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alinhamentos

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Qui | 25.06.15

OITO

fcrocha

O leitor já deve ter percebido que esta edição é dedicada ao número oito – não por ser considerado o número da sorte para o povo chinês, ou o número mágico dos físicos nucleares, ou, para os filósofos, o número do equilíbrio e da justiça, ou, para Santo Agostinho, o dia do juízo, mas porque comemoramos o oitavo aniversário do VERDADEIRO OLHAR. Por isso, convidámos oito personalidades da região para escreverem um texto cada um sob o tema do número oito.

 

A primeira edição do VERDADEIRO OLHAR saiu no dia 22 de Junho de 2007. Quando esses primeiros exemplares chegaram às bancas, tiveram de disputar a atenção dos potenciais leitores com outros 11 semanários: oito locais (outra vez o oito!) e três regionais. Passados oito anos, desses semanários locais restam dois; dos regionais, apenas o VERDADEIRO OLHAR.

 

Quando fundei o VERDADEIRO OLHAR, acreditava que era possível construir e sustentar financeiramente um projecto editorial que não dependesse de nenhum partido, que ajudasse a formar opinião, que alertasse para os problemas da região, que desse destaque aos bons exemplos.

 

Os oito anos que se seguiram não foram fáceis para este modelo de negócio, tal como não foram fáceis para a generalidade das empresas portuguesas, mas continuamos, com algum orgulho e muita satisfação, entre os sobreviventes das crises em que o País tem vivido.

 

Oito anos depois, mantemos a mesma linha editorial independente e provamo-lo a cada edição. Tivemos a ousadia de, todas as semanas, dar voz aos representantes dos partidos políticos do poder e da oposição para escreverem o que bem entendem. Fizemos várias entrevistas aos líderes locais dos partidos políticos no poder e na oposição, além de várias sondagens em parceria com universidades.

 

Mas persistir numa linha editorial independente é também ser, por vezes, uma voz incómoda. Fomo-lo quando denunciámos alguns actos de má gestão municipal, quando mostrámos as contas que alguns tentavam esconder ou quando quisemos perceber algumas promessas eleitorais que alguns faziam e que, a nós, nos pareciam irrealistas.

 

Em contraponto, demos a conhecer muitas histórias de sucesso que, de outra forma, nunca chegariam ao conhecimento público. Demos a conhecer centenas de artesãos, alguns dos quais nos têm honrado, quando expõem os seus produtos, exibindo, emoldurada, a página que o VERDADEIRO OLHAR lhes dedicou.

 

Quando, há oito anos, apresentámos o VERDADEIRO OLHAR – sem publicidade, sem festa – muitos mostraram-se cépticos e desconfiaram da viabilidade do projecto. Sem nos deixarmos desanimar por isso, fomos, paulatinamente, fazendo um novo jornalismo na região cuja relevância, profissionalismo e labor acabaram por conquistar o respeito e o reconhecimento tanto dos leitores, particularmente, como das forças vivas da região, em geral.

 

Entramos no nono ano cheios de esperança e de projectos, mas com a mesma preocupação de há oito anos: informar com qualidade.

 

Obrigado por nos ler!

Qui | 11.06.15

O sobe-e-desce das cidades e o Desemprego a descer

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O sobe-e-desce das cidades. Na semana passada, analisámos os dados do estudo “Portugal City Brand Ranking”, realizado pela consultora Bloom Consulting e que pela segunda vez analisa a performance da marca dos 308 municípios portugueses e classifica a sua atractividade e desempenho em três categorias: Negócios, Visitar e Viver.

 

Na região, Penafiel continua a conseguir o melhor lugar no ranking, Paredes é a que mais sobe relativamente ao ano anterior e Lousada e Valongo conseguem melhorar a sua prestação. Excepção mesmo é Paços de Ferreira. O concelho da agora Capital Europeia do Móvel, que no ano passado aparecia em segundo lugar na região, foi a única da região a perder pontos. Desceu oito posições, principalmente na categoria Negócios, que era até agora a mais-valia da marca Paços de Ferreira.

 

Estes poderão ser os primeiros resultados da nova estratégia empresarial adoptada por Humberto Brito para aquele concelho. Recorde-se que desde que tomou posse, assistimos à falência da PFR Invest, à transferência de várias empresas-âncora para os concelhos vizinhos e ao anúncio de investimentos industriais megalómanos que não se concretizaram. Na verdade, as únicas medidas que se têm concretizado são as visitas empresariais a outros países. A próxima é a uma feira gastronómica no Luxemburgo. E assim vai a Capital Europeia do Móvel.

 

Desemprego a descer. Esta semana, analisamos dados mais recentes do Instituto de Emprego e Formação Profissional. Feitas as contas, e comparando os dados actuais com os de há dois anos, há menos sete mil desempregados nestes cinco concelhos. Comparando os dados da região com os nacionais, verifica-se que a redução do desemprego na região foi de 19 por cento, enquanto a nível nacional foi de aproximadamente 15 por cento. Em valores absolutos, Valongo tem hoje menos 2.027 desempregados, Paredes 1.782, Paços de Ferreira 1.331, Penafiel 1.050 e Lousada 818. Enquanto houver pessoas que querem trabalhar e não têm emprego, estes números nunca serão motivo de satisfação, mas, por enquanto, indiciam uma melhoria significativa em termos de oferta de emprego.

Qua | 03.06.15

Oferta e procura e Quem tem medo da monarquia?

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Oferta e procura. Todos nós temos consciência de que a crise, para além do desemprego, fez com que o valor real dos salários baixasse. Nuns casos por necessidade de sustentabilidade das empresas, noutros por abuso das entidades patronais, aproveitando a falta de ofertas de emprego. Mas, em Lousada, está-se a assistir a um fenómeno inverso. Na semana passada noticiámos que uma empresa têxtil irá criar 300 novos postos de trabalho. Como há escassez de mão-de-obra, a empresa está a recrutar pessoas empregadas, oferecendo-lhes salários mais altos do que aqueles que recebem nas suas empresas, o que está a provocar alguma perturbação. Há notícias de empresários que, para não perderem os seus funcionários, decidiram aumentar um pouco os seus vencimentos. Beneficiaram, assim, da famosa lei da oferta e da procura!

 

Quem tem medo da monarquia? A agenda mediática continua a ser difícil de entender. Não se compreende como é que em ano de eleições legislativas, quando se decide verdadeiramente o poder executivo, se passa a vida a discutir quem será o “mestre-de-cerimónias” que havemos de eleger para o ano que vem. Na verdade, se lhe retirarmos o poder de destituir a Assembleia da Republica, a figura do Presidente da República é quase insignificante. Resume-se a uns vetos que podem ser ultrapassados caso exista uma maioria no Parlamento, a umas condecorações, inaugurações, representação do país e pouco mais. Parece-me que deveríamos questionar a utilidade de tal figura de Estado. Parece-me até que deveríamos considerar as vantagens de se alterar a Constituição da República Portuguesa de modo a permitir que se fizesse um referendo sobre a restauração da monarquia. Na sua actual redacção, a Constituição não permite que o povo se pronuncie sobre o assunto, o que, num regime que se diz de democracia, parece ser uma restrição profundamente antidemocrática. No entanto, temos suficiente liberdade para olhar para as monarquias europeias e verificar que, para além de terem custos bem mais modestos do que a nossa Presidência da República, têm uma maior estabilidade institucional. Se precisamos de uma figura que garanta o regular funcionamento das instituições, por que não podemos confiar esse poder a quem não precisa do apoio dos partidos e dos grupos de interesses para ser eleito de cinco em cinco anos?