A sério? Vai mesmo?
Na semana passada, a imprensa nacional entrou numa histeria total com um suposto inquérito que o Papa Francisco ia fazer a todos os fiéis católicos. Uns jornais traziam em letras garrafais que “o Papa faz inquérito sobre homossexualidade, divórcio e natalidade”, outros escreveram que “o Papa quer acolher gays na Igreja” e até houve quem entrevistasse líderes de movimentos gays para saber a sua opinião. Mas, afinal, o que é que o Papa fez para merecer tanto alarido da imprensa nacional?
No início desta semana, o director de Imprensa da Santa Sé, o Padre Frederico Lombardi, desmentiu que alguma vez o Papa Francisco tenha proposto um questionário dirigido aos católicos de todo o mundo, consultando-os sobre as uniões homossexuais ou sobre as pessoas divorciadas. Isto suscitou, da nossa parte, as seguintes interrogações, que vão acompanhadas das respectivas respostas, que julgamos serem esclarecedoras:
1 – Então, o Papa Francisco não enviou um inquérito às paróquias e aos fiéis, tal como foi noticiado?
Não! O Papa Francisco enviou um documento preparatório aos bispos de cada diocese, para abordar questões pastorais e assistir espiritualmente, entre outros temas, as pessoas em situação familiar irregular.
2 – Mas esta sondagem que o Papa quer fazer vai alterar as posições da Igreja?
O Papa não vai fazer nenhuma sondagem de opinião. Isto é uma recolha que os bispos devem fazer para conhecer de forma abrangente a sensibilidade dos fiéis sobre esses temas. Faz parte do trabalho de preparação do Sínodo de 2014.
3 – Estas perguntas pressupõem uma mudança na doutrina?
A esta pergunta o Padre Frederico responde dizendo que “uma pergunta não é uma posição doutrinal da Igreja”.
4 – Todo este processo de consultas é revolucionário?
Também não. Antes de cada sínodo, os Papas consultam as conferências episcopais, tal como aconteceu desta vez.
Conclusão: em vez de informar, alguma comunicação social nacional tentou lançar a confusão junto dos leitores.