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alinhamentos

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Qui | 25.09.14

Saxum

fcrocha

 

 

“Jesus te me guarde, Saxum. E é o que és. Vejo que o Senhor te empresta fortaleza, e torna operativa a minha palavra: saxum!” Foi desta forma que São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei, numa carta que lhe escreveu em Março de 1939, baptizou Dom Álvaro del Portillo de Saxum.

 

No próximo dia 27 de Setembro, em Madrid, Álvaro del Portillo será declarado beato pela Igreja. São Josemaria escolheu Álvaro desde muito novo para o ter a seu lado como seu mais próximo colaborador, vindo a tornar-se no seu primeiro sucessor à frente do Opus Dei.

 

Álvaro del Portillo nasceu a 11 de Março de 1914, em Madrid, Espanha. Cresceu numa família profundamente cristã e aprendeu com os pais a viver os costumes cristãos, a cuidar das orações da manhã e da noite, a abençoar à mesa, a rezar o terço e outras invocações marianas que repetiu até à morte. Era doutorado em Engenharia Civil, em Filosofia e em Direito Canónico.

 

Em 1935, incorporou-se no Opus Dei, instituição da Igreja Católica fundada sete anos antes por São Josemaria Escrivá. Em 1945, foi ordenado sacerdote pelo bispo de Madrid, tendo-se mudado para Roma em 1946. Entre 1947 e 1950 expandiu o trabalho do Opus Dei a várias cidades italianas e promoveu várias actividades de formação cristã. Sinal do trabalho marcante que realizou em Itália são as várias ruas e praças que lhe foram dedicadas em diversas localidades do país. A 29 de Julho de 1948 tornou-se reitor do Collegio Romano della Santa  Croce, onde ensinou Teologia Moral.

 

Durante a sua estadia em Roma, vários Papas, de Pio XII a João Paulo II, chamaram-no para desempenhar inúmeros encargos apostólicos como membro consultor em 13 organismos da Santa Sé. Durante o Concílio Vaticano II desempenhou várias tarefas importantes a pedido dos Papas João XXIII e Paulo VI.

 

Dom Álvaro permaneceu sempre ao lado de São Josemaria até à sua morte, em 26 de Junho de 1975. Em 15 de Setembro desse mesmo ano foi eleito para lhe suceder à frente do Opus Dei. Em 28 de Novembro de 1982, João Paulo II erigiu o Opus Dei em prelatura pessoal e nomeou como Prelado Dom Álvaro. Em 7 de Dezembro de 1990 ordenou-o bispo, na Basílica de São Pedro.

 

Enquanto esteve à frente do Opus Dei, Dom Álvaro promoveu o início do trabalho do Opus Dei em 20 novos países e esteve 20 vezes em Portugal: 12 a acompanhar São Josemaria e oito como Prelado do Opus Dei. Em todas essas ocasiões visitou o Santuário de Nossa Senhora de Fátima.

 

Álvaro del Portillo faleceu em Roma na madrugada de 23 de Março de 1994, poucas horas depois de regressar de uma peregrinação à Terra Santa. Na véspera, tinha celebrado a sua última Missa na Igreja do Cenáculo, em Jerusalém.

 

Em 21 de Janeiro deste ano o Papa Francisco – acolhendo o pedido apresentado pelo prelado do Opus Dei, D. Javier Echevarría – anunciou a beatificação para o próximo dia 27, em Madrid, cidade natal do novo beato.

 

Com o seu exemplo e os seus ensinamentos, Dom Álvaro inspirou muitas pessoas a procurar a santidades nas relações profissionais, familiares e sociais.

Qui | 18.09.14

Sabia?

fcrocha

 

Na semana passada, participei numa reunião. Uma das senhoras presentes estava grávida e perguntei-lhe quanto tempo tinha o seu bebé. Antes que ela tivesse oportunidade de responder, uma outra senhora quase me insultou, afirmando que “feto não é bebé e grávida ainda não é mãe”. Para finalizar, ainda me acusou de ter uma “linguagem machista” por chamar bebé ao feto. Confesso que fiquei sem palavras perante tanta arrogância, falta de educação e de respeito por diferentes pontos de vista. Vai daí, decidi escrever este pequeno texto, para partilhar com o leitor.

 

Sabia que o embrião humano já é um ser vivo, logo após a fertilização? A palavra “vivo” indica que o embrião está a crescer, a desenvolver-se, amadurecer e a repor as suas células mortas. Então, é claro que o embrião está vivo. Se não estivesse vivo, não poderia continuar a crescer. Cada indivíduo, cada vida humana começa com a fertilização.

 

Sabia que cada bebé, durante a gestação, tem os seus próprios mecanismos dentro do corpo da mãe? O bebé tem a sua própria cápsula, a bolsa amniótica. Tem o seu próprio sistema de alimentação, o cordão umbilical acoplado ao sistema ramificado, a placenta. Tudo isto desenvolveu-se a partir das células originais naquele momento da fertilização e pertence ao bebé, não à mãe.

 

Sabia que quando a mulher está há dois meses sem período menstrual, o seu bebé já deve ter aproximadamente oito semanas de idade? Se espetar uma agulha na palma da mão deste bebé neste período, ele vai encolher a mãozinha. Se ele consegue fazer isso, quer dizer que já desenvolveu fibras nervosas que vão da sua mão até à base do cérebro e da coluna. O mesmo reflexo, as mesmas fibras nervosas que fazem com que você tire a mão do forno quente, ou fazem o recém-nascido chorar quando faz o teste do pezinho, já estão a funcionar num embrião de oito semanas de idade. Doeu-lhe quando se queimou no forno? Acha que não doeu ao bebé a picada daquele teste? Então temos que admitir que o feto também sente dor.

 

Sabe a partir de que momento do seu desenvolvimento o bebé passa a ter impressões digitais? Essa marca registada é feita na décima semana depois da concepção dentro do útero. Com esta idade, o bebé é tão pequenininho que poderia ficar em pé em cima de uma unha da mão do pai. Mesmo assim, o seu corpo já está tão perfeitamente formado que tem até impressões digitais. Na décima semana, a mãe ainda não teve o terceiro atraso da menstruação, mas, mesmo assim, já tem dentro de si um menino ou uma menina minúscula.

Pouca gente sabe que o corpo humano está completamente formado neste período, mas guarde bem um dado importante: na décima semana a estrutura do corpo humano está totalmente formada, tendo inclusive detalhes como impressões digitais das mãos e dos pés.

 

Quanto à gravidez, gostaria de acrescentar que se uma mulher está grávida é porque tem um bebé dentro de si. Posso afirmar com toda a certeza que nenhum médico examinou uma mulher com meia gravidez. Ou está grávida ou não está, mesmo que esse processo dure nove meses.

Qui | 11.09.14

Editorial: Paz nas escolas

fcrocha

 

 

Há anos que se houve falar da reforma educativa. Não há nenhum Governo nem sindicato que não insista neste tema. O certo é que as reformas são sempre residuais e os resultados obtidos pelos estudantes portugueses em avaliações internacionais indicam a necessidade de mudar.

 

Fala-se do nível socioeconómico dos alunos como factor decisivo, mas as diferenças de desempenho encontradas entre alunos da mesma camada social mostra que a solução é mais complexa, muito para além do dinheiro disponibilizado ou do tamanho das turmas, de acordo com as conclusões de muitos estudos internacionais.

 

Um desses estudos, apresentado pela London School of Economics, conclui que a subida das notas dos alunos depende principalmente de três factores interligados: a qualidade dos professores; a obrigação de estes se submeterem a uma avaliação objectiva com testes externos; a autonomia das escolas na escolha dos seus professores. Importantes são também o nível cultural das famílias e a quantidade de livros disponíveis para serem lidos em cada casa e que são efectivamente lidos pelos alunos, mas, nesse caso, os Governos pouco podem fazer.

 

Parece-me que é tempo de conseguir paz nas escolas, dignificar os professores e melhorar a qualidade do ensino público. Enquanto ministério e sindicatos não perceberem que as escolas devem ter autonomia, não só para contratar, mas também para livrar os professores de burocracias que os deixa sem tempo para preparar as aulas, vamos continuar a ter os sindicatos a convocar greves que prejudicam apenas os alunos e o ministério a tentar virar a sociedade portuguesa contra os professores. No fim, os que mais saem a perder são os alunos.

 

Numa altura em que o país atravessa um período de várias reformas, esta pode ser a oportunidade para dignificar os professores, a função docente. Tal como não há nenhuma esperança de ensino bom sem bons professores, não há bons professores se as leis que regem a sua profissão não forem motivadoras, justas ou valorizadoras do mérito.

Qui | 04.09.14

Editorial: Alinhamentos

fcrocha

Apreensões educativas e imprecisões. Na semana passada, algumas pessoas da freguesia de Parada de Todeia, Paredes, foram notícia nacional por se terem manifestado em frente à Direcção Regional de Educação do Norte, em protesto contra o encerramento da sua escola primária. No entanto, quanto à acção das forças políticas locais neste processo, há dois aspectos que podem confundir o cidadão comum. O primeiro é a presença na manifestação do líder do Partido Socialista, partido da oposição que tinha aprovado a actual Carta Educativa concelhia, que previa o encerramento daquela escola (aparentemente, a oposição, como não tem que governar, pode adoptar quaisquer métodos de actuação, incluindo a contradição com o que defendeu em momentos anteriores). O segundo é o silêncio da Câmara Municipal de Paredes na defesa da Carta Educativa. Depois desta manifestação e de tudo o que, a propósito, foi publicado na comunicação social, não deveria a Câmara Municipal ter defendido a que classifica como sendo a melhor Carta Educativa do país e ter corrigido, com delicadeza, algumas imprecisões cometidas pelos pais das crianças quanto às condições que a actual escola apresenta? Vejamos: o alegado “recinto polidesportivo” não passa, na verdade, de um velho ringue de futebol de salão, ao ar livre, que não permite a prática desportiva em dias de chuva; o alegado “aquecimento central” não passa de um radiador eléctrico colocado atrás da mesa do professor que, quando muito, serve para aquecer uma sala com dez metros quadros na Primavera; a alegada “biblioteca” resume-se a um exíguo conjunto de livros; a alegada “cantina” é uma sala anexa ao edifício principal, com uma passagem sem cobertura para os dias de chuva; por fim, os “vários quilómetros de distância” a que fica a nova escola são apenas dois. Por tudo isto, não se compreende o silêncio da Câmara Municipal. Talvez não fosse mau convidar os pais das crianças envolvidas e a comunicação social a visitar as duas escolas, para que as condições reais de uma e de outra pudessem falar por si e acalmar as apreensões, que não são mais do que naturais em qualquer mudança.

 

Penafiel atraente. Quem passou pela cidade de Penafiel nestes últimos dias ficou impressionado com a quantidade de pessoas que circulavam pela cidade. Em pleno mês de Agosto, parece que todos os caminhos da região iam dar a Penafiel. A responsabilidade por esta atracção de pessoas foi a AGRIVAL. Passados 35 anos sobre a primeira edição, a AGRIVAL continua a acrescer: 140 mil visitantes e 350 expositores que ocupam mais de 25 mil metros quadros de área de exposição. A importância da AGRIVAL também se mede pelo interesse dos políticos em aparecerem na feira. A edição deste ano teve a visita do primeiro-ministro, quatro secretários de Estado e do líder do Partido Socialista. Ao contrário das outras feiras/exposições da região que desapareceram ou definham a cada ano que passa, a AGRIVAL continua sempre nova, a crescer e a ser, cada vez mais, o factor agregador de toda a região.

Ter | 02.09.14

Apagar a história

fcrocha

José Sá Fernandes, o vereador da Câmara Municipal de Lisboa, quer apagar os brasões da Praça do Império porque, segundo ele, “são sinais do colonialismo”. Ou seja, Sá Fernandes acredita que destruindo os brasões apaga a história. Assim sendo, podia começar por mudar o nome à praça, demolir o Padrão dos Descobrimentos (esse marco da grande exposição fascista), destruir a Ponte Salazar, desculpem, a Ponte 25 de Abril (mandada edificar por esse fascista) ou implodir o Castelo de São Jorge (esse símbolo monárquico altamente ofensivo aos ideais maçónicos). Quando fizer isto tudo, ligue-me que eu tenho mais ideias. Mas o que mais choca nisto tudo não é o ataque de parvalheira do Sá Fernandes, é este ser vereador de um executivo presidido por um português de Goa.