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alinhamentos

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Qui | 28.02.13

Pobrezinhos

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Toda a gente sabe que só há pobrezinhos no Natal. Ou melhor, todos sabíamos. Hoje, ficamos a saber que também há pobrezinhos em anos de eleições. O PS de Penafiel anunciou que vai oferecer os 75 euros das senhas de presença nas assembleias municipais (daqui até ao final do ano são três) a instituições de cariz social.

Ter | 26.02.13

Arriscar e crescer

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Às vezes somos cercados por tantas notícias negativas que nem damos conta que também há coisas boas. Hoje, o “Publico” mostra três desses bons exemplos: o café Delta passou a estar à venda nos centros de grande distribuição franceses; o Grupo Pestana abriu em Marrocos o seu 24º hotel no estrangeiro; e a produção das pastilhas elásticas Gorila cresceu 20 por cento. Em Portugal ainda há empresários competentes e capazes de superar as dificuldades.

Seg | 25.02.13

Mar revolto

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No sábado, quando tirei esta fotografia, o mar estava revolto, capaz de atemorizar quem o via. Mas mesmo bravo, o mar tem uma capacidade enorme de alimentar a nossa imaginação. E às vezes imagino-me como aquele farol, indiferente à agressividade das ondas, sempre com a certeza de que, por mais violentas que sejam, elas batem e vão e o farol lá continua firme, a cumprir a sua função.

Seg | 25.02.13

Impunidade

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A edição impressa do “i” conta-nos que Valentim Loureiro vai levar o mandato até ao fim. O autarca foi condenado a perda de mandato em 2008, a decisão foi confirmada pelo Tribunal da Relação do Porto e transitou em julgado em 22 de Junho de 2012, ou seja, não é passível de recurso. Mesmo assim, o major vai levar o mandato até ao fim, como se nada se tivesse passado.

Sab | 23.02.13

Vá-se lá perceber os políticos

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Nos últimos tempos tenho ouvido os autarcas do Vale do Sousa a reivindicarem do Governo mais atenção para esta região. Alguns deles chegam mesmo a equiparar este território ao “novo Vale do Ave”. Basta ver as afirmações do Presidente da Câmara de Paredes à SIC, numa reportagem sobre a falência das empresas deste concelho, ou os depoimentos de Pedro Pinto e Jorge Magalhães, autarcas de Paços de Ferreira e Lousada, a quando da introdução de portagens nas antigas SCUT. Há umas semanas, foi conhecida uma parte do estudo “Os Municípios e a Qualidade de Vida”, elaborado pela Universidade da Beira Interior. Segundo a UBI, a generalidade dos concelhos desta região surge no fundo desta tabela. Não era de esperar outra coisa de um território onde, em pleno século XXI, a maioria dos seus habitantes não tem acesso, por exemplo, ao saneamento básico. O que é de estranhar é a recção destes autarcas – alguns, até prometeram processar judicialmente a Universidade. Em vez de utilizarem o estudo para provarem ao Governo que têm razão quando reclamam mais atenção para a região, talvez porque estamos em ano de eleições, os presidentes de Câmara disparatam a tentar descredibilizar o estudo e a “dourar a pílula”.

 

Sab | 23.02.13

Anarquia!

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No século XVIII, o francês Voltaire, conhecido pelos seus ensaios sobre a defesa das liberdades civis, escreveu o seguinte: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até à morte o seu direito a dizê-las”. Vem isto a propósito das radicais manifestações contra Miguel Relvas.

 

Já aqui escrevi que pessoalmente não gosto de Miguel Relvas. Para além de discordar dele quanto à forma como efectuou a reforma administrativa e quanto à maneira atabalhoada como geriu o processo de privatização da RTP, ele representa para mim o que há de pior na política partidária: ele representa os que fizeram uma carreira política a partir das juventudes partidárias sem nunca terem trabalhado, os que governam sem conhecer o país real, ou até os que usam títulos académicos sem terem adquirido as necessárias competências. Parece-me mesmo que, para facilitar a governação, ele deveria ser demitido.

 

No entanto, todas estas minhas razões não me podem fazer esquecer que este senhor é ministro de um Governo democraticamente eleito pela maioria da população do meu país. Isso, por si só, faz com que tenha por ele o respeito que a boa educação manda ter pelos governantes legítimos.

 

Eu não defendo que ele não possa ser criticado – claro que pode e deve ser criticado, é uma das consequências da liberdade. O que não pode é ser impedido de falar à força, por um grupo radical aos gritos e com cartazes na mão. Impedir um ministro de discursar numa cerimónia para a qual foi convidado não é democrático – é censura ao direito da livre opinião.

 

Desagrada-me imenso ver um ministro a ser insultado e impedido de falar. Aborrece-me que tudo isto tenha acontecido numa universidade, que é, por excelência, um lugar de liberdade. Choca-me que grande parte da imprensa nacional tenha reportado de forma “simpática” o incidente, esquecendo-se de que os jornalistas deveriam ser os primeiros a defender a liberdade de expressão.

 

O que se passou no ISCTE foi censura, foi desrespeito pela liberdade de expressão e, acima de tudo, foi falta de educação.

 

Não podemos fechar os olhos a esta intolerância.  

Qui | 21.02.13

Há boas notícias

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Tenho consciência que uma capa com um título sobre um qualquer escândalo ou crime alicia mais leitores. No entanto, entendo que não pode ser o número de leitores fascinados pelo sensacionalismo a “mandar” no jornal. Não se pode fazer um jornal em função desse número. Parece-me até que entrar nesse jogo pode ser perigoso. Poder dar boas notícias todas as semanas era uma coisa que me encantaria, mas isso é impossível. Nós não inventamos a actualidade. No entanto, acredito que no meio de crimes, horrores e crises, há boas notícias que merecem ser conhecidas. Exemplo disso é o trabalho realizado pela jornalista Fernanda Pinto que publicaremos na edição de amanhã do VERDADEIRO OLHAR. Ela conta sete histórias de sete pessoas com idades entre os 70 e os 92 anos que continuam a exercer diariamente a sua profissão. Umas trabalham por motivos económicos, outras por necessidade, mas todas elas com alegria e paixão pelo que fazem. Vai valer a pena lerem!

Qua | 20.02.13

A liberdade está em risco de desaparecer

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Já aqui escrevi que pessoalmente não gosto de Miguel Relvas. Ele representa o que há de pior na política: os que nunca trabalharam e fizeram a sua carreira através das juventudes partidárias, os que mentem deliberadamente, os que governam sem conhecer o país real, os que usam títulos académicos sem terem adquirido as competências necessárias. Acredito mesmo que, para bem do Governo, era melhor que ele se demitisse.

 

No entanto, tudo isto não me pode fazer esquecer que, por enquanto, este senhor é ministro de um Governo democraticamente eleito pela maioria da população do meu país. Isso, por si só, faz com que tenha por ele o respeito que a educação manda ter pelos governantes legítimos.

 

Por isso, digo-vos que me desagrada ver um ministro do meu país ser insultado na rua e assistir ao sorriso e cumplicidade de políticos e jornalistas. Calar um ministro numa Universidade, que é por excelência um lugar de liberdade, é digno de regimes anárquicos.

 

Afinal, quem manda? Quem vota ou quem grita com cartazes nas mãos? A democracia está em perigo.

Dom | 17.02.13

Devo estar a ficar velho

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Há quem diga que quando um homem já não aguenta noitadas é sinónimo de que está a ficar velho. Bem, eu estou mesmo a ficar velho. Já tenho dificuldades em recuperar das ressacas. Só que nas minhas noitadas as bebidas alcoólicas têm sido substituídas pelos livros e os apontamentos para os exames. Ainda ontem apanhei uma bebedeira de Direito do Ambiente e hoje ando a arrastar-me. Eu não era assim.

Sab | 16.02.13

Obrigado!

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Confesso que a minha primeira reacção à decisão do Papa Bento XVI em resignar foi de choque. Bolas, não estava nada à espera... Talvez por egoísmo, durante algumas horas fui invadido por um sentimento de tristeza.

 

Umas horas depois, ouvi a jornalista Aura Miguel, que tem acompanhado o Santo Padre nas suas viagens pastorais, a contar que, na visita ao México, a viagem durou 14 horas e que quando lá chegaram iam derreados, de tal forma que ela e os colegas jornalistas seguiram directamente para o hotel, para descansarem. No entanto, o Santo Padre, como é chefe de Estado, ficou no aeroporto a receber honras militares e ainda fez uma viagem de quase 40 quilómetros no “Papamóvel”. Só conseguiu descansar perto das 4h da manhã, hora de Roma. Aí compreendi um pouco melhor os motivos do Papa: falta de forças físicas para exercer perfeitamente a função papal. Afinal, o Papa tem quase 86 anos.

 

Até agora, conheci dois Papas: João Paulo II e Bento XVI. O primeiro, tive a graça de estar com ele em Roma, por altura da canonização de São Josemaria Escrivá. O segundo, estive com ele na cidade do Porto. Nesse dia senti-me atraído pela sua simplicidade, pela sua humildade e pela sua timidez. Nessa altura, Bento XVI conquistou os portugueses e não foi com a teologia, foi com a sua fé autêntica e com o seu amor por nós. Por isso, o meu sentimento de tristeza transformou-se em agradecimento.

 

Estou muito agradecido a Deus por nos ter dado este Papa de uma admirável inteligência, profundas capacidade teológicas e de uma profunda fé. Um Papa que, durante o seu pontificado, teve a coragem de nunca fugir às adversidades e fez um esforço de renovação na Igreja sem deixar de ser fiel a Cristo.

 

Porque o Santo Padre ama mais a Igreja do que eu e é mais inteligente do que eu, estou certo de que tomou a decisão de resignar com grande sabedoria, ponderação e, acima de tudo, porque ama muito a Igreja. E essa certeza basta-me para compreender a sua decisão.

 

Obrigado, Santo Padre!

Qui | 14.02.13

E a lei?

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Ontem ficamos a saber que o Governo se prepara para nos multar no caso de não pedirmos factura. Diz o Bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas que isso só pode acontecer no momento da compra porque o consumidor final não é obrigado a guardar a factura. Ora, se o Código do IVA diz no seu artº 36º, nº1 que a factura pode ser emitida até ao quinto dia útil seguinte ao momento em que é prestado o serviço ou os bens são colocados à disposição, como é que nos podem multar à saída do estabelecimento? O Governo está aflito por aumentar a receita fiscal, de tal forma que nos quer colocar no lugar de polícias fiscais. O Bastonário anda apressado de protagonismo, o que o leva a reagir sem estudar a lei.

Qua | 13.02.13

A corrupção volta a ganhar terreno

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Conta o Público, na sua edição de hoje, que os relatórios das inspecções da IGF às autarquias, que eram de acesso livre desde 1995, deixaram de ser públicos. Esta lamentável medida de Miguel Relvas é um claro retrocesso no processo de transparência na Administração Pública. O preâmbulo do Decreto-lei que aprovou o Código do Processo Administrativo afirma que, entre outros objectivos, pretende garantir a transparência da acção administrativa e a aproximação dos serviços públicos dos cidadãos. Miguel Relvas passou por cima de tudo isto.

Ter | 12.02.13

O prometido é devido

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Fernando Henrique Cardoso dizia que a função da imprensa é desconfiar de quem governa. Eu acrescentaria que no caso da imprensa regional é também mostrar como se governa ou desgoverna. É a isso que daremos destaque no Verdadeiro Olhar nas próximas cinco semanas

Seg | 11.02.13

O texto da renúncia de Bento XVI (em espanhol)

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"Queridísimos hermanos,

 

Os he convocado a este Consistorio, no sólo para las tres causas de canonización, sino también para comunicaros una decisión de gran importancia para la vida de la Iglesia.

 

Después de haber examinado ante Dios reiteradamente mi conciencia, he llegado a la certeza de que, por la edad avanzada, ya no tengo fuerzas para ejercer adecuadamente el ministerio petrino. Soy muy consciente de que este ministerio, por su naturaleza espiritual, debe ser llevado a cabo no únicamente con obras y palabras, sino también y en no menor grado sufriendo y rezando.

 

Sin embargo, en el mundo de hoy, sujeto a rápidas transformaciones y sacudido por cuestiones de gran relieve para la vida de la fe, para gobernar la barca de San Pedro y anunciar el Evangelio, es necesario también el vigor tanto del cuerpo como del espíritu, vigor que, en los últimos meses, ha disminuido en mí de tal forma que he de reconocer mi incapacidad para ejercer bien el ministerio que me fue encomendado.

 

Por esto, siendo muy consciente de la seriedad de este acto, con plena libertad, declaro que renuncio al ministerio de Obispo de Roma, Sucesor de San Pedro, que me fue confiado por medio de los Cardenales el 19 de abril de 2005, de forma que, desde el 28 de febrero de 2013, a las 20.00 horas, la sede de Roma, la sede de San Pedro, quedará vacante y deberá ser convocado, por medio de quien tiene competencias, el cónclave para la elección del nuevo Sumo Pontífice.

 

Queridísimos hermanos, os doy las gracias de corazón por todo el amor y el trabajo con que habéis llevado junto a mí el peso de mi ministerio, y pido perdón por todos mis defectos.

 

Ahora, confiamos la Iglesia al cuidado de su Sumo Pastor, Nuestro Señor Jesucristo, y suplicamos a María, su Santa Madre, que asista con su materna bondad a los Padres Cardenales al elegir el nuevo Sumo Pontífice. Por lo que a mi respecta, también en el futuro, quisiera servir de todo corazón a la Santa Iglesia de Dios con una vida dedicada a la plegaria".

Seg | 11.02.13

Querido “Diário de Notícias”

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Que sina a minha: mal nasci, saí no jornal! Não tive culpa. Só que me aconteceu o insólito facto de ser o primeiro de três gémeos portugueses, dados à luz em Haia, a capital dos Países Baixos.

 

Menino e moço, recordo que em casa se lia o "Diário de Notícias", sobretudo a sua necrologia, uma parte indiscutivelmente verídica do órgão oficioso do regime que, por isso, só podia ser objectivo na medida em que a censura o permitisse.

 

Depois do 25 de Abril, o mesmo diário, para se redimir do seu passado colaboracionista, entregou-se com fervor ao novo poder. Foi por estas alturas o consulado do Nobel literato que, em pleno PREC, alinhou pelas "boas práticas" da ditadura do proletariado.

 

Em casa, claro, continuava-se a receber o jornal, cujo obituário merecia a melhor atenção dos mais velhos da família, que aí encontravam sempre pessoas das suas relações. Para as outras verdades, as do país e do mundo, era preciso ir ao "Le Monde", à "Time", à BBC ou à "Deutsche Welle".

 

Lembrei-me de tudo isto agora, que o "Diário de Notícias" se lembrou de devassar uma pacata obra de Deus – logo por azar a instituição eclesial em que sirvo há já alguns anos – atribuindo-lhe estranhas gestas, para além de secretos mundos e muitos fundos. Fá-lo com meias verdades, repetindo velhos tópicos, mas sem nenhuma especial originalidade.

 

Nada de novo, portanto. Contudo, surpreendi-me: afinal, é tão fácil fabricar um escândalo! Quer-se acusar de opulência a diocese de Lisboa? Basta recordar que as igrejas da Baixa valem muitos milhões e, portanto, o patriarcado é, na realidade, multimilionário. Pretende-se denegrir as carmelitas descalças? Escandalizem-se os leitores com a sua obrigatória reclusão e as suas arrepiantes autoflagelações. Precisa-se de caricaturar as missionárias da caridade? É dizer que as desgraçadas não têm televisão, não leram, nem podem ler, O Memorial do Convento. Interessa difamar a Companhia de Jesus? Reedite- -se o que dela disseram os que, em 1910, a expulsaram do país, sob a acusação dos jesuítas envenenarem as águas dos fontanários públicos…

 

A bem dizer, não há pessoa ou instituição, por mais santa que seja, que resista a uma "grande investigação sobre o seu lado secreto". Nem mesmo o próprio Cristo. Bastaria dizer, por exemplo, que, com trinta anos, não tinha residência fixa e vivia apenas com homens, um dos quais, por certo, ladrão. Que se deixava tocar por prostitutas e, enquanto havia quem morresse de fome, aceitava ser perfumado com bálsamos caríssimos. Que pregou o amor, mas chicoteou os seus semelhantes. Que chamava a si as criancinhas e tinha, como seu amigo predilecto, um jovem adolescente, que se reclinou sobre o seu peito… Tudo verdades, a concluir numa sacrílega mentira, a que o incauto leitor seria induzido por um inquérito "rigoroso" e "objectivo".

 

É lógico que seja assim. É lógico que o poder laico não possa tolerar uma Igreja livre. É lógico que os discípulos do Mestre crucificado sejam objecto do escárnio e da maledicência dos seguidores do príncipe deste mundo. É lógico que uma entidade indiscutivelmente fiel à Igreja e unida ao Papa e aos bispos, seja maltratada onde recentemente se negou o dogma católico da virgindade de Maria e se criticou o último livro de Bento XVI. É lógico que a viúva do Nobel, erigida – sabe--se lá porquê!? – em alta autoridade para os fenómenos eclesiais, seja fiel à memória anticristã do seu defunto marido que, segundo a própria, "detestava profundamente as religiões". É lógico. Aliás, como o mundo, também o inferno deve estar cheio de gente com carradas de razão… Mas sem amor.

 

Querido "Diário de Notícias" da minha vida: obrigado por esta companhia, desde o meu nascimento e, presumivelmente, até à minha morte. Obrigado por me fazeres sentir a alegria de ser discípulo de Cristo, na sua Igreja e nesta obra de Deus, que tem a glória humana de não ter, nem querer ter, como Jesus, nenhuma glória humana.

 

Não te peço que deixes de ser o que sempre foste e, seguramente, continuarás a ser, por muitos e bons anos. Mas, se noticiares a minha morte na tua infalível necrologia, por favor, diz apenas que morreu alguém profundamente feliz.

 

Gonçalo Portocarrero de Almada, “Jornal i”, 2 Fev 2013

Dom | 10.02.13

Não pode valer tudo

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No Verdadeiro Olhar não publicamos notícias relacionadas com suicídio. Não somos só nós, existe uma convenção profissional, tipo acordo de cavalheiros, que determina que os suicídios não serão noticiados. Hoje, a SIC noticiou de forma sensacionalista, mais uma vez, um suicídio. Não pode valer tudo no jornalismo.

Sex | 08.02.13

Há somas que reduzem

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Na política, nem sempre 1+1 é igual a 2. Às vezes, as somas geram resultados negativos. Vem isto a propósito da intenção de uma coligação autárquica em Paredes entre o PSD e o CDS-PP.

 

Supostamente, parece que a coligação interessa aos dois partidos, mas, na verdade, apenas um sairá a ganhar, e esse é o partido mais fraco. O CDS-PP não tem estrutura partidária nem tem candidatos aos órgãos autárquicos, por isso, tem todo interesse na coligação. Caso ela se concretize, é o único partido que sai a ganhar, seja qual for o resultado.

 

Ao PSD de Celso Ferreira interessa-lhe a coligação porque está com os olhos postos nos quase cinco mil eleitores que habitualmente depositam o seu voto no CDS-PP. Mas aqui é que está o equívoco de Celso Ferreira. O líder dos “laranja” esqueceu-se de que o concelho foi governado pelo CDS-PP durante 17 anos e que foi precisamente o seu partido que destronou o CDS-PP do poder. Estou certo de que os votos que ainda restam aos centristas são votos de protesto contra o PSD. No dia em que o CDS-PP se juntar ao PSD, esses votos, seguramente, cairão noutro candidato. Por isso, a soma dos dois partidos de direita pode fazer crescer o Partido Socialista.

 

Mas ainda há outro factor que Celso Ferreira não teve em conta: a forma como os eleitores interpretarão esta coligação. Aos olhos da população, o PS apresenta-se com um candidato mais forte do que em 2009. No momento em que expuser a coligação, Celso Ferreira estará a dar um sinal de fraqueza e receio perante o candidato socialista. Por tudo isto, acredito que uma coligação entre o PSD e o CDS-PP fará com que todos ganhem com isso, excepto o PSD.

 

Qui | 07.02.13

Mascarados de brasileiros

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Esta semana, recebemos vários e-mails a darem conta dos desfiles de Carnaval que vão acontecer na região. Pelas imagens que acompanham os cartazes, dá para ver que será um verdadeiro Carnaval português: pessoas descascadas, a dançar com temperaturas de fazer arrepiar qualquer mortal, ao ritmo de uma música que não é seguramente portuguesa. Este Carnaval não é típico, nem tão-pouco português. É tonto, tacanho, horrendo e feio, muito feio.

 

É claro que isto não é um problema apenas desta região, é um fenómeno espalhado pelo país que as televisões farão questão de mostrar até à exaustão. Os brasileiros devem divertir-se à grande, a olhar para a triste figura que os portugueses fazem nesta época do ano.

Qua | 06.02.13

Estudar

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Confesso que não é fácil trabalhar todo o dia, dar atenção aos filhos e ao final do dia mergulhar no estudo até à hora que o corpo e a mente me autorizar. Nesta época de exames a coisa é particularmente mais complicada. Hoje, depois do almoço, estava a ler um livro de São Josemaria Escrivá e encontrei esta frase: “Quando te custa muito estudar, oferece a Jesus esse esforço. Diz-Lhe que continuas debruçado sobre os livros para que a tua ciência seja a arma com que possas combater os seus inimigos e ganhes muitas almas para Ele... Então podes ter a certeza de que o teu estudo está a caminho de se transformar em oração”. Que bom motivo para fazer mais uma maratona de estudo. Até amanhã!

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