomendadas continuam a bombardear-nos com a mensagem de que temos que consumir mais: temos que comprar o último smartphone, mesmo que o nosso telemóvel ainda funcione maravilhosamente; temos que comprar o último televisor de tecnologia LED, porque o lá de casa é demasiado volumoso, mesmo que nunca tenha avariado.

 

É certo que a crise tem forçado muitos a reduzir os gastos, mas podíamos aproveitar para nos darmos conta de que demasiadas vezes consumimos mais do que necessitamos, ao ponto de até acreditarmos que essas coisas que compramos a mais são imprescindíveis. A maioria das vezes, o consumismo torna-nos escravos do dinheiro e de produtos desnecessários e supérfluos.

 

Um dia destes, estive a ler um artigo sobre um movimento norte-americano chamado “Downshifting”. Este movimento é constituído por pessoas que trabalham não para enriquecer ou para satisfazer caprichos, mas para conseguirem ter uma vida digna com o dinheiro que ganham. No fundo, tentam praticar a virtude libertadora da sobriedade, ao defenderem que os valores materiais não são a nossa razão de ser, ou seja, que não estamos nesta vida para coleccionar bens, mas para viver.

 

O que pretendo sugerir àqueles que ainda têm uma folga para dispor do seu dinheiro não é que passem a ser forretas, mas que é possível ser feliz vivendo com menos. Acredito que não temos necessidade de comprar tudo só porque, aparentemente, está barato. Pelo contrário, devemos ser mais críticos da publicidade, quando nos induz a comprar aquilo de que verdadeiramente não precisamos. Devemos aproveitar os bens funcionais que temos até ao seu fim, em vez de os trocar apenas porque não são novos ou da mais recente tecnologia. No fundo, o que quero dizer aos felizardos a quem ainda sobra algum dinheiro ao fim do mês é que devemos todos aplicar austeridade à nossa vida. Ser austero não significa, por exemplo, ter falta de bom gosto a vestir; significa viver com sobriedade, pensando nas pessoas que nos rodeiam e nas dificuldades por que a maioria delas está a passar.

 

 

Qua | 24.04.13

Leitura: Inspetor Bolhas – Bolas de Berlim com Crime

fcrocha

Inspetor Bolhas – Bolas de Berlim com Crime

Autor: Alexandre Honrado

Editora: Bertrand Editora

PVP: 6,60€

 

O Inspetor Bolhas, o mais divertido e incrível dos detetives da atualidade, viciado em "gomas", não tem medo de nada, a não ser da avó Pantufinhas e de não chegar a tempo aos crimes que tem que resolver. É numa escola que a primeira missão do Bolhas decorre e mete mistério, horror, amor, trapalhadas risota, bolos envenenados e suspeitos aos magotes.


Quem envenenou os bolos? Por que será que alguns professores têm comportamentos tão suspeitos? E o que faz o Inspetor Bolhas fugir à polícia, acusado de fazer pagamentos com notas falsas? Alexandre Honrado apresenta o Inspetor Bolhas, Rogério Taveira ilustra as aventuras e os mais pequenos entram na história como convidados principais.


Autor:  Jornalista – diretor editorial e produtor/realizador de rádio e audiovisuais - e escritor publicado de Portugal à Coreia do Sul -, Alexandre Honrado consegue manter ainda a vontade de investigar - na área da História, onde é licenciado - estando presentemente a trabalhar em mais uma biografia de mulheres notáveis do passado. Nascido em Lisboa, no dia do Terramoto que assolou aquela cidade em 1755, mas duzentos e cinco anos depois, viu a luz do dia pela primeira vez na maternidade Alfredo da Costa, a mesma que lhe atribuiu muito depois um prémio literário. O seu primeiro livro para crianças, Castelinhos no Ar, nasceu de uma colaboração com um programa de Rádio, nos anos 80.

 

 

 

 

Qua | 24.04.13

Como aprender outra língua gratuitamente

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Aqui vai uma dica que me parece muito útil para quem quer aprender uma segunda língua. Experimentem o Duolingo, pois ele permite aprender inglês, francês, espanhol, alemão ou italiano como se estivesse a jogar um videojogo. O Duolingo é um projecto que nasceu nos Estados Unidos, na Universidade de Carnegie Mellon. O mais interessante: é totalmente gratuito. Aconselho-vos a experimentar.

Seg | 22.04.13

A autoridade do professor

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No final da semana passada recebi um artigo de opinião de um senhor que assinava com “professor” fulano. Depois de ler o artigo, pareceu-me que o que o senhor escrevia eram algumas monstruosidades. Respondi agradecendo o artigo que me enviou e fiz algumas perguntas: Professor de quê? Doutorado por que universidade? Em que trabalha? Resultado: como resposta levei com a indignação do desconhecido “professor”.

 

Num país de falsos doutores e engenheiros é normal que queira saber mais sobre o senhor. No entanto, o senhor achou que pelo facto de ter escrito “professor” na assinatura lhe conferia uma autoridade que apenas reconheço a quem tenho a certeza que o é de facto.

Sex | 19.04.13

Epistolar

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António José Seguro é muito epistolar. Depois de ter escrito cartas à Troika, que estes nunca receberam, agora escreveu ao povo americano. Diz o senhor que: “Tive a oportunidade de transmitir ao povo americano, numa carta que enderecei através do embaixador dos Estados Unidos, a consternação do PS e o repúdio total em relação a actos que provocam o terror e que vitimaram pessoas inocentes". Se alguma vez chegar a receber a carta, o povo americano vai sentir-se muito mais animado.

Qui | 18.04.13

Cogumelo enganador

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Um dia desta semana, ao final da manhã, fui à barbearia do costume cortar o cabelo. Enquanto aguardava pela minha vez, estava a olhar para o televisor, que se encontrava sintonizado na RTP1. Transmitiam a “Praça da Alegria”. Às tantas, João Baião, o apresentador de serviço, pede à Tânia Ribas, a outra apresentadora de serviço, para falar do “Cogumelo do Tempo”. Durante uns cinco minutos, a apresentadora da RTP1, juntamente com um hipotético médico brasileiro, falaram do tal “Cogumelo do Tempo”. Para quem nunca viu, trata-se de um produto químico, vendido em cápsulas, que, segundo os dois apresentadores, faz autênticos milagres: elimina toxinas, reduz o colesterol, previne os AVC, protege as células dos danos da radiação, trata a artrite, equilibra os níveis de açúcar nos diabéticos, previne reacções alérgicas, previne o aparecimento de Alzheimer e ajuda as pessoas a tornarem-se mais jovens. Tudo isto a troco de uns módicos 32 euros.

 

Digo-vos uma coisa: eu, se fosse idoso, estivesse em casa sozinho a ver televisão e me sentisse cansado, envelhecido e com saudades da minha juventude, ligaria para o número que mostravam no ecrã e mandaria vir umas 30 caixas da coisa.

 

Confesso que estes anúncios são dos que mais me chocam. Convencer os incautos que podem resolver quase todas as consequências do envelhecimento com um simples telefonema, é um crime.

 

Mas ainda mais grave é que este tipo de anúncios passa, descaradamente, na televisão pública e infringindo a lei. Senão vejamos: o Código da Publicidade, no n.º 1 do seu Artigo 8.º, diz que “a publicidade tem de ser inequivocamente identificada como tal, qualquer que seja o meio de difusão utilizado”. E o n.º 2 afirma que “a publicidade efectuada na televisão deve ser claramente separada da restante programação, através da introdução de um separador no início e no fim do espaço publicitário”. Ora, a venda do tal “cogumelo milagroso” é feita pelos apresentadores do programa, sem introdução de um separador. A única coisa que aparece de diferente é um símbolo pequenino no canto superior do ecrã que quer dizer, para quem souber, “autopromoção”.

 

Mas as ilegalidades não ficam por aqui. O Artigo 11.º da mesma lei diz que “é proibida toda a publicidade que, por qualquer forma, incluindo a sua apresentação, e devido ao seu carácter enganador, induza ou seja susceptível de induzir em erro os seus destinatários, independentemente de lhes causar qualquer prejuízo económico, ou que possa prejudicar um concorrente”. Um produto que é vendido através de um telefonema e resolve quase todos os problemas de saúde de uma pessoa idosa não é publicidade enganadora? Então é o quê?

 

Já o Artigo 22.º é peremptório: “É proibida, sem prejuízo do disposto em legislação especial, a publicidade a bens ou serviços milagrosos. […] Considera-se publicidade a bens ou serviços milagrosos a publicidade que, explorando a ignorância dos destinatários, apresente quaisquer bens, produtos, objectos, aparelhos, materiais, substâncias, métodos ou serviços como tendo efeitos específicos automáticos ou garantidos na saúde, bem-estar, sorte ou felicidade dos consumidores ou de terceiros, nomeadamente por permitirem prevenir, diagnosticar, curar ou tratar doenças ou dores, […] bem como alterar as características físicas ou a aparência das pessoas, sem uma objectiva comprovação científica das propriedades, características ou efeitos propagandeados ou sugeridos.” Um produto em que é prometido, para além da cura de diversas doenças, o rejuvenescimento das pessoas não se encaixa nestas características?

 

Que este tipo de publicidade passe nas televisões privadas é lamentável, que passe na televisão pública, que deveria ser a primeira a cumprir a lei, é criminoso. Para que serve a Defesa do Consumidor? Não servirá também para alertar para este logro?

 

Tem que haver regras mínimas que previnam situações enganosas e atentatórias dos direitos do cidadão consumidor. Já não bastavam os burlões que vão a casa dos idosos tentar enganá-los; agora, até a televisão pública tenta fazer o mesmo.

Qua | 17.04.13

Um exemplo a seguir

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Margaret Thatcher não governou a Inglaterra. Margaret Thatcher salvou a Inglaterra. Importa recordar que ela chegou ao governo numa situação que tem algumas parecenças com a situação que vivemos actualmente em Portugal: um país sob um resgate financeiro, sindicatos a bloquear a economia, um Estado sobredimensionado e ineficiente.

 

Thatcher não conseguiu apenas um verdadeiro crescimento económico, fez da Inglaterra um país ainda mais livre.

 

Sex | 12.04.13

É preciso crescer

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Suponho que todos os portugueses têm consciência de que vivemos a maior crise das últimas décadas. Embora possa parecer que é apenas uma crise financeira, esta crise é muito mais grave porque é também uma crise social e de valores, a que se juntam as crises orçamental, bancária, de competitividade e a da dívida externa. Tudo isto, ao mesmo tempo, é uma mistura explosiva.

 

Há aqui dois factores que são a causa e a consequência de grande parte dos problemas de Portugal: a falta de crescimento económico, que resulta num endividamento excessivo. Importa recordar que o nosso país já não cresce economicamente há várias décadas. Desengane-se quem pensa que isto é um problema dos últimos anos. Este problema nacional é crónico. Há dezenas de anos que políticas erradas criam sucessivos problemas de competitividade.

 

Não é apenas o Estado que está endividado (antes fosse!); é o país. Por vezes, quase nos esquecemos de que, por exemplo, o endividamento das famílias portuguesas é superior à totalidade do PIB ou que as empresas portuguesas são as mais endividadas da Europa. Por muito que o Estado ponha as contas dele em dia, não é possível crescer com famílias e empresas endividadas desta forma.

 

É bom que o Estado esteja preocupado em conseguir equilibrar as suas contas, mas não se pode esquecer que, se as empresas e as famílias não tiverem boas contas, o país não cresce. Ou seja, são as empresas que criam emprego e não o Estado.

 

Parece-me que, para sair desta crise, para além do equilíbrio orçamental, Portugal precisa que o Governo coloque a economia e o emprego no centro das suas preocupações. Enquanto não houver crescimento económico, não há dívida que se resolva, por muitos cortes que se façam.

 

O futuro de Portugal e a resolução de grande parte dos nossos problemas passa pelo crescimento económico e pela criação de emprego. Isso só se consegue se houver investimento.

 

 

Qua | 10.04.13

Poluição jornalística

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Esta é a imagem da manchete do JN de ontem. Para quem não compreendeu porque é que os funcionários públicos e pensionistas vão pagar mais IRS, dou-vos o seguinte exemplo.

 

O prémio do Euromilhões da próxima sexta-feira é de €26 milhões. Se eu ganhar esse prémio [vinha mesmo a calhar!], no sábado, a manchete do JN vai ser: “Cidadão de Paredes vai pagar €5,2 milhões em impostos”. Perceberam agora? A isto [a manchete do JN] chama-se jornalismo inquinado.  

Sab | 06.04.13

Manifesto a favor dos habitantes da Avenida Almirante Reis

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Logo pela manhã, deparei-me com uma notícia da Agência Lusa que tem este título: “Grades à entrada dos prédios contra sem-abrigo na Almirante Reis, em Lisboa”. A primeira coisa que veio à cabeça foi: eu concordo com estes senhores. Então, um tipo acorda um pouco mais cedo para ir fazer uma corridinha matinal, depois de uma noite bem dormida numa cama quentinha e um banho reconfortante, e ainda tem que pedir licença para passar porque está um estafermo de um sem-abrigo a dormir na nossa porta? Pior de tudo: embrulhado num cartão castanho que – que horror! – não diz nada bem com o lacado verde da porta do prédio? Se não se põe travão a isto, um dia desses ainda são capazes de ter a lata de nos pedirem um pouco de sopa para comer. Ora essa!

 

 

 

 

Sex | 05.04.13

Vida em Marte

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Por estes dias, os meios de comunicação nacional deram ênfase a uma descoberta feita pelo robot da NASA em Marte. Pelos vistos, o Curiosity [é assim que se chama o tal robot] analisou uma rocha daquele planeta e descobriu sinais de vida microbiana. Os comentadores da especialidade e os jornalistas, excitados, tiraram logo uma conclusão: há vida em Marte. Isso mesmo: é só do tamanho de um micróbio, mas já se pode dizer que há vida no planeta vermelho.

 

Cum caneco! Então um sinal microbiano é vida e aquela coisa que cresce dentro da barriga de uma mulher, durante nove meses, não é vida? Mesmo que essa tal coisa seja membro de uma espécie biológica humana, único e diferente de todos os outros, com 46 cromossomas humanos em cada célula? A coisa que, se tudo correr de forma natural, vai nascer passados nove meses, tem um coração que começa a bater ao décimo oitavo dia após a concepção, ou seja, mais ou menos ao quarto dia de atraso menstrual da mãe, que, passados três dias, já está a bombear sangue diferente do da mãe, não é vida? Então é o quê? Para alguns, o bebé que está na barriga da mãe não é vida, mas sim um feto. Porque, se fosse vida, não se poderia matar. Como é um feto, passa a ser uma coisa estranha que pode ser atirada para o lixo.

 

Vem isto a propósito de grave crise que o nosso país atravessa, à qual se junta, neste momento, uma outra: a baixa taxa de natalidade. Esta pode fazer com que, antes dos portugueses se extinguirem, não cheguem a sair da crise económica.

 

Os últimos dados disponíveis revelam um envelhecimento demográfico da sociedade portuguesa. O principal factor natural responsável pelo envelhecimento demográfico foi o declínio da natalidade. Associado a isto, nota-se ainda um aumento da esperança média de vida. O aumento da esperança média de vida tem por consequência o crescimento do número de indivíduos entre as gerações mais idosas, fazendo aumentar a relação de dependência, porque aumenta a percentagem de inactivos idosos em relação à população adulta em idade activa.  Ou seja, com cada vez menos pessoas a nascer e com idosos que vivem cada vez mais, não há sistema de segurança social em parte alguma que se aguente. Nem há país que se aguente.

 

Para contrariar esta tendência de envelhecimento da população portuguesa, será necessário adoptar algumas medidas, como o incentivo à natalidade, seja através de uma maior conciliação entre trabalho e família, seja através de incentivos à fecundidade em idades mais jovens, ou o aumento da idade da reforma, uma vez que as condições de higiene e saúde contemporâneas proporcionam melhores condições de vida na velhice e tornam-nos activos mais tempo.

 

 

 

 

Qui | 04.04.13

Triste figura

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Miguel Relvas diz que se vai embora porque já não tem condições anímicas. E eu que passo o dia a trabalhar contra esta economia que nos quer esmagar, também me vou embora porque não tenho condições anímicas? É este o exemplo que um político dá ao país? Este senhor provou que nunca deveria ter sido político.

Qua | 03.04.13

Já não são apenas os sindicatos.

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Parece que agora há vaga de fundo entre os empresários para se aumentar o salário mínimo. Eu também acho que deve ser aumentado. Mas, se os patrões pretendem aumentar o salário mínimo, que o aumentem. Desde quando é que é preciso uma lei para se aumentar o ordenado a um funcionário? Arranja-se cada desculpa…

Ter | 02.04.13

Está tudo ao contrário.

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Depois de 15 dias de férias (dos putos, eu continuei a trabalhar), voltou tudo à confusão do costume: durante as férias acordavam cedo, quando queríamos que eles dormissem até tarde; agora que têm que acordar cedo para ir para escola, passaram a acordar tarde. Vá-se lá entender estes tipos.