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alinhamentos

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Qui | 28.01.10

Triste realidade

fcrocha

Cada dia que passa, ouvem-se mais relatos do agravamento das condições de acesso aos cuidados de saúde. Esta semana, damos destaque a um trabalho do jornalista Roberto Bessa Moreira que testemunhou na primeira pessoa momentos hilariantes, vividos por quem procura apenas uma consulta no Centro de Saúde de Lordelo, em Paredes. O trabalho jornalístico faz o relato de quem tem que ficar em filas de espera, ainda antes da meia-noite, até de manhã para tentar uma consulta de recurso para a semana seguinte, que nem sempre está disponível.


Mais dramático que não ter médico de família, é ter que passar uma noite inteira ao relento, deixar os filhos sozinhos em casa a dormir, ter que trabalhar no dia seguinte sem ter ido à cama ou ter que faltar ao trabalho e, mesmo assim, não ter a certeza de conseguir a consulta.


Custa-me perceber como é que se pode afirmar que não há médicos para os centros de saúde, ao mesmo tempo que o portal da respectiva Ordem recruta médicos para trabalhar em Inglaterra.


Se os centros de saúde deixam de ser a primeira linha na prestação de cuidados de saúde, todo o sistema falha. Sem acesso a cuidados médicos de proximidade, muitos incidentes de saúde passam de ligeiros a agudos e congestionam as urgências hospitalares com casos de menor importância, tudo isto com custos agravados para o Serviço Nacional de Saúde.


Não compreendo como é que, apenas a menos de uns míseros 30 quilómetros do Porto, os centros de saúde sofrem dos mesmos problemas de qualquer aldeia do interior transmontano. Alguém me sabe responder, de forma coerente e honesta, porque é que a 20 minutos do Porto, num país de uma Europa que se diz civilizada e desenvolvida há gente que é tratada como se de um país do terceiro mundo se tratasse?


Se gosta de emoções fortes e experiências radicais, tente uma consulta no Centro de Saúde de Lordelo.

Qui | 21.01.10

O pretendente a líder e o líder fraco

fcrocha

PSD/Paredes I. Não há eleição que não gere polémica. Desta vez, a luta é entre dois intervenientes à distância: Celso Ferreira e José Henriques Soares. Celso Ferreira aposta no pacato vereador Manuel Fernando Rocha. José Henriques Soares, impossibilitado de se candidatar, lança o desconhecido Paulino Coelho.


PSD/Paredes II. Há alguns meses o ex-chefe de gabinete de Celso Ferreira anunciou a sua candidatura à Comissão Politica Concelhia, impossibilitado de o fazer por causa de um processo disciplinar, tenta agora a sua sorte candidatando um militante da sua confiança. Caso perca as eleições, afastado do núcleo que lhe deu notoriedade, José Henriques poderá ver as suas aspirações políticas ruírem. Celso Ferreira é um político que compreende e domina com mestria a máquina partidária, prova disso é o afastamento de José Henriques da corrida à liderança do partido. Aparentemente, a eleição será fácil para Manuel Fernando Rocha, mas Celso Ferreira pode não sair a ganhar.

PSD/Paredes III. Para ser líder de uma concelhia problemática como é a do PSD/Paredes, não basta ser boa pessoa, é preciso ser um político com capacidade de liderança, com capacidade para responder a uma oposição que parece estar atenta. Essas qualidades, acredito que poucos reconhecerão em Manuel Fernando Rocha. Não resisti a reproduzir as palavras de um membro da lista do vereador, quando o questionei sobre a escolha deste para líder da concelhia: “Acha que o Celso ia cometer o erro do Granja?”. Não acredito que a intenção tenha sido esta, mas acredito que, por exemplo, Pedro Mendes ou Filipe Carneiro reforçariam ainda mais a liderança de Celso Ferreiro.


Obrigado! O nosso jornal lançou, juntamente com a AMA, uma campanha para ajudar a Associação Albergues Nocturnos. Era urgente angariar colchões para continuar a albergar pessoas sem-abrigo. Quatro semanas após o arranque da campanha, a generosidade dos nossos leitores fez com que conseguíssemos angariar 50 colchões e 50 camas. Vale a pena ter leitores assim!

Qui | 14.01.10

Homossexualidade: casamento, adopção e educação

fcrocha

A estratégia. Na semana passada, o Parlamento aprovou uma lei que vai permitir que os homossexuais se casem. Aparentemente isto não nos afecta quase em nada. Mas de facto, é só aparentemente. O casamento gay é apenas a segunda de quatro fases da estratégia homossexual.
 
A primeira fase. Para os gays é fundamental, crucial, normalizar, vulgarizar as suas práticas. Para as vulgarizar é preciso falar muito delas, torná-las familiares, introduzir cenas destas nos filmes mais populares, fazer artigos em revistas populares. Por exemplo, após terem vindo a público os casos escandalosos de pedofilia com rapazes da Casa Pia, o lobby gay reagiu enviando comunicados para a imprensa, dizendo que estes não deveriam utilizar o termo “práticas homossexuais”, mesmo se os casos de pedofilia envolvessem homens e rapazes, como aconteceu na Casa Pia.

 

A segunda fase. O casamento. Lentamente as práticas dos homossexuais vão-se normalizando, limpando, purificando, sublimando. E aí chegados, quem poderá impedir que duas pessoas normais se casem? Mas não serve uma união civil legal. Não. Eles querem um casamento igual aos outros. Mas porquê? Chegamos à terceira fase.


A terceira fase. A adopção. Se são casados tal e qual como qualquer casal heterossexual, porque é que não têm direito a adoptar crianças? Aqui é a parte mais fácil. Basta um casal homossexual recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e alcançará a terceira fase: os homossexuais poderão adoptar crianças.

 

A quarta fase. A educação. Uma luta – a dos gays – que alegadamente só pretendia garantir espaço para um certo estilo de vida, acabará por ser profundamente invasiva de outro estilo de vida. Por isso, terão necessidade de introduzir a homossexualidade no sistema educacional. Se isto acontecer, no futuro qualquer oposição das famílias à sodomia e à pederastia poderá ser considerado crime de homofobia. A tentativa de ajudar um amigo ou um adolescente a libertar-se das práticas homossexuais poderá ser considerado como violação dos direitos humanos.
 

Qui | 07.01.10

Investimento, natalidade e discriminação

fcrocha

Razão. O vice-reitor da Universidade do Minho, José Mendes, publicou um estudo sobre a necessidade dos autarcas adoptarem uma nova estratégia de desenvolvimento das cidades, que não passe exclusivamente pela criação de obras físicas. O investigador acredita que o futuro das cidades passará pela captação de “talentos”. Pessoas com aptidão e projectos para enriquecer económica e socialmente o território onde vivem.


Opção. Embora seja verdade que na altura de ir a votos os eleitores cobram e contam as obras físicas, também não é menos verdade que na região existem alguns equipamentos inúteis que dificilmente se sustentarão no futuro. Assim, neste ano que agora começa, é altura dos autarcas da região pensarem em utilizar o dinheiro disponível no quadro comunitário de apoio, menos em obras físicas e mais em iniciativas imateriais que fomentem a qualidade de vida e uma identidade própria. Captar talentos.


Ilusão. Em Setembro de 2007, José Sócrates anunciou no Parlamento, com toda a pompa e circunstância, um programa de apoio à natalidade. Esta medida foi anunciada aos deputados no seu discurso inicial do Estado da Nação e respondia assim à preocupação manifestada dias antes pelo Presidente da República. O chefe do Governo convenceu os deputados e o país que ia incentivar a natalidade apoiando as mães grávidas.
 
Discriminação. Esta semana, o mesmo primeiro-ministro concordou com a opção da TAP de não pagar os prémios de desempenho a dez funcionários que estiveram de baixa por natalidade. A decisão da TAP e de José Sócrates vai contra um parecer da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), que rotulou a decisão de “discriminatória”, e contra um acórdão de Bruxelas que reconhece à mulher o direito a especial protecção durante e após a gravidez, incluindo dispensa de trabalho, sem perda de retribuição ou de quaisquer regalias. A decisão de Sócrates vai contra o CITE e Bruxelas, mas acima de tudo, vai contra o que ele próprio apregoa. Lamentável!