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alinhamentos

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Qui | 24.04.14

A capacidade de amar

fcrocha

Costumo ir à missa à Capela da Misericórdia de Paredes. Como a capela é pequenina, a maioria dos fiéis que participam na missa são os residentes do lar, quase todos detentores de uma daquelas idades cheias de sabedoria.

 

Há uns dias, confesso que me distraí na missa a olhar para um casal desses residentes, octogenários. Ele era um senhor alto e elegantíssimo. Ela, uma senhora pequenina e muito frágil, que deixava transparecer que estava algo debilitada. Durante toda a missa, o senhor cuidava da mulher com tanta delicadeza que me impressionou. Quer fosse na maneira como a ajudava a levantar e sentar, quer fosse na forma como lhe afagava as mãos. Era quase impossível não perceber que aquele senhor amava verdadeiramente a sua mulher.

 

A capacidade de amar… Todos adquirimos essa capacidade e vamo-la perdendo, a maioria das vezes, por falta de exercício.... 

 

Eu não sei se aqueles senhores têm netos, mas este episódio fez-me lembrar um estudo que me enviaram da Universidade de Cambridge (pode ser visto aqui: http://journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=3622112) que conclui que é mais vantajoso para as crianças pequeninas ficarem com os avós do que irem para o berçário. O estudo compara crianças que até aos três anos foram para o berçário e para infantário com outras crianças que ficaram durante esse mesmo tempo com os avós. O estudo indicava que as crianças que tinham estado no berçário e no infantário estavam mais bem preparadas para ir para a escola: reconheciam melhor as letras, as cores, as formas e os números. No entanto, as crianças que tinham sido confiadas aos avós apresentavam uma expressão verbal notavelmente melhor, usando um vocabulário mais rico. Dizem os autores do estudo que isso se devia ao facto de os avós lhes prestarem uma maior atenção e interagirem com eles de uma forma mais próxima.

 

Os autores do estudo concluem que os Governos deveriam reconhecer formalmente o papel dos avós, apoiando-os nessa tarefa formativa e compensando com deduções fiscais aqueles avós que cuidam dos netos. A sugestão foi posta em prática pelo Governo da Grã-Bretanha.

 

 

Sobe

 

Misericórdia de Penafiel

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, em parceria com o Pelouro do Turismo da Câmara Municipal, criou a “Rota das Igrejas da Cidade de Penafiel”. Pretende com isto promover o turismo religioso, com particular incidência nas dez igrejas situadas na cidade, dando a conhecer o património da cidade e dar vida ao Museu de Arte Sacra da Santa Casa da Misericórdia. De Maio a Setembro passam a ser disponibilizados dois percursos: um itinerário pedestre e outro num miniautocarro. Um projecto que promete enaltecer a riqueza patrimonial da cidade de Penafiel.

 

 

Desce

 

Bombeiros Voluntários de Lousada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A direcção dos Bombeiros Voluntários de Lousada demitiu-se. Há 58 bombeiros que contestam o comandante. Dezenas de voluntários suspenderam as suas funções. Tudo porque o comandante fez uma proposta de nomeação para dois adjuntos de comando que desagradou a alguns bombeiros. Estranha-se que numa associação humanitária, composta quase na sua totalidade por voluntários, uma polémica sobre cargos se possa sobrepor à causa do socorro à população.

 

Ter | 22.04.14

A capacidade de amar

fcrocha

Costumo ir à missa à Capela da Misericórdia de Paredes. Como a capela é pequenina, a maioria dos fiéis que participam na missa são os residentes do lar, quase todos detentores de uma daquelas idades cheias de sabedoria.

 

Há uns dias, confesso que me distraí na missa a olhar para um casal desses residentes, octogenários. Ele era um senhor alto e elegantíssimo. Ela, uma senhora pequenina e muito frágil, que deixava transparecer que estava algo debilitada. Durante toda a missa, o senhor cuidava da mulher com tanta delicadeza que me impressionou. Quer fosse na maneira como a ajudava a levantar e sentar, quer fosse na forma como lhe afagava as mãos. Era quase impossível não perceber que aquele senhor amava verdadeiramente a sua mulher.

 

A capacidade de amar… Todos adquirimos essa capacidade e vamo-la perdendo, a maioria das vezes, por falta de exercício.... 

Qui | 17.04.14

Editorial: Sem ovos não há omeletas

fcrocha

Esta semana, foram muitos os que ficaram escandalizados com um documento de Bruxelas que sugeria ao Governo português que ligue as pensões de reforma aos factores económicos e demográficos. Ou seja, o valor das pensões de reforma que vamos receber no futuro deverá estar indexado à demografia e à economia. Se assim não for, as pensões deixam de ser pagas pelo que se desconta e passam a ser pagas à custa do aumento de impostos.

 

Foram muitos os políticos, sindicalistas e comentadores que se apressaram a comentar este documento de Bruxelas, ao mesmo tempo que vociferavam contra a troika e contra o Governo português. Uma coisa é certa: se não indexarmos as reformas à realidade, dentro de pouco tempo não recebemos mesmo nada. E isto tudo explica-se facilmente.

 

Há algumas décadas que Portugal presencia uma calamidade demográfica. Para garantir o equilíbrio demográfico do nosso país era necessário garantir que cada mulher tivesse 2,1 filhos. Ora, os últimos dados conhecidos dizem-nos que a taxa de natalidade está nos 1,28 por mulher, ou seja, temos uma das piores taxas de natalidade do mundo.

 

Em 2012, os nascimentos não chegaram aos 90 mil e morreram quase 108 mil portugueses. Para além destes dados há outro que importa reter: a esperança média de vida aumentou. Quer isto tudo dizer que há cada vez mais pessoas a receber reforma, e por mais anos, do que pessoas a trabalhar e descontar para alimentar o sistema da Segurança Social. Portugal avança para o abismo.

 

Para solucionar este problema parece-me que só há duas alternativas: primeiro, é preciso ajustar o sistema de pensões à realidade; segundo, é preciso fazer uma aposta forte no futuro, com a implementação de medidas sérias de incentivo à natalidade.

 

Certamente que um dia destes irei contar aos meus filhos, com nostalgia, que ainda sou do tempo em que o meu pai tinha a reforma calculada a partir das últimas folhas de vencimento.

 

 

SOBE E DESCE

 

Sobe: Folia  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pelo 14.º ano consecutivo, a Câmara Municipal de Lousada e a Companhia de Teatro Profissional Jangada organizam o FOLIA – Festival Internacional de Artes do Espectáculo de Lousada. A partir do dia 24, e durante 10 dias, a vila assiste a um verdadeiro festival de teatro, musica e dança. Há espectáculos gratuitos e para os restantes o preço do bilhete é simbólico. Numa altura em que os cortes atingem todas as autarquias, o Município de Lousada continua a apostar num evento cultural que, de ano para ano, continua a crescer em programação e em auditório.

 

 

 

Desce: Dom Roberto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O facto de alguém pensar de maneira diferente da minha em assuntos que fazem parte da liberdade de opinião, não justifica de modo nenhum que lhes tenha hostilidade ou até que as trate com desinteresse (como o podem comprovar alguns dos meus melhores amigos). No entanto, quando se trata de notícias, referindo-se apenas a acontecimentos indesmentíveis, não estamos no campo da opinião, mas sim da informação. Por isso, não se compreende que, perante a notícia que foi a manchete da edição da semana passada, baseada em factos concretos e acompanhada dos documentos que a suportam, o vice-presidente de um município se tenha transfigurado em Dom Roberto, figura centenária do teatro de fantoches português caracterizada por uma “voz de palheta”, vocabulário rasteiro e injurioso e vontade de resolver tudo à traulitada.

 

O problema está na falta de educação, que é inaceitável, e no estilo, que é obsoleto. Para modernizar um concelho, têm de se modernizar as atitudes dos seus agentes políticos. Talvez esteja aí a primeira falha.

Qua | 16.04.14

Si vis pacem, para bellum

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“Si vis pacem, para bellum” é uma expressão em latim que traduzida quer dizer “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Às vezes é necessário expor um pouco da força que se tem para se adquirir a paz que se deseja.

Ter | 15.04.14

Desta vez ela tem razão

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A democracia portuguesa é da minha idade, ou seja, já está crescidinha. Vasco Lourenço e os amigos, que se apropriaram do rótulo de pais da dita senhora, ainda não compreenderam que 40 anos depois o Parlamento já não é a messe de oficiais caquécticos. Por isso, eu que até nem simpatizo com a Presidente da Assembleia da República, desta vez tenho que reconhecer que a razão está do lado dela.

Sab | 12.04.14

Há quem tome posse de cravo ao peito mas continue com tiques ditatoriais

fcrocha

O facto de alguém pensar de maneira diferente da minha em assuntos que fazem parte da liberdade de opinião, não justifica de modo nenhum que lhes tenha hostilidade ou até que as trate com indiferença (que o provem alguns dos meus melhores amigos). No entanto, quando se trata de notícias, suportadas por documentos, referindo-se apenas a acontecimentos indesmentíveis, não estamos no campo da opinião, mas sim da informação. Por isso, não se compreende que perante a notícia que foi a manchete da edição desta semana, baseada em factos concretos e acompanhada dos documentos que a suportam, o vice-presidente de uma câmara municipal tenha reagido de forma injuriosa contra o nosso Jornal e contra mim, usando uma linguagem que faria corar de vergonha o mais atrevido dos chulos de Damasco.

Qui | 10.04.14

A estratégia do Coelho

fcrocha

No clássico de Lewis Carrol, “Alice no País das Maravilhas”, há uma passagem em que Alice chega a uma bifurcação e pergunta ao Coelho qual é o melhor caminho. Sabiamente, o Coelho pergunta-lhe para onde é que ela quer ir, ao que Alice responde que não sabe. O Coelho responde-lhe que, assim sendo, qualquer um dos caminhos serve. Recorro ao exemplo de Alice para fazer um paralelo com a estratégia seguida pelo município de Paços de Ferreira relativamente à indústria de mobiliário.

 

Durante alguns anos a estratégia para dinamizar a indústria local passou por enfiar um boné na cabeça do treinador do clube de futebol. Resultado: a maioria das exposições de mobiliário à face da estrada nacional faliram e o dinheiro gasto no boné do treinador dos “Castores” serviu apenas para financiar o futebol.

 

A seguir, investiram em zonas industriais. Tantas que deve ser o concelho do país que as tem em maior número. Resultado: as zonas industriais estão vazias e a empresa municipal respectiva está falida e com dezenas de milhões de euros de dívidas aos bancos e aos fornecedores.

 

Há duas semanas, o Vice-Primeiro-Ministro esteve na feira “Capital do Móvel” e disse que queria fazer de Paços de Ferreira a “capital europeia do mobiliário”. As declarações de Paulo Portas não surpreendem ninguém, é a táctica das frases feitas, mesmo que não saiba do que está a falar. Mesmo assim, o actual Presidente da Câmara apressou-se a anunciar que ia registar o título, como se isso fosse a solução para a indústria de um concelho que passa pelas ruas da amargura.

 

O concelho de Paços de Ferreira terá hoje, provavelmente, mais zonas industriais do que grandes empresas de mobiliário com capacidade para exportar. Antes de avançar por qualquer outro percurso ao acaso, parece-me que é necessário definir uma estratégia para depois poder escolher um caminho. Para que isso seja possível, primeiro é preciso estudar exaustivamente o assunto, talvez com a ajuda de uma ou outra universidade, e só depois traçar um objectivo e persegui-lo. Enquanto isso não for feito, corre-se o risco de continuar a gastar milhões de euros, como aconteceu até agora com a PFRInvest, endividando o município, ao mesmo tempo que se assiste à “Capital do Móvel” a definhar a olhos vistos.

Qua | 09.04.14

Os 60 cêntimos que fazem toda a diferença

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Há umas semanas, dizia o Expresso: “Audi das faturas pode custar até 365 euros por mês a cada premiado”. O mesmo semanário escrevia que “o bastonário lembrou que as famílias estão a viver tempos de dificuldades económicas e que poderão ganhar um carro, no sorteio, sem meios para o sustentar”. Ora, acabo de chega ao escritório, ligo a televisão na SIC (empresa do mesmo grupo do Expresso) e vejo um anúncio da própria estação televisiva que me convida a ligar para o 760 100 300 e, por apenas €0,60, posso ganhar um carro topo de gama. Será que o facto de ter 60 cêntimos de saldo no telemóvel provam que tenho meios para sustentar o carro que a SIC me quer dar?

Ter | 08.04.14

Façam um empréstimo

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Conta a edição impressa do Expresso desta semana que “as finanças do PS têm um buraco de 3,6 milhões de euros”. Segundo o semanário, “as contas do PS vivem dias de vacas magras desde que Seguro dirige o partido”. Não deixa de ser curioso que quem quer tratar das contas de um país não seja capaz de manter as contas do seu partido em dia.

Seg | 07.04.14

Prometer o que não depende de nós

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Prometer que se vai acabar com os sem-abrigo em quatro anos é tão autêntico quanto prometer que se vai acabar com todas as doenças no mesmo período de tempo. O problema dos sem-abrigo não está totalmente relacionada com a situação económica do país. Se assim fosse, eles não existiam nos países mais prósperos.

Sex | 04.04.14

O exemplo europeu

fcrocha

Esta semana, a Comissão Europeia atribuiu o Prémio RegioStars 2014, na categoria “Smart Growth – SME Innovation”, ao “Art on Chairs”, uma iniciativa da Câmara Municipal de Paredes. Os Prémios RegioStars são uma espécie de “Óscares” europeus destinado a premiar os projectos regionais mais inovadores da União Europeia e os melhores exemplos de boas práticas nas políticas públicas de desenvolvimento regional.

 

Em Dezembro último, o VERDADEIRO OLHAR deu a conhecer que o projecto de Paredes estava entre os seis finalistas da sua categoria. Para se compreender melhor a importância deste prémio, juntamente com o “Art on Chairs”, disputavam o galardão o projecto “Innovation for Growth”, de apoio a pequenas empresas, promovido pelo British Library Business & IP Center, de Londres, e por 123 instituições parceiras, o “Cluster for Accelerator Technology”, uma parceria entre 19 instituições da Dinamarca, Suécia e Noruega, e mais três projectos da República Checa, Polónia e Suécia. O projecto de Paredes era o de orçamento mais baixo, aproximadamente um milhão de euros, um valor 15 vezes inferior, por exemplo, ao projecto da Polónia.

 

No meu entender, este prémio deve fazer-nos tirar três conclusões:

 

A primeira é que é a primeira vez que as escolas do concelho de Paredes fazem parte de um projecto que envolve efectivamente a população em geral, os políticos e, acima de tudo, as empresas. Pela primeira vez, viram-se alunos entusiasmados com o resultado final dos seus trabalhos e com a sua interacção com o mundo empresarial.

 

A segunda conclusão é a de que a associação de 35 empresas de mobiliário ao projecto “Art on Chairs” teve como resultado a produção de cadeiras de tão elevada qualidade que 11 personalidades de relevo internacional não hesitaram em identificar-se com esse trabalho colectivo. Cristiano Ronaldo, José Mourinho, Aníbal Cavaco Silva, José Ramos-Horta, Manoel de Oliveira, Eduardo Souto de Moura, Mia Couto, Mariza, Maria Bethânia, Luciano Benetton e Zalmaï foram as personalidades que participaram na iniciativa da Câmara Municipal de Paredes.

 

A terceira conclusão é a de que me parece que o caminho é por aqui. É certo que os frutos da aposta que está a ser feita na revitalização da indústria tradicional de mobiliário, através da incorporação de design e inovação, só serão visíveis daqui a uma ou duas décadas, mas este é um caminho que tem que ser percorrido e ninguém pode ousar travar. Importa recordar que o concelho de Paredes produz quase 60 por cento do mobiliário nacional e que exporta quase 90 por cento do que fabrica, o que se encarregou de reduzir a designação  “Capital do Móvel” a uma ideia de rivalidade e a uma feira que já viu melhores dias.

 

A partir de agora, o “Art on Chairs” será utilizado pela União Europeia como exemplo de boas práticas públicas de desenvolvimento regional. Será difícil quantificar os benefícios que este prémio trará à indústria local, como um todo, e ao concelho de Paredes. Mas, provavelmente, este foi o momento mais importante que o concelho de Paredes viveu nas últimas décadas.