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alinhamentos

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Sex | 24.02.12

Gratuito ou pago?

fcrocha

Na nossa região, os jornais regionais e locais pagos passaram a ser uma minoria. Mesmo os que têm preço de capa são distribuídos gratuitamente aos molhos nos cafés e restaurantes. Mas porque é que, de repente, a imprensa regional passou quase toda a ser gratuita? Não é certamente para encontrar mais publicidade, pois um estudo da Associação Portuguesa de Anunciantes afirma que os portugueses avaliam de forma negativa a publicidade inserida nos jornais gratuitos. Segundo o mesmo estudo, as marcas que publicam anúncios nos jornais gratuitos são vistas como sendo “populares” e não criam apego emocional. Eu acredito que os jornais tornaram-se gratuitos por causa do trabalho que dá e dos custos que acarreta vender em banca.


Veja-se o exemplo do nosso Jornal. O Jornal Verdadeiro Olhar é vendido em 125 bancas e até chegar a cada uma das bancas é necessário executar uma série de tarefas demoradas e caras. Todas as semanas é necessário emitir 125 guias de remessa para distribuir o jornal, uma tarefa que leva algumas horas. Simultaneamente com as guias de remessa, é imprescindível emitir 125 facturas referentes às vendas dos jornais das semanas anteriores. Antes de emitir as guias, é necessário analisar as vendas de cada uma das bancas para que se possa ajustar o número de jornais expedidos às vendas de cada um dos quiosques. Depois das guias de remessa prontas, é necessário agrupar os jornais em 125 grupos, um para cada banca. Agora, tudo está pronto para que o jornal seja distribuído pelas bancas. Mas até que isso aconteça, um distribuidor fará perto de 400 quilómetros até que tenha percorrido todas as bancas destes cinco concelhos. Em cada um dos quiosques, o distribuidor recolhe as sobras da semana anterior e entrega a nova edição. Quando regressa à redacção, é necessário que alguém trate cada uma das guias que traz consigo, para que na semana seguinte se volte ao iniciar todo este processo. Como se pode ver, para que o jornal esteja à venda é indispensável, todas as semanas, dois dias trabalho, três pessoas e muitos custos associados. Percebe agora porque é mais fácil ter um jornal gratuito e distribui-lo aos braçados?


Ainda que dê muito trabalho e traga muitos custos, continuaremos a ser um jornal pago. Acredito que o que tem valor tem que ser pago. Um Jornal que é feito por profissionais que se dedicam a tempo inteiro ao seu trabalho não pode ser oferecido. Um jornal é muito mais do que umas letras impressas em folha de jornal. 

 


Dom | 19.02.12

Editorial de 17 de Fevereiro de 2012

fcrocha

Aposta na qualidade. É certo que regularemente ouvimos falar de empresas que fecharam, mas também é certo que existem empresas que, em tempos de crise, são um exemplo de sucesso. Dois desses exemplos, que destacamos nesta edição, são a Jocilma e a Irmafer. A primeira é uma empresa de Paredes dedicada à indústria do mobiliário, que tem 133 funcionários e exporta a totalidade da sua produção para 44 países. A segunda é uma empresa especializada na montagem de estruturas para eventos e tem a sede na Capital do Móvel. Foi a responsável pelas estruturas da Cimeira da Nato, o Tratado de Lisboa, a Cimeira Ibero-Americana, o Rock In Rio, a Visita do Papa, o Circuito da Boavista, o Red Bull Air Race e o Guimarães Capital Europeia da Cultura. O que têm a comum estas duas empresas? Apostaram na modernidade, eficiência e na qualidade. Quando o mercado tem menos dinheiro para gastar torna-se mais selectivo, compra menos, mas compra com mais qualidade. A qualidade, como se vê nestes dois exemplos, poderá ser um caminho para contornar a crise.


A queda dos valores. Nesta edição também damos destaque a uma notícia que é triste mas  retrata bem a degradação moral a que chegou parte da nossa sociedade. No dia de Natal, dois jovens assaltaram e agrediram o próprio avô de 80 anos para lhe roubarem sete mil euros. Fazer isto a uma qualquer pessoa é criminoso. Fazer isto a um idoso é incompreensível. Fazer isto a um avô acamado é selvagem. Este assalto não é uma consequência da crise. É um efeito da queda dos valores morais na sociedade. É a resultado de uma sociedade que perde constantemente o respeito pelo que é belo, pelo que é bom, pelas pessoas e pela família. É o resultado de uma sociedade que há muito passou os limites da liberdade.


Tiro no pé. Na última Assembleia Municipal, o PS de Penafiel, para mostrar que não está contra os investimentos no concelho, propôs que a construção da casa das selecções fosse feita nos terrenos da Bracalândia. Segundo os socialistas, este projecto seria muito importante para o concelho e para a região. Confesso que não percebi a importância que isto poderia trazer para a região, mas parece que o que é certo é que a proposta caiu por terra. Pois, logo a seguir à proposta dos socialistas, a Assembleia Municipal ficou a saber que existe um plano de recuperação para a Bracalândia e que, provavelmente, abrirá portas na próxima Primavera.

Sex | 10.02.12

Os sindicatos

fcrocha

Sindicatos I. Em Outubro de 2009, duas empregadas da Misericórdia de Penafiel foram suspensas e alvo de um processo disciplinar. Eram acusadas de justificar falsamente as suas faltas ao trabalho e de roubar alimentos da Misericórdia. Isto só foi notícia porque uma das funcionárias era a delegada sindical e, como tal, teve direito ao show-off armado pela estrutura sindical. Agora, o caso volta a reaparecer. Desta vez, foi o sindicato a comunicar que a sua delegada sindical havia sido readmitida. Neste momento, o leitor deve estar pensar que a senhora foi reintegrada porque se provou a sua inocência. Nada disso! Segundo um comunicado do sindicato, a delegada sindical foi reintegrada porque “o actual Provedor aceitou a reivindicação do sindicato de integrar sem mais a nossa Delegada”. Mas diz mais, atesta que o novo Provedor “preferiu evitar mais custos para a instituição e evitar ter que enfrentar o julgamento no Tribunal do Trabalho”. Ou seja, o sindicato não fez questão de provar que as denúncias que caíam sobre a sua sindicalista eram falsas; o Provedor não resistiu à pressão do sindicato e cedeu.


Sindicatos II. Não quero, nem posso, tecer juízos de valor sobre as acusações que foram feitas à delegada sindical, mas não posso deixar de estranhar o deleite do sindicato pelo facto de ter conseguido a admissão da empregada por via da coacção, em vez de ter conseguido comprovar a sua inocência. A postura deste sindicato afecto à CGTP é a mesma de outros: conseguir os seus objectivos através da pressão, nunca pela razão.


Sindicatos III. Falar de sindicatos é falar da CGTP e, consequentemente, do PCP. A CGTP é o braço armado do PCP, com os discursos sempre ajustados com a orientação comunista. A CGTP luta por conseguir cada vez mais Estado, porque a sua força está nas áreas da administração pública e nas empresas públicas, essencialmente nas empresas de transportes públicos. É aqui que os sindicatos mostram a sua força, paralisando os serviços essenciais, acarretando prejuízos aos utentes e ao país. É surpreendente que, num país europeu e democrático, um partido que tem uma expressão eleitoral marginal seja detentor de um instrumento que provoca tantos danos aos portugueses e a Portugal. Um dia desses, pode valer a pena fazer contas quanto à relação entre o valor auferido pelos delegados sindicais e a sua produção. Facilmente se chegará à conclusão que são, provavelmente, a classe dependente menos produtiva do país.

 

Ter | 07.02.12

“Qualquer pessoa é capaz de ficar alegre e de bom humor quando está bem vestida.”

fcrocha

A frase do título é do meu autor preferido: Charles Dickens. Hoje, celebra-se o seu bicentenário.

Nasceu a 7 de Fevereiro de 1812 e foi o maior escritor inglês do período vitoriano. É considerado por muitos como sendo um dos maiores romancistas de sempre. Prova disso são os milhares de livros de Dickens que se continuam a vender em todo o mundo.

Charles Dickens foi o responsável pela publicação em série. Dickens criava episódios que davam às suas histórias um ritmo particular, que faziam com que o público se mantivesse atento e ansioso pelo próximo capítulo.

Quase todas as suas obras estão impregnadas de um humor fino e inteligente. A obra “Great Expectations” é considerada a mais perfeita das escritas por Dickens. Cria um elo de ligação completo entre a realidade e a fantasia, sempre com a habitual crítica social, tudo condimentado com bom humor.

Um dos romances mais conhecidos de Charles Dickens é o seu conto de Natal “A Christmas Carol”, escrito em 1843, em menos de um mês. Na altura, Dickens escreveu este livro para pagar umas contas atrasadas. Estava longe de imaginar que nos primeiros dias seriam vendidos mais de 6 mil exemplares e que se tornaria num dos maiores clássicos de Natal.

Para comemorar os 200 anos de Charles Dickens, está a decorrer uma maratona leitura de 24 horas, em 24 países, das obras de Dickens. Podem acompanhar através do Twitter do British Council.