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alinhamentos

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Qui | 28.03.13

Escurinho

fcrocha

Estava aqui a ler uma parte de um relatório escrito por um dos senhores da Troika sobre o desastre das energias renováveis em Portugal. Mas não era disso que vos queria falar. O que vos queria dizer é que só agora é que dei conta que o senhor da Troika se chama Abebe Selassie. Compreendi logo porque é o senhor da CGTP o identificou como “escurinho”. A mim também me parece que é mais fácil de escrever (já que nem sei como se diz).

Ter | 26.03.13

É possível mudar

fcrocha

A vila piscatória da Nazaré era conhecida pela sua imagem tradicional de pescadores a saírem para o mar em franzinos barcos, lutando contra o rebentamento das ondas. Um dia, vieram umas ondas gigantes que um americano surfou e a vila da Nazaré passou a ser conhecida em todo o mundo como o lugar ideal para surfar. O exemplo da Nazaré mostra-nos que há mais vida para além daquilo do que se consegue ver momentaneamente. Basta que estejamos atentos e tenhamos vontade de mudar.

Seg | 25.03.13

Ânimo!

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“Não tenho boas notícias – diz o soldado – estamos cercados”. Ao que o capitão responde: “Mas isso é excelente! Significa que podemos atacar em qualquer direcção”. A situação em que vivemos não é o ponto de chegada, mas sim o ponto de partida. Ânimo!

Sex | 22.03.13

Um tecido novo

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Não sou político, mas gosto de observar e estudar a actividade política. Desta observância, fico com a ideia de que os políticos percebem cada vez mais de euros, cada vez menos de pessoas e muito menos de liberdade.

 

Parece-me que os actuais políticos vivem de jogadas equilibristas, acreditando que tudo sucederá como planearam na tabela de Excel, como se a vida se resumisse a números. Passado algum tempo, dão-se conta da realidade e, por muitos decretos-leis que façam, o resultado parece ser sempre o mesmo: pão para hora, fome para amanhã.

 

Este Governo parece-se com um tecido muito velho e gasto: foi útil e cumpriu a sua missão, mas, como é de fraca qualidade, gastou-se rápido e, agora, sempre que se mexe rasga-se. Já nem dá para fazer remendos. É preciso um tecido novo.

Qui | 21.03.13

Coisas indecifráveis

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Há coisas que, por mais que nos esforcemos, não se compreendem. Então, quando é na política, ainda muito mais. Há umas semanas, a manchete do nosso Jornal dava conta da intenção do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa de concessionar o parque de estacionamento do Hospital Padre Américo, em Penafiel. Na altura, os autarcas da região manifestaram-se preocupados com o facto de os utentes virem a ter que pagar pelo estacionamento quando se deslocassem ao hospital. Até hoje, André Ferreira, o líder do PS de Penafiel, não disse nada sobre o assunto.

 

Na semana passada, o Hospital de Penafiel voltou a ser o tema da primeira página do nosso Jornal. Desta vez, o hospital tinha perdido a acreditação internacional, acreditação essa que garantia uma maior qualidade no atendimento aos utentes. Sobre isto, André Ferreira nada disse.

 

No sábado, com base na notícia do VERDADEIRO OLHAR, a Antena 1 noticiou várias irregularidades cometidas pelo actual Conselho de Administração daquele hospital. Sobre este assunto, André Ferreira manteve o silêncio.

 

Na quarta-feira, o jornal “Público” dava conta de uma lista com mais de uma centena de irregularidades (contratações de pessoal, contratações de serviços a empresas, dinheiros gastos sem rigor, despesas não-justificadas, entre outras) cometidas pela administração do hospital e que tinham sido detectadas pela Inspecção-Geral das Actividades da Saúde. Também sobre isto, André Ferreira não se manifestou.

 

Entretanto, no fim-de-semana passado, um jornal nacional dava conta de que não existem médicos pneumologistas em número suficiente para esta região. Surpreendentemente, André Ferreira reagiu a esta notícia e acusou, entre outros, a Câmara Municipal de Penafiel de “pactuar com o Governo na destruição do Serviço Nacional de Saúde”.

 

O que é que eu não compreendo nisto tudo? Por que é que André Ferreira só reagiu a esta última notícia. Pode não ter reagido a nenhuma das outras notícias por não ter lido o VERDADEIRO OLHAR (em que é um dos colunistas) e o “Público” ou não ouvir a Antena 1. Também pode ter sido por entender que nenhuma das outras notícias era relevante. Ou pelo facto de esta última, a que reagiu, ser a única que não implica directamente os dois administradores e seus colegas de partido. Ou, então, não foi por nada disto, mas porque André Ferreira, à falta de melhor, se lembrou deste assunto para atacar o seu adversário político.

Qui | 14.03.13

A máquina

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O sociólogo russo Ostrogorski definiu um fenómeno dos partidos a que chamou “a máquina”. A máquina era uma sofisticada organização sem cuja concordância nada se podia fazer. Era o motor de qualquer promoção. O anterior e o próximo Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa espelham a tal “máquina” de que falava Ostrogorski: sai Paulo Sérgio Barbosa, o presidente do PS de Paços de Ferreira, entra a mulher de Pedro Mendes, o vereador do PSD de Paredes.

Qua | 13.03.13

Romano

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Nesta altura em que aguardo para saber quem é o Papa partilho estas palavras de São Josemaria Escrivá: “Esta Igreja Católica é romana. Eu saboreio esta palavra: romana! Sinto-me romano, porque romano quer dizer universal, católico; porque me leva a amar carinhosamente o Papa, il dolce Cristo in terra, como gostava de repetir Santa Catarina de Sena, a quem tenho como amiga amadíssima. Todos, com Pedro, a Jesus, por Maria!”
Seg | 11.03.13

Sem regras

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Ao ver uma fotografia em que Luciano Gomes, chefe de gabinete do social-democrata Celso Ferreira, aparece sentado nas primeiras filas da apresentação da candidatura autárquica do Partido Comunista, veio-me à memória as palavras de um candidato americano que, em 2002, desistiu da corrida eleitoral justificando a sua decisão com o seguinte argumento: “Na guerra há regras. Até na luta livre há regras. Na política não há regras”.

Sex | 08.03.13

Acabaram as filas

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Ir aos Correios é uma chatice. Precisei de lá ir e estavam milhentas pessoas à minha frente. Uma coisa é certa, os CTT acabaram com filas de espera: as pessoas tiram umas senhas e podem estar espalhadas por todo o lado. O tipo que inventou o mecanismo para acabar com as filas, podia inventar um outro, mas agora para acabar com o tempo de espera.

Qui | 07.03.13

Não há duas sem três

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Em menos de quatro meses o PS-Paredes trocou de candidato três vezes. A primeira escolha, que não chegou a ser ratificada pela Comissão Política do partido, foi a de Raquel Moreira da Silva, a ex-vereadora do PSD que já tinha sido recrutada no CDS-PP. O PS começou com a pior das escolhas possíveis.

 

Ao trocar Raquel Moreira da Silva por Elias Barros, os socialistas voltaram, na minha opinião, a cometer outro erro. Elias Barros não é político, não tem jeito para a política e a única coisa que se conhece que o ligue à política é um problema pessoal com o actual presidente da Câmara Municipal. Ou seja, Elias Barros estaria a usar o partido para se vingar de Celso Ferreira. Por sorte para os socialistas, Elias Barros desistiu esta semana da corrida.

 

A terceira opção caiu sobre o vereador socialista Alexandre Almeida. Entendo que esta deveria ter sido sempre a primeira escolha, pois é o candidato natural do PS. Não foi posto de parte por nenhum partido, nem tem qualquer problema pessoal para resolver com os adversários. Isto, por si só, faz dele o melhor dos três que se conheceram até agora. Acredito que fica o PS a ganhar e a qualidade do debate político vai melhorar.

 

Entretanto, quando publicámos na edição online, em primeira mão, a notícia que dava conta da desistência de Elias Barros, as redes sociais ficaram impregnadas de comentários de fervorosos apoiantes do PSD local que davam conta da sua satisfação pelo facto. Parecia até que as eleições estavam ganhas. Convém ter alguma calma e recordar aos sociais-democratas que ainda faltam oito meses para as eleições e que, há oito anos, o PSD trocou de candidato em cima da campanha eleitoral e acabou por ganhar essas mesmas eleições. Também deve ser recordado que há oito anos, umas semanas antes da tal troca de candidato “laranja”, Celso Ferreira e Granja da Fonseca diziam publicamente um do outro o que o diabo não dizia da mãezinha e, poucos dias depois, estavam os dois aos abraços em cima de um palco. A memória é curta.

Qua | 06.03.13

Não há duas sem três

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Elias Barros desistiu da corrida eleitoral e abandonou a candidatura pelo PS-Paredes. O senhor que se segue é Alexandre Almeida. O vereador socialista vai ser apresentado como uma terceira opção (depois de Raquel Moreira da Silva e Elias Barros) quando deveria ter sido, sem dúvida, a primeira escolha dos socialistas. O PS pode até ficar a perder em protagonismo, pelo menos nesta fase inicial (convém não esquecer que ainda faltam oito meses para as eleições), mas a política local vai sair a ganhar com toda a certeza.

Sex | 01.03.13

Na cama com…

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O humorista americano Charles Dudley Warner, em pleno seculo XIX, escreveu uma das verdades permanentes da política: “A política cria estranhos companheiros de cama”. A expressão refere-se àquelas situações em que, para espanto de todos, opositores de ontem, por razões de interesse político, se unem para lutar por um objectivo comum. Esta união não tem que ver com aqueles momentos críticos da história em que se impõe a união para garantir a sobrevivência de uma comunidade.

 

A expressão “companheiros de cama” aplica-se àqueles que até há pouco eram adversários e que encontram forte interesse comum, muitas vezes de conveniência, capaz de gerar tal intimidade. Na maioria das vezes, isso acontece para atrair para as suas fileiras quem então foi adversário.

 

Quase sempre, estas “jogadas” geram desconfiança entre os eleitores e, num primeiro momento, tendem a ser desfavoráveis às duas partes envolvidas. A maioria não compreende como é que duas pessoas que disseram mal uma da outra publicamente aparecem, de um dia para o outro, de mãos dadas e a sorrir. Parece a prova suprema da dissimulação.

 

Eu defendo uma dinâmica política que seja capaz de superar as hostilidades passadas e olhar o futuro. Na vida, tudo muda, e permanecer agarrado ao passado é um sinal de decadência. Por isso, é natural que as pessoas façam alianças com antigos adversários. Mas outra coisa, bem diferente, são os pactos instrumentalizados por interesses pessoais.

 

Vem tudo isto a propósito das eleições autárquicas de Outubro e da constituição das listas que vão sendo conhecidas um pouco por toda a região. Olhando para alguns dos nomes que vão sendo conhecidos para fazer parte das candidaturas de um ou outro partido, fico com a ideia de que alguns dos intervenientes ficaram amigos porque partilham da ideia de destruição de um inimigo comum. O facto de partilharem um inimigo não faz deles amigos e é uma atitude ingénua: um estará interessado em vencer o adversário e o outro estará interessado em destruir pessoalmente o inimigo.

 

Por isso, parece-me que há quem se esteja a deitar com estranhos na mesma cama.