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alinhamentos

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Qua | 31.10.12

O projecto

fcrocha

Na tentativa de convencer que um óvulo fertilizado não é um ser humano completo, algumas pessoas alegam que ele é apenas um projecto de vida.

 

Tome como exemplo a planta da sua casa. Ela serviu apenas como projecto para o construtor. Usando os desenhos, os empreiteiros juntaram o material de construção, começaram a levantar a estrutura, até que a casa foi construída. Depois disso, o projecto da casa poderia ser colocado no lixo.

 

Mas, quando você foi construído como ser humano, a história foi outra. Aquela célula única através da qual passou a existir não era um projecto. Na verdade era a própria casa compacta. A única coisa que mudou é que você cresceu. As únicas coisas que foram acrescentadas àquela célula foram os nutrientes, o oxigénio e, é claro, o tempo. Você já era tudo o que é hoje.

 

Pense nisso!

Ter | 30.10.12

Direito a não emigrar

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Ontem, o Papa Bento XVI defendeu o “direito a não emigrar”. É certo que até agora se falava muito no direito a poder emigrar. Mas, nesta altura de crise, emigrar deixou de ser um direito para passar a ser uma imposição. Por isso, o Papa convidou os governantes a fazerem o possível para criarem as condições necessárias para que as populações não sejam forçadas a emigrar. Disse o Papa que “mais importante ainda que o direito a emigrar, é preciso reafirmar o direito a não emigrar, isto é, criando condições para que cada um possa permanecer na sua terra". Vale a pena pensar nisto.

Sex | 26.10.12

Coincidências

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Fico sempre impressionado com a habilidade que o PSD de Paredes tem para fazer oposição a si próprio. É assim há bastantes anos. Esta semana, foi a vereadora Raquel Moreira da Silva que decidiu anunciar a cisão com o presidente da Câmara Municipal de Paredes e entregar os pelouros que lhe estavam atribuídos. Para os mais distraídos, pode parecer estranho a atitude da vereadora, pois muitos se recordarão de que esta foi uma fervorosa defensora da candidatura do “Celso Manuel”, como ela o tratava. Mas, na verdade, só os mais distraídos é que não perceberam que isto poderia acontecer. Há muito que Raquel Moreira da Silva se pôs a jeito para que lhe fossem retirados os pelouros. Como isso não aconteceu, ela própria os entregou. Coincidência ou não, a imprensa só na segunda-feira, ao final da manhã, recebeu a convocatória para a conferência de imprensa a realizar-se nesse mesmo dia, ao início da tarde, mas os opositores de Celso Ferreira que têm estado próximos do PS já o sabiam antes da imprensa. Eu não acredito em coincidências. Por isso, parece-me fácil de perceber para onde vai a vereadora do PSD que veio do CDS-PP.

 

Qui | 25.10.12

Então isto não dava lucro?

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Expliquem-me se faz favor: a RTP não é aquela empresa que toda a comunicação social nos fez acreditar que é auto-sustentável, que há dois anos consecutivos que dá lucro e que no ano passado teve mais de 15 milhões de euros de proveito? É que no Orçamento de Estado para o próximo ano, no Mapa II referente a Despesas Dos Serviços Integrados, está prevista uma verba de 272,6 milhões de euros para a RTP.

Qua | 24.10.12

Pode ser a solução

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Os factos: O Freeport foi licenciado no último dia do mandato de um ex-ministro; No último dia do seu mandato, o ex-Procurador Geral da Republica enviou escutas sobre o Primeiro-Ministro para o Supremo Tribunal de Justiça; Quase todos os políticos, nos últimos dias de mandato, arranjam emprego para os amigos e colaboradores.

 

Conclusão: Se passarmos os mandatos para três meses rapidamente se resolvem os problemas de produtividade e de desemprego.

Ter | 23.10.12

Uma república descaída

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Estava aqui a ler um artigo sobre manifestações e que está ilustrado com a foto daquela senhora com as maminhas à mostra em frente à polícia. Olhando bem, cheguei à conclusão que esta república é mais descaída do que a outra, que já tem 102 anos. É melhor deixar estar a que temos.

Qua | 17.10.12

Não o quero cá em casa

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Está tanto frio que o meu filho mais novo já queria que eu acendesse a lareira. Ora, a lareira acesa faz-me lembrar o Natal. Isto tudo fez-me lembrar que este ano vou fazer o Presépio apenas com dois reis magos: o Baltazar e o Belchior. Bolas, não quero o Gaspar cá em casa.

Sex | 12.10.12

Ser sério não chega

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Ser sério não chega I. Na semana passada, fui assistir a uma sessão da Assembleia Municipal de Paços de Ferreira. Pela terceira vez, ouvi o presidente daquela Câmara a justificar a dívida do município dizendo que o dinheiro não está no bolso dele. Para além disso, Pedro Pinto insistiu novamente no argumento de que a sua Câmara recebe menos dinheiro do Estado do que outras autarquias com o mesmo número de habitantes. Por isso, disse, não pode privar os seus cidadãos de ter os mesmos equipamentos que as populações de outros municípios.

 

Ser sério não chega II. Não acredito que Pedro Pinto não seja sério, da mesma forma que a oposição também acredita que ele é um homem honesto. Por isso não me parece que haja necessidade de, frequentemente, reafirmar que o dinheiro não foi parar aos seus bolsos. Mas, ao afirmar que recebe menos do que outros municípios e que contrai dívida para dar à população as mesmas oportunidades que as populações vizinhas, Pedro Pinto está a revelar uma de duas coisas: incompetência ou populismo.

 

Ser sério não chega III. Se eu tiver um vencimento de mil euros por mês e o meu vizinho da frente ganhar 10 mil, eu posso ter o mesmo nível de vida que ele? Como o vizinho que ganha dez vezes mais do que eu leva os seus filhos mensalmente à Disneyland, será prudente endividar-me para fazer o mesmo? Fazer despesa, sabendo que não tem receitas para fazer face às dívidas que está a gerar, é falta de cuidado; usar o mesmo argumento que usa Alberto João Jardim na Madeira é incompetência ou populismo.

 

Qui | 11.10.12

Foi por necessidade

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Paulo Campos, o deputado e ex-secretário de Estado socialista, disse ontem na SIC Noticias que, aos 47 anos, vive mensalmente com a ajuda dos pais. Agora compreendo as buscas da Policia Judiciária à casa de Paulo Campos: é que a provar-se que cometeu algum crime, terá sido, certamente, roubo por necessidade.

 

Qua | 10.10.12

Irónico

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A Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa manifestou-se hoje "extremamente preocupada" com o fim dos correspondentes da Lusa na região. Muitos destes 12 autarcas "extremamente preocupados" são os mesmos que tentam condicionar a imprensa regional e cortam a publicidade quando as notícias não lhes agradam. 

Dom | 07.10.12

A culpa é nossa

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Um amigo comentava comigo que, tal como eu, vai quase todos os dias levar ou buscar os filhos à escola. Dizia-me ele que muitas vezes, nos passeios junto à escola, é abalroado por adolescentes que vão contra as pessoas sem fazerem o mínimo esforço para se afastarem. Concluía esse amigo que “esta geração de miúdos é do piorio”.

 

É certo que os miúdos devem pouco à educação e ao respeito pelos mais velhos, mas esta geração não é “do piorio”. A minha geração é que é muito má. Porque foi a minha geração que não soube transmitir a estes adolescentes os valores que a geração dos meus pais nos passou. Por isso, a culpa não é deles, é nossa. Fomos nós que não nos preocupamos em educar.

Sab | 06.10.12

Uma questão de memória

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Só ao sábado é que tenho tempo para pôr a leitura em dia. Vai daí, estava aqui a ler umas declarações de Mira Amaral, o ex-ministro de Cavaco Silva, onde sugere que “este governo precisava de um tipo com cabelos brancos”. Esperem lá! Não foram os tipos que agora têm cabelos brancos que nos puseram na situação em que nos encontramos?

Sab | 06.10.12

Um doce veneno.

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O Cardeal Mazarin, sucessor de Richelieu e primeiro-ministro de França, escreveu um livro que deveria ser lido pela maioria dos autarcas desta região: “O Breviário dos Políticos”. Uma das máximas mais conhecidas deste livro é: “Em cada 15 que elogiam, pelo menos 14 mentem”. Mazarin conhecia bem quem o rodeava e resolveu escrever o seguinte conselho aos seus aduladores: “Fala sempre com um ar de sinceridade, e faz crer que cada frase saída da tua boca vem directamente do coração, e que a tua única preocupação é o bem comum. Afirma, além disso, que nada te é mais odioso do que a bajulação (…) Exercita-te em simular cada um dos sentimentos que pode ser útil manifestares, até estares como impregnado deles. Não mostres a ninguém os teus sentimentos reais. Disfarça o teu coração como se disfarça o rosto. Que as palavras que pronuncias, as próprias inflexões da tua voz participem no mesmo disfarce. Jamais esqueças que a maior parte das emoções se lê no rosto”.

 

Vem isto a propósito da bajulação, da adulação e da falsidade da vida política local. São poucas as actividades humanas que se prestam tanto ao exercício destas atitudes de subserviência interesseira como a política.

 

No interior deste mundo encontram-se os poderosos pontos focais dos agrados, da lisonja interesseira, da busca de acesso e proximidade, tanto pela capacidade de usar o poder para gratificar, escolher, promover, prestigiar, como para prejudicar, para perseguir, punir ou excluir pessoas. Para a maioria, a bajulação e o elogio são o caminho mais curto e seguro para chegar ao coração de quem lida com poder.

 

Não há como ignorar que são os políticos que geram os aduladores. Fossem eles mais resistentes e indiferentes às adulações, e elas não seriam praticadas com tanta frequência. São-no porque, por certo, produzem os resultados desejados.

 

A um ano das eleições autárquicas, começam a ver-se as bajulações e os efeitos delas. Aos políticos locais, convinha não esquecer o axioma de Mazarin – de 15 elogios, 14 são falsos – para não deixar embriagar o espírito crítico. O axioma pode até ser exagerado, mas não estará muito longe da realidade.

 

Qui | 04.10.12

Ser agradecido.

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Já há alguns dias que o cartaz que se vê nesta foto está colocado na fachada do antigo pavilhão gimnodesportivo de Paredes e que agora alberga uma parte da exposição “Art on Chairs”. Estão inscritos centenas de nomes e, numa cor mais clara, também se pode ler a palavra “Obrigado”. Pensei: a Câmara Municipal agradece a quem colaborou na exposição. É um gesto bonito.

 

 

No entanto, ontem à noite, enquanto passeava a pé pela cidade, tive curiosidade por ler alguns daqueles nomes inscritos no gigantesco cartaz e descobri que estava enganado. Ora, se tivermos em conta alguns dos nomes que lá constam (como o da foto abaixo), facilmente se percebe que o cartaz não foi feito pela Câmara. Aqueles todos é que agradecem à Câmara.

 

Para a próxima, vou dar um passeio pelos lados do campo de golfe, deve lá estar outro cartaz.

 

Qua | 03.10.12

É preciso mais.

fcrocha

Há quase 30 anos, tal como agora, o nosso país recorreu à ajuda externa. Dessa vez foi o FMI a amparar o país, desta vez foi a “troika”. Há 30 anos, era a esquerda que aplicava as medidas de austeridade e a direita que reclamava; hoje, é ao contrário. As políticas de austeridade estão a dar os mesmo resultados que deram das outras vezes: as contas públicas começam a equilibrar-se.

 

Mas esta crise não se resolve apenas pondo as contas públicas em dia. A origem de todos os problemas é a falta de produtividade do país. Se o país chegou a esta situação de falência, foi porque não produz praticamente nada. É certo que tivemos Governos que gastaram dinheiro como se não houvesse amanhã, mas a causa de tudo isto é o facto de não produzirmos nada. De nada nos servirá ficar com as contas públicas liquidadas se entretanto não começarmos a produzir para exportar. A não ser que deixemos todos de comer, as contas vão voltar a desequilibrar-se, vamos voltar a pedir dinheiro emprestado, a gastar o que não é nosso e, certamente, voltar a ficar a dever a quem nos emprestou o dinheiro.

 

Já vem do tempo em que Cavaco Silva era o primeiro-ministro o país cometer erros descomunais no tecido produtivo. A enxurrada de dinheiro barato que recebemos desde então serviu apenas para fazer prosperar negócios que não produzem nada, em sectores de actividade que não passam de serviços, e afectou de forma catastrófica toda a economia nacional.

 

Como seria fácil de perceber, um país que há mais de 20 anos anda a destruir os sectores produtivos, rapidamente deixa de ter o que vender. E como não vende, não recebe. Como não recebe, pede emprestado. Quem pede emprestado, tem que pagar. Foi isto que nos aconteceu.

 

Nas três vezes que o país precisou de ajuda financeira internacional, o Estado comprometeu-se a fazer reformas estruturais e a liberalizar a economia, para não sufocar quem ainda produz alguma coisa. Receio que, como há 30 anos, os resultados sejam os mesmos. Se assim for, é uma questão de tempo até precisarmos novamente de ajuda.

 

Seg | 01.10.12

Andam distraídos.

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Há uns dias, o Tribunal de Contas revelou que dois ex-ministros e um ex-secretário de Estado fizeram um negócio que lesa o Estado (os portugueses) em 750 milhões de euros por ano, durante 20 anos. Perante isto, os indignados e revoltosos não se vão manifestar? É por não saberem a morada do Mário Lino? Eu arranjo a morada e, se quiserem, até os levo à porta do homem.