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alinhamentos

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Sex | 31.12.10

Mais uma tentativa falhada de Artur Penedos para calar o VERDADEIRO OLHAR

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No passado dia 13 de Outubro, o vereador do PS/Paredes Artur Penedos fez mais uma queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) contra o Jornal Verdadeiro Olhar. Novamente, com recurso a manobras de vitimização. A resposta da ERC chegou hoje.

 

Desta vez, Artur Penedos ainda foi mais longe. Numa carta enviada à ERC com o título “Diabruras de um director de jornal”, referindo-se ao mim, o vereador pedia que a ERC me desse “uma punição exemplar” porque, continua a carta de Penedos, “os estatutos e o quadro deontológico dos jornalistas e dos órgãos de comunicação social, se bem conheço, não consentem comportamentos dessa natureza”. A carta termina com um reforço do pedido da “punição exemplar”, solicitando a “aplicação das medidas tidas por conveniente” para que, segundo Artur Penedos, “sejam eliminados os abusos de poder e atentados à dignidade das pessoas”.

 

O que disse a ERC sobre isto?

 

A ERC começa por explicar a Artur Penedos o que é um texto humorístico e satírico. Depois, explica-lhe que qualquer “leitor médio” perceberia aquilo que Artur Penedos não percebeu: estamos na presença de um texto de humor.

 

A ERC é categórica em afirmar que estamos perante “um exercício da liberdade de expressão, entendida como ‘o direito de exprimir e divulgar livremente o pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio’ (cfr. Art.º 37º, nº1, da Constituição da República Portuguesa)”. Ou seja, a mesma liberdade de expressão que Artur Penedos tenta, sucessivamente, retirar-nos.

 

Quanto à “punição exemplar” que o assessor do Primeiro-Ministro pediu que me seja aplicada, a ERC assegura que “o texto objecto de Queixa não é susceptível de ferir a dignidade do visado”, afirmando que a peça se “situa na esfera do exercício da liberdade de expressão”.

 

Contra factos, não há argumentos! Hoje, voltou a ficar provado que Artur Penedos tenta a todo o custo retirar a liberdade de expressão ao Jornal Verdadeiro Olhar e a mim próprio, o que é inadmissível num país livre e democrático.

 

A razão está sempre do lado da verdade!

Sex | 31.12.10

Pais maus

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Deus abençoe os pais maus!

Um dia, quando os meus filhos forem suficientemente crescidos para entenderem a lógica que motiva um pai, hei-de dizer-lhes:

- amei-vos o suficiente para ter perguntado: onde vão, com quem vão, e a que horas regressam a casa?

- amei-vos o suficiente para ter insistido em que juntassem o vosso dinheiro e comprassem uma bicicleta, mesmo que eu tivesse possibilidade de a comprar.

- amei-vos o suficiente para ter ficado em silêncio, para vos deixar descobrir que o vosso novo amigo não era boa companhia.

- amei-vos o suficiente para vos obrigar a pagar a pastilha que “tiraram” da mercearia e dizerem ao dono: “Eu roubei isto ontem e queria pagar”.

- amei-vos o suficiente para ter ficado em pé, junto de vós, durante 2 horas, enquanto limpavam o vosso quarto (tarefa que eu teria realizado em 15 minutos).

- amei-vos o suficiente para vos deixar ver fúria, desapontamento e lágrimas nos meus olhos.

- amei-vos o suficiente para vos deixar assumir a responsabilidade das vossas acções, mesmo quando as penalizações eram tão duras que me partiam o coração.

- Mais do que tudo, amei-vos o suficiente para vos dizer NÃO quando sabia que me iríeis odiar por isso.

Estou contente, venci. Porque, no final, vocês venceram também. E, qualquer dia, quando os vossos filhos forem suficientemente crescidos para entenderem a lógica que motiva os pais, vocês hão-de dizer-lhes, quando eles vos perguntarem se os vossos pais eram maus …que sim, que éramos maus, que éramos os pais piores do mundo:

- «Os outros miúdos comiam doces ao pequeno almoço; nós tínhamos de comer cereais, ovos, tostas.

- Os outros miúdos bebiam Pepsi ao almoço e comiam batatas fritas; nós tínhamos de comer sopa, o prato e fruta. E – não vão acreditar – os nossos pais obrigavam-nos a jantar à mesa, ao contrário dos outros pais.

- Os nossos pais insistiam em saber onde nós estávamos a todas as horas. Era quase uma prisão.

- Eles tinham de saber quem eram os nossos amigos, e o que fazíamos com eles.

- Eles insistiam em que lhes disséssemos que íamos sair, mesmo que demorássemos só uma hora ou menos.

- Nós tínhamos vergonha de admitir, mas eles violaram as leis de trabalho infantil: tínhamos de lavar a loiça, fazer as camas, lavar a roupa, aprender a cozinhar, aspirar o chão, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis. Acho que eles nem dormiam a pensar em coisas para nos mandarem fazer.

- Eles insistiam sempre connosco para lhes dizermos a verdade, apenas a verdade e toda a verdade.

- Na altura em que éramos adolescentes, eles conseguiam ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata.

- Os pais não deixavam os nossos amigos buzinarem para nós descermos. Tinham de subir, bater à porta, para eles os conhecerem.

- Enquanto toda a gente podia sair à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de esperar pelos 16.

- Por causa dos nossos pais, perdemos imensas experiências da adolescência. Nenhum de nós, alguma vez, esteve envolvido em roubos, actos de vandalismo, violação de propriedade, nem foi preso por nenhum crime. Foi tudo por causa deles.

Agora que já saímos de casa, somos adultos, honestos e educados; estamos a fazer o nosso melhor para sermos “maus pais”, tal como os nossos pais foram».

 

fonte: http://familia.aaldeia.net

Qui | 30.12.10

Figuras e factos de 2010

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Mais uma vez o VERDADEIRO OLHAR distinguiu as figuras e as instituições que se destacaram durante este ano que hoje termina. Este ano, Alberto Santos é repetente na nossa maior distinção: Personalidade do Ano. Se 2009 foi um ano bom para o autarca penafidelense, 2010 foi um ano excelente no plano político e pessoal.

 

No plano político – e estando no seu último mandato – Alberto Santos não se limitou à gestão corrente, promovendo iniciativas que projectaram o nome de Penafiel no país. A Escritaria continua a ser um sucesso e, este ano, trouxe ao concelho para homenagear Agustina Bessa-Luís nomes como Manoel de Oliveira ou Inês Pedrosa. Foi também este ano que o autarca viu o Museu Municipal ser agraciado com o prémio de Melhor Museu Português do Ano, o que prova que a aposta que fez estava correcta. Penafiel foi o primeiro concelho do país a conseguir a redução de sal no pão, apenas com o entendimento com os fabricantes, antes da medida ter a força de Lei. Foi também este concelho o primeiro do país a tomar medidas de austeridade e contenção da despesa, fruto da grave situação económica que o país atravessa, com cortes em subsídios e o cancelamento de alguns eventos populares. Alberto Santos fê-lo às claras, justificando cada medida adoptada. A terminar o ano, o político conseguiu ser reeleito presidente da concelhia do PSD/Penafiel sem oposição.

 

Foi também este ano que o escritor Alberto S. Santos reafirmou a sua presença na literatura nacional. Em 2010, a “A Escrava de Córdova” passou a integrar o Plano Nacional de Leitura do 10º ano, no mesmo ano em que foi editado pela Porto Editora o novo livro de Alberto S. Santos: “A Profecia de Istambul”. Este romance tem colhido as melhores criticas nacionais e são várias as figuras nacionais que se têm juntado ao autor nas apresentações do livro.

 

Argumentos mais que suficientes para que elegêssemos, por unanimidade, Alberto Santos para Personalidade do Ano.

Qua | 29.12.10

O fato usado do presidente

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Três dias antes do Natal, assistia calmamente ao Telejornal da RTP1 quando vi a grande notícia da noite. Entre os atentados em Bagdade e as agências de rating, uma voz off anuncia o que as câmaras filmam: o presidente da maior empresa pública portuguesa a levar dois saquinhos de papel com roupa usada e um brinquedinho (usado) para uns caixotes de cartão, cheios de coisas usadas para oferecer no Natal. Fiquei comovida. Que imagem de boa pessoa, que gesto bonito: pegar num fatinho usado do seu guarda-vestidos que deve ter uns 200 e num pequeno brinquedo de peluche, e depositar tudo no caixote de cartão para posteriormente ser redistribuído? À administração da empresa? Não, a notícia explica que é para oferecer aos pobrezinhos, que estão a aumentar com a crise. A RTP, Telejornal à hora nobre, filma o comovente gesto. Em off, o locutor explica o sentido dizendo que alguém vai ter no sapatinho um fato de marca. Olhando para os sacos de papel, percebe-se que esse alguém também receberá umas meias usadas e talvez mesmo uma camisa de marca usada.

 


Primeiro, pensei que estava a dormir e um pesadelo me fizera voltar ao tempo de Salazar, à RTP a preto e branco ou à série da Rita Blanco «Conta-me como foi».

  


Mas não, eu estava acordada e a ver o presidente da EDP no Telejornal da RTP 1 (podem ver o filme na net) posar sorridente para as câmaras, a levar um saquinho a um caixote, que não era de lixo, mas de oferta. Por acaso, estava à porta da EDP a RTP a filmar o gesto. Iam a passar e filmaram, certamente, porque para os pobres os fatos em segunda mão de marca assentam como uma luva. Um velhinho num lar de Vila Real vestido Rosa & Teixeira sempre é outra coisa. Ou o homeless na sopa dos pobres com Boss faz outra figura, ou o desempregado com Armani numa entrevista do fundo de desemprego... Mentalidade herdada do Estado Novo, foi a minha primeira análise, teorizando imediatamente que os ricos em Portugal, os que recebem prémios de milhões em empresas públicas e ordenados escandalosos e que puseram o mundo e o país como se vê, são os mesmos com a mesma mentalidade salazarenta. Mas nem é verdade, pois, mesmo nesse tempo, as senhoras do regime organizavam enxovais novos nas aulas de lavores do meu liceu para dar no Natal aos pobres que iam nascer.

  


Tantos assessores de imprensa na EDP, tantos assessores na Fundação EDP, milhões de euros gastos em geniais campanhas de marketing, tantas cabeças inteligentes diariamente pagas para vender a imagem do presidente da EDP, tudo pago a preço de ouro, e não concebem nada melhor do que mandar (!?) filmar, no espaço do Telejornal mais importante do país, um gesto indigno, triste, lamentável, que envergonha quem vê. Não têm vergonha? Não coraram? E a RTP que critérios usa no Telejornal para incluir uma notícia?

 


Há uns meses escrevi ao presidente da EDP e telefonei-lhe mesmo, a pedir ajuda da empresa para reparar a velha instalação eléctrica, gasta pelo uso e pelo tempo, de uma instituição, onde vivem 40 adultas cegas e com deficiências e que têm um dos mais ricos patrimónios culturais do país. A instituição recebeu meses depois a resposta: a Fundação EDP esclarecia que esse pedido não se enquadrava nas suas atribuições. Agora percebi. Pedia-se fios eléctricos, quadros eléctricos novos e lâmpadas novas. Devia-se ter escrito ao senhor presidente da maior empresa (pública) portuguesa, com os maiores prémios de desempenho, cujo vencimento é superior ao do presidente dos Estados Unidos, para que oferecesse uma lâmpada em segunda mão, que ainda acendesse e desse alguma luz. Talvez assim mandasse um dos seus motoristas, com um dos geniais assessores de imprensa e um dos fantásticos directores de marketing, avisar a RTP (a quem pagamos uma taxa na factura da luz) para virem filmar a entrega da lâmpada num saquinho de papel.


2011 anuncia-se um ano duro para os portugueses e sê-lo-á tanto mais quanto os responsáveis pelo estado a que se chegou não saírem da nossa frente.

 

Zita Seabra, DN 2010-12-26

Ter | 28.12.10

ABORTO: HORA DE REABRIR A DISCUSSÃO

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Os últimos dados estatísticos provam aquilo que para muitos era óbvio, antes de se alterar a legislação: três anos depois da despenalização do aborto em Portugal, o número de abortos está a crescer de forma assustadora.
 
Este ano, foram feitos, em média, 53 abortos por dia.
 
Na análise a estes números, o director de obstetrícia do Hospital de Santa Maria lamenta que as mulheres não tenham compreendido a lei e que não haja mais medidas de prevenção da gravidez.
 
A realidade é de tal modo assustadora, com os especialistas e defensores da lei a reconhecerem que a prática do aborto é hoje um método anti-concepcional, que só por si deveria levar os responsáveis a reconhecer o erro das teses que defenderam em 2007.
 
Diante de uma tragédia destas dimensões, o pior que se pode fazer é persistir no erro. Três anos depois, está na altura de se reabrir uma discussão que nunca foi feita de forma honesta. Os que em 2007 defenderam com tanto calor os direitos das mulheres não podem agora ficar calados diante das estatísticas que, em 2010, são reais, ao contrário dos números ilusórios que se debateram há três anos.

Raquel Abecasis
Fonte: RR on-line, 27-12-2010

Seg | 27.12.10

Sugestão de leitura

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Meditação do Natal

Autor: Hugo de Azevedo

Editor: Diel

Preço: €5,05

 

Esta semana sugiro este livro, cujo título diz tudo. É uma Homilia para a quadra do Natal mas pela sua actualidade e perenidade tem aplicação a qualquer época do ano: o nascimento do Menino Deus é um mistério sempre presente na vida dum cristão e a sua meditação ajuda a encontrar a humanidade e divindade de Cristo.

 

O autor diz a dado passo: “os caminhos humanos são caminhos bons, adequados aos mais elevados anseios de infinitude – anseios que o próprio Deus em nós criou e fomentou até graus inimagináveis ao vir à Terra para nos unir a Si (...) A natureza pode conduzir a Deus. É digna de que Deus a faça caminho para Si, porque é boa, participa da sua Bondade”.

 

Hugo de Azevedo nasceu em Santo Tirso a 16 de Janeiro de 1932. Doutorou-se em direito canónico e em direito civil comparado, em Roma. Recebeu o sacramento da ordem em 7 de Agosto de 1955. É autor de vários livros, entre eles: Uma Luz no Mundo, uma biografia de São Josemaria Escrivá. É jornalista e colabora em diversos jornais e revistas.

 

 

  

O Fim do Império Romano

Autor: Adrian Goldsworthy

Editor: Esfera dos Livros

Preço: €34,00

 

 

A Esfera dos Livros lançou a obra “O Fim do Império Romano”, de Adrian Goldsworthy. Goldsworthy já tem editado em Portugal “Generais Romanos” e “César, A vida de um colosso”.

 

Se há um facto que as pessoas conhecem do Império Romano é que ele caiu. Foi no ano 476 d.C. que Rómulo Augusto, o último imperador do Ocidente, foi deposto e enviado para um exílio confortável. Por essa altura, já a maioria das províncias do ocidente tinha sido devastada pelos senhores da guerra germânicos. O mesmo destino abatia-se, agora, sobre Roma.

 

Como é que esta superpotência entrou em decadência e desapareceu é uma das grandes questões da História, uma porta aberta para compreendermos a ascensão e queda de outros impérios e países ao longo da História e daí retirar importantes lições para os dias de hoje.

 

Para Adrian Goldsworthy, autor de Os Generais Romanos – Os homens que construíram o Império Romano e César – A vida de um colosso, o colapso do Império Romano do Ocidente foi apenas o ponto final num processo que se tinha iniciado séculos antes.

 

Esta épica história começa com a morte do imperador Marco Aurélio, em 180 d.C., quando Roma era, ainda, a única superpotência mundial e continua com uma longa e lenta decadência que atravessa o caos do século III, o Cisma do século IV e termina no século V com o colapso final.

 

Baseado numa rigorosa investigação, em textos da época e usando os mais recentes dados arqueológicos, o historiador Adrian Goldsworthy recria com perícia e vivacidade os últimos e violentos momentos do mundo romano.»

Sab | 25.12.10

Diálogo entre o Pai Natal e o Menino Jesus

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Foi numa esquina qualquer que se encontraram o Pai Natal e o Menino Jesus. Enquanto aquele se preparava para trepar um prédio, com o seu saco às costas, este último, recém-nascido, descia à terra e oferecia-se inerme, num pobre estandarte, que cobria uma mísera janela.

 


- Quem és tu, Menino – disse o velho – e que fazes por aqui?! É a primeira vez que te vejo!

  


- Sou Jesus de Nazaré e ando há vinte séculos à procura de uma casa que me receba e, como há dois mil anos em Belém, não há quem me dê pousada.

  


- Pois não é de estranhar! Não vês que vens quase nu?! Porque não trazes roupas quentes, como as que eu tenho, para me proteger do frio do inverno?

  


- O calor com que me aqueço é o fogo do meu amor e o afecto dos que me amam.

  


- Eu trago muitos presentes, para os distribuir pelas casas das redondezas. E tu, que andas por aqui a fazer?

  


- Eu sou rico, mas fiz-me pobre, para os pobres enriquecer com a minha pobreza. Eu próprio sou o presente de quem me acolher. Não vim ensinar os homens a ter, mas a ser, porque quanto mais despojada é a vida humana, maior é aos olhos do Criador.

  


- E de onde vens e como vieste até aqui? Eu venho da Lapónia, lá para as bandas do pólo norte.

  


- Eu venho do céu, de onde é o meu Pai eterno, e vim ao mundo pelo sim de uma virgem, que me concebeu do Espírito Santo.

  


- Que coisa estranha! Nunca ouvi falar de ninguém que tenha nascido de uma virgem e assim tenha vindo ao mundo! E não tens nenhum animal que te transporte para tão longa viagem, como eu tenho estas renas?

  


- Um burrinho foi a minha companhia em Belém, e foi também o meu trono real, na entrada triunfal em Jerusalém.

  


- Um burro?! Não é grande coisa, para trono de um rei…

 


- O meu reino não é deste mundo e a sua entrada é tão estreita que os meus cortesãos, para lá entrarem, se têm que fazer pequeninos, porque destes é o meu reino.

 


- E que coisas ofereces? Que tesouros tens para dar? Que prometes?

 


- Trago a felicidade, mas escondida na cruz de cada dia; trago o céu, mas oculto no pó da terra; trago a alegria e a paz, mas no reverso das labutas do próprio dever; trago a eternidade, mas no tempo gasto ao serviço dos outros; trago o amor, mas como flor e fruto da entrega sacrificada.

 


- Pois eu trago as coisas que me pediram: jogos e brinquedos para os miúdos e, para os graúdos, saúde, prazer, riqueza e poder. Mas, por mais que lhes dê, nunca estão satisfeitos!

 


- A quem me dou, quer-me sempre mais na caridade que tem aos outros, porque é nos outros que eu quero que me amem a mim.

 


- Mais um enigma! De facto, somos muito diferentes, mas pelo menos numa coisa nos parecemos: ambos estamos sós, nesta noite de consoada!

 


- Eu nunca estou só, porque onde estou, está sempre o meu Pai e onde eu e o Pai estamos, está também o Amor que nós somos e estão aqueles que me amam.

 


- Bom, a conversa está demorada e ainda tenho muitas casas para assaltar, pela lareira, como manda a praxe.

 


- Eu estou à porta e bato e só entrarei na casa de quem liberrimamente me abrir a porta do seu coração e aí cearei e farei a minha morada.


- Pois sim, mas eu vou andando que já estou velho e cansado …

 


- Eu acabo de nascer e quem, mesmo sendo velho, renascer comigo, será como uma fonte de água viva a jorrar para a vida eterna.

O velho Pai Natal, resmungando, subiu ao telhado do luxuoso prédio, atirou-se pela chaminé abaixo e desapareceu.

 


Foi então que a janela onde estava o estandarte se abriu e uma pobre velhinha de rosto enrugado, como um antigo pergaminho, beijou o reverso da imagem do Deus Menino, que estremeceu de emoção. A seguir, encostou a vidraça, apagou a luz e, muito de mansinho, adormeceu. Depois, o Menino Jesus, sem a acordar, pegou nela ao colo e, fazendo do seu pendão um tapete mágico, levou-a consigo para o Céu.   


P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Sex | 24.12.10

Natal

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Num dos discursos de Natal, o Papa Bento XVI lembrou que o Natal “é uma profecia de paz para cada homem” e que “hoje, como nos tempos de Jesus, o Natal não é um conto para Crianças, mas a resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da paz verdadeira”. Na semana passada, o Santo Padre afirmou que “para nós, Deus não é uma hipótese distante, não é um desconhecido que se retirou depois do ‘big-bang’. Deus mostrou-se em Jesus Cristo. No rosto de Jesus Cristo vemos o rosto de Deus. Nas suas palavras, ouvimos o próprio Deus a falar connosco”. Oxalá que festejemos o Natal com muita alegria, sem nos esquecermos do Aniversariante, até porque o Natal não é quando o homem quiser. É no Natal, uma vez por ano. Desejo-lhe um Santo Natal!

Qui | 23.12.10

Derrotados.

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No domingo passado, a Cooperativa de Electrificação A Lord foi a votos. Pela primeira vez, concorreram duas listas: uma liderada por Francisco Leal, o actual presidente, a outra liderada por José António Couto. Nesta eleição há dois factos a salientar. O primeiro tem a ver com o número de eleitores. Se na última eleição apenas 100 cooperantes exerceram o direito de voto, desta vez foram quase 800 os votantes. O segundo facto a reter é a derrota expressiva da lista de José António Couto, que obteve apenas 27 por cento dos votos, contra os 73 por cento da lista vencedora. Este facto só tem interesse por um motivo: esta lista contava com o apoio declarado do presidente da Câmara Municipal de Paredes e do presidente da Junta de Freguesia de Lordelo. Estes sim, são os verdadeiros derrotados desta eleição. Para quem acreditava que estes dois pesos [que afinal não são] pesados faria decidir as eleições, enganou-se. Parece que a influência que têm em Lordelo já não é o que era… se é que alguma vez foi.

Ter | 21.12.10

COISAS A RECORDAR PARA O NATAL CRISTÃOE FAMILIAR

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O PRESÉPIO 
 
 A preparação de presépios nas habitações domésticas (em que estarão envolvidas particularmente as crianças) torna-se ocasião para que os vários membros da família entrem em contacto com o mistério do Natal e se reúnam.
 
 A piedade popular percebe que só se pode celebrar o Natal do Senhor num clima de sobriedade e de jubilosa simplicidade, não se deixando levar pelo clima consumista, e com uma atitude de solidariedade para com os pobres e os marginalizados; a expectativa do nascimento do Salvador faz com que o povo seja sensível ao valor da vida e ao dever de a respeitar e proteger desde a sua concepção.
 
 No tempo do Natal, a piedade popular percebe intuitivamente:
 
 - o valor da «espiritualidade do dom», própria do Natal: «um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado» (Is 9, 5),
 
 - a mensagem de solidariedade: com o homem pecador; com os pobres, porque o Filho de Deus, «sendo rico se fez pobre» (2 Cor, 8, 9)
 
 - o valor sagrado da vida e o evento admirável que acontece em cada parto de mulher, dado que foi através do parto de Maria que o Verbo da vida veio para o meio dos homens e se tornou visível (cfr. 1 Jo 1, 2)
 
 - o valor da alegria e da paz messiânica.
 
 Há que estar atentos para que a forte tradição religiosa conexa com a Natal não se torne terreno de operações de consumismo e infiltrações de neo-paganismo. 
 
A NOITE DE NATAL
 
 Terá lugar a inauguração do presépio doméstico que pode dar lugar a um momento de oração de toda a família: oração que compreenda a leitura do relato de Lucas sobre o nascimento de Jesus, em que haja cantos típicos do Natal e se eleve a súplica e o louvor, sobretudo das crianças, protagonistas deste encontro familiar;
 
 A inauguração da árvore de Natal. (...) símbolo fortemente evocativo, não só da árvore da vida plantada no centro do Éden (cf. Gn 2,9), mas também da árvore da cruz, assumindo assim um significado cristológico: (...) Podem juntar-se «prendas»; todavia, entre as prendas não poderá faltar o presente para os pobres, dado que fazem parte de cada uma das famílias cristãs.
 
 A ceia de Natal. A família cristã que, seguindo a tradição, em cada dia abençoa a mesa e agradece ao Senhor o dom do alimento, efectuará este gesto com maior intensidade e atenção na ceia de Natal, em que se manifestam com toda a sua força a solidez e a alegria dos laços familiares.
 
 A Missa da meia-noite (Missa do Galo), de grande significado litúrgico e de forte ascendente popular poder-se-á valorizar.
 
 No termo da celebração poderá haver lugar para os fiéis beijarem a imagem do Menino Jesus

Do Directório sobre a piedade popular e a liturgia

Seg | 20.12.10

Arre, burriquito...

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...Vamos a Belém, /Ver o Deus Menino /Que a Senhora tem; /Que a Senhora tem, /Que a Senhora adora. /Arre, burriquito /Vamos lá embora. Este cântico mostra bem como a gente simples te aprecia e te recorda neste tempo de Natal. Imagino-te em Nazaré prestando os teus serviços a José e a Maria na casita onde moravam e onde estava a oficina de carpinteiro. Certamente que te sentias a gosto em tão boa companhia, mesmo trabalhando horas a fio... como de resto o teu dono. Na horta ao lado da casa havia um poço e José tinha feito uma nora muito jeitosa que funcionava à maravilha, mesmo sendo feita toda de madeira.

 

Atrelado à nora, lá andavas às voltas, sempre com o mesmo passo, e era um gosto ver a água que surgia para regar as hortaliças e para os cuidados da casa. Alguém que te viu é que terá dito pela primeira vez trabalhar como um burro. Já a outra expressão teimoso como um burro é capaz de ser injusta, pois tu não és propriamente teimoso; se fosses humano diria que tens mas é convicções fortes. E do teu trabalho que parecia monótono nasciam as couves e as cenouras e até a mostarda, a tal das sementes pequeninas e que com a tua ajuda crescia tanto que as aves do céu até lá faziam os seus ninhos.

 

Eras sempre bem tratado, mas de vez em quando tinhas dois petiscos que só te sabiam a pouco: uma cenourinha que Maria te dava e uma coçadela de José atrás das orelhas. Que delícia! Certo dia notaste uma certa agitação entre o povo e ficaste muito admirado quando José te aparelhou com a sela, juntou uns pertences e te levou, com Maria, pelos caminhos da Galileia. Não sabias o que se passava, mas ias todo contente com a passageira, que te parecia mais pesadita do que da última vez que a tinhas levado a casa da prima Isabel. Caminhavas ligeiro, pois José era um andarilho de primeira, mas tinhas todo o cuidado em ver onde pisavas, porque naquele tempo não havia estradas, mas apenas caminhos feitos por quem os pisava uma vez e outra e nem querias pensar que podias tropeçar e arranjar alguma.

 

Ao fim de uns dias de caminho chegaste a Belém e andaste de porta em porta sem encontrar onde ficar até que foste parar a uma gruta que servia de estábulo. Não era grande sítio para gente, mas tu sentias-te na maravilha: pelo menos havia palha em abundância e até lá encontraste uma vaquita que te deu um certo jeito: é que os dois encostados ficavam mais quentinhos que lá fora estava frio. Às tantas ouviste um bebé a chorar e quando te levantaste a ver o que se passava viste... o Menino ao colo de Maria. E José a olhar para os dois, tão contente que só visto. E tu claro que também ficaste feliz, pois o Menino era mesmo bonito.

 

Passados uns dias José descobriu uma casa onde se instalaram: logo se meteu ao trabalho, pois não sabia estar quieto. Até arranjou uma carrocita que tu puxavas com todo o garbo, levando as peças que José fazia na oficina e sobretudo quando Maria te levava, também com o Menino, a buscar água à fonte. Um belo dia nem querias acreditar no que vias: chegou uma data de camelos com gente com umas roupas bem diferentes das que conhecias e vieram fazer uma grande festa ao Menino; até lhe deram uns presentes muito fixes. As coisas depois complicaram-se, mas falamos disso noutra ocasião, queres?

 

Eu hei-de dar ao Menino /Uma fitinha pró chapéu; /E ele também me há-de dar /Um lugarzinho no Céu. Arre, burriquito...

 

Fernando Sena Esteves

Sab | 18.12.10

O fenómeno Nobre

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Nunca fui um admirador de Fernando Nobre, embora admita que exerce um trabalho de relevo à frente da AMI. Não aprecio aquele ar angelical com que aparece na televisão a falar dos problemas do mundo, atribuindo todas as culpas aos políticos ocidentais. Há uns dias fui a Lisboa e passei em frente à sede de campanha do candidato. O aspecto é desolador: está abandonada, sem mobiliário e com cartas por baixo da porta como se ali já não houvesse ninguém. Isto é apenas a parte visível de uma candidatura que pode vir a ter um fim trágico para a carreira profissional do médico. O mal desta candidatura está nos apoios. Os apoiantes de Fernando Nobre não o querem apoiar, querem usa-lo para afrontar outros políticos. Tenho pena que o presidente da AMI se tenha deixado enredar neste filme.

Sex | 17.12.10

Sugestão de leitura

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João Paulo II Santo

Autor: Slawomir Oder

Editor: Esfera dos Livros

Preço: €14,40

 

O padre polaco Slawomir Oder é o postulador para a causa de beatificação do Papa João Paulo II, uma espécie de advogado de defesa. Slawomir Oder esteve em Portugal há pouco tempo para explicar as razões que, no seu entender, devem levar o Papa polaco aos altares, razões essas que são o fio condutor do livro que lhe sugiro esta semana: João Paulo II Santo.

 

O livro,  narra numerosos episódios, anedotas e documentos inéditos que revelam aspectos desconhecidos da vida humana, espiritual e eclesial de Karol Wojtyla.

 

Logo na apresentação do livro, o autor descreve quem era particularmente João Paulo II: “um homem absolutamente apaixonado por Deus. Um homem que moldou toda a sua vida na chave da amizade espiritual com o Senhor. Um homem que viveu intensamente essa relação espiritual, que talvez tenha sido de certo modo acentuada pelo facto de desde muito jovem ter sido privado das suas principais referências afectivas humanas, isto é, os seus pais. Toda a intensidade da sua riqueza humana, justamente porque homem verdadeiro, deve ser procurada na sua relação com Cristo.”

 

Vale a pena ler.

 

 

Vencer o Cancro

Autor: Lúcia Gonçalves

Editor: Plátano Editora

Preço: €15,21

 

Amanhã, sábado, às 18 horas, a jornalista Lúcia Gonçalves estará na Biblioteca Municipal de Penafiel para apresentar o livro Vencer o Cancro.

 

Com base no programa homónimo transmitido na SIC e na SIC Notícias, Lúcia Gonçalves revisita histórias de coragem e os bastidores de uma doença que continua a ser muito temida.

 

Para a generalidade das pessoas, a palavra «cancro» continuar a ser uma sentença de morte, contudo não tem de ser assim.

 

É possível sobreviver, e é preciso romper preconceitos e derrotar a palavra. Na maior parte das vezes, o cancro é um novo começo.

 

No cancro também há vida e esperança.

 

Ao longo de cada capítulo, os autores descrevem cada um dos tipos de cancro, chamando a atenção para os sinais de alarme a que deveremos estar atentos e traçando as diferentes formas de terapias de que hoje dispomos.

Sex | 17.12.10

Trombose televisiva

fcrocha

Um dia desta semana, enquanto percorria os canais que uma generosa operadora de televisão por cabo nos oferece, passei pela TVI. Parei num programa que se chama “Casa dos Segredos”. Aquilo metia dó. A apresentadora era uma senhora que estava vestida como jamais a Cármen Miranda se atreveria a vestir e berrava de uma forma assustadora, durante aquele tempo de antena que algum irresponsável lhe deu. Em directo, pude assistir aos comentários dos habitantes da tal casa, comentários que fariam corar um qualquer chulo de Damasco.

 

Naquela trombose televisiva, a missão é descobrir os segredos uns dos outros. Isso mesmo, segredos. Eu que tenho algumas características sádicas, fiquei ali sentado em frente à televisão a tentar perceber qual era o segredo do rapazito que queria ser presidente da junta de freguesia de Irivo e que até tem merecido destaque em alguns jornais do burgo. Então, fiquei a saber que o segredo do conterrâneo era que havia tido duzentos e cinquenta “relacionamentos”. Isso mesmo. Qual Zézé Camarinha, qual quê?! Este bate o algarvio aos pontos. Depois daquele momento televisivo degradante, descobri que não é só no Marco de Canaveses e em Felgueiras que o povo é inteligente, os de Irivo também são!

 

Seg | 13.12.10

MARATONA DE Pais Natais

fcrocha

Partilho o pensamento de um amigo, com o qual concordo.

"Talvez em confronto directo com a campanha dos estandartes de Natal que têm o Menino Jesus e muitas famílias penduram nas janelas e varandas nesta altura do ano, na cidade do Porto aconteceu, hoje mesmo (12.12.10), algo que, se não fosse tão ridículo levaria a pensar que era isso mesmo: confronto!
 
Aconteceu nada mais nada menos que o maior desfile do mundo - note-se bem: do mundo - de pessoas vestidas de Pai-Natal, isto é, com uma farpela vermelha, um gorro e umas falsas barbas brancas.
 
Não se sabe se o objectivo - figurar no Guiness Book - foi ou não conseguido mas, o que conseguiram, isso sim foi a demonstração da fatuidade bacoca de muita gente que, neste tempo de crise e dificuldades, não hesita em gastar uns euros numa fatiota para uma demonstração que não tem rigorosamente nada a ver com a cultura ou tradição portuguesas.
 
Dá pena verificar a ausência de critério, confrange confirmar a falta de cultura.
 
Não admira que nos encontremos onde estamos: nos últimos lugares dos países europeus.
 
Não surpreende que andemos como andamos: de mão estendida à caridade internacional.
 
Não dá pena!?

 

A mim... dá e... vergonha, também!"

Sab | 11.12.10

Sugestão de leitura

fcrocha

 

A poucos semanas do Natal, sugiro que inclua no sapatinho dos seus filhos mais pequeninos dois livros acabados de lançar pela Oficina de Sonhos, da Porto Editora: “O Rapto do Pai Natal” e “Sem Palavras”.

 

 

O Rapto do Pai Natal

Um dia, o Pai Natal é raptado pelos demónios maldosos da montanha que querem impedi-lo de distribuir as prendas pelas crianças, forçando-as a irem ter com eles. Serão o Pai Natal e os seus ajudantes capazes de vencer as forças do mal?

 

O autor

L. Frank Baum (1856-1919) foi um escritor norte-americano que se destacou pela qualidade e imaginação dos seus livros para crianças. Em 1901, publicou uma das aventuras mais populares da literatura infantil norte-americana, O Feiticeiro de Oz.

Maria Ferrand é ilustradora, designer e professora do ensino superior. Já ilustrou várias obras didácticas e de literatura para crianças.

 

 

Sem Palavras

Com palavras pensamos, dizemos, comunicamos. Com palavras escrevemos, lemos, brincamos. Sem palavras, como seria? E o que aconteceria a alguém que perdesse as suas palavras? Vou contar-te por palavras minhas. Também podes contar por palavras tuas.

 

 

Os autores

Eugénio Roda, pseudónimo de Emílio Remelhe, é artista plástico. Escreve para a infância de todas as idades e tem vários livros publicados. Foi um dos três nomeados em 2010 pela Sociedade Portuguesa de Autores para o Prémio Melhor Livro de Literatura Infanto-Juvenil com o álbum Azul Blue Bleu.

André Caetano trabalha como freelancer em ilustração e design gráfico desde 2008. Ilustrou vários livros e colabora, enquanto designer gráfico, com o Grupo de Teatro "O Celeiro". Tem participado em várias exposições colectivas e expôs individualmente duas vezes.

 

Sem Palavras

Autor: Eugénio Roda

Editor: Porto Editora

Preço: €9,99

 

O Rapto do Pai Natal

Autor: L. Frank Baum

Editor: Porto Editora

Preço: €14,64

Sab | 11.12.10

Editorial de 10 de Dezembro de 2010

fcrocha

Durante três décadas construi-se de forma anárquica, sem qualquer preocupação com uma política de ordenamento do território correcta. A prova disso é o facto da soma das áreas urbanizáveis dos nossos PDM’s ser de 40 milhões de pessoas, quando totalizamos apenas 10 milhões. Na nossa região, o concelho onde este desordenamento é mais visível é em Paredes. Durante anos assistimos a uma construção desordenada, ao sabor do acaso, ou dos interesses particulares dos construtores civis. Durante anos, Paredes não teve uma estratégia própria de desenvolvimento para o concelho, o que levou a uma cidade permeada de grandes blocos habitacionais, uns quase em cima dos outros, como são exemplo os existentes na Avenida Dr. Francisco Sá Carneiro. Durante muito tempo, Paredes foi um paraíso para alguns (poucos) construtores, que construíram de forma desgarrada, e um pesadelo para os moradores (muitos) que viram a sua qualidade de vida irremediavelmente perdida. Agora, é preciso intervir enquanto vamos a tempo.

 

E uma das formas de intervir poderá passar pelos projectos da Cidade Criativa. Este projecto irá afectar toda a cidade e é necessário que se ouça quem faz a cidade, ou seja, as pessoas. Temos que acabar com esta visão linear de que elegemos os representantes e eles decidem tudo por nós. Os cidadãos devem participar na vida e nas decisões do município. Não chega ir a votos e esperar que os eleitos correspondam às promessas feitas. È preciso que os cidadãos, em vez de se desinteressarem, interfiram directamente nos problemas que lhes dizem respeito.

 

Estamos num momento de uma ambiguidade muito grande, onde é preciso fazer escolhas em relação do futuro. Pode-se escolher continuar a construir com o objectivo de criar uma grande cidade, mas também pode-se escolher manter Paredes como uma cidade pequena, com carinha e jeitinho de província (sem nunca ser provinciana), onde as pessoas tenham a sua sociabilidade, tenham laços comunitários e onde o espaço de cada pessoa seja garantido.

Sex | 03.12.10

Editorial de 03 de Dezembro de 2010

fcrocha

A vida para lá da deficiência. Hoje, 3 de Dezembro, assinala-se o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. A data é promovida pelas Nações Unidas, desde 1998, e tem por objectivo mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar das pessoas com deficiência. Mais do que falar das dificuldades que encontram no dia-a-dia, fomos conhecer três homens que nos dão o exemplo sobre como continuar a viver quando a vida nos passa uma rasteira. A mensagem é essa mesma, aceitar a mudança e viver. “Não vale a pena lamentar-se. O futuro somos nós que o construímos. O que é preciso é ter consciência das nossas limitações e das nossas capacidades”, assegura um deles. Vale a pena ler.

 

Apetites. Júlio Mesquita é o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel. O também presidente dos Bombeiros Voluntários de Penafiel venceu as eleições que se realizaram na sexta-feira da semana passada contra o ex-presidente da Câmara Municipal de Penafiel e ex-deputado socialista Agostinho Gonçalves. Na Misericórdia de Paredes também se preparam para ir a votos duas listas. Na Fundação A Lord, pela primeira vez em vinte anos, também haverá uma eleição com duas listas. É curioso como em tempos de crise as instituições financeiramente sólidas se tornam apetitosas.

 

Exemplar. A ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território foi a Rans, Penafiel, acompanhar o processo de limpeza do Rio Cavalum. Até agora, o projecto, lançado pela empresa municipal Penafiel Verde, já permitiu despoluir cerca de 3,5 dos 17 quilómetros do Rio Cavalum. Iniciada há quatro meses e com duração prevista de um ano, a iniciativa quer devolver este rio ao “estado de poluição zero”. A equipa de limpeza é constituída por 15 beneficiários do subsídio de desemprego que viram aí uma forma de se manter activos. Uma forma inteligente de fazer serviço público com poucos custos.