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alinhamentos

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Sex | 31.08.12

Tanta gente culta

fcrocha

Tenho assistido com alguma atenção a esta nova polémica em torno da privatização, ou concessão, da RTP e o eventual encerramento da RTP2. Confesso que não fazia ideia que havia tantos portugueses que eram espectadores assíduos do segundo canal público. Parece-me até que os medidores de “audiências” estão todos avariados, porque, tendo em conta o elevado número de pessoas que se manifestam contra o encerramento do canal, a RTP2 deve ter uma “audiência” de perto dos 90 por cento.

 

Antes de mais, interessa saber se a RTP presta um serviço público de televisão, ou melhor, se existe algum elemento de diferenciação na RTP em relação à SIC e à TVI que nos permita afirmar que presta um serviço público de televisão. A RTP tem o mesmo tipo de concursos, o mesmo tipo de programas da manhã, o mesmo tipo de programas da tarde e tem os noticiários à mesma hora e com as mesmas notícias dos outros canais. É certo que que tem o Malato e o Fernando Mendes, mas a SIC tem a Júlia Pinheiro e a TVI a Fátima Lopes (ou será ao contrário?). Na verdade, a RTP é uma televisão quase igual às outras. Escrevi “quase” porque existe uma diferença: a RTP vive à custa do dinheiro dos contribuintes.

 

A RTP tem usado os seus noticiários, numa espécie de manifesto ilustrado para defender os seus interesses profissionais, mostrando-nos contas e tentando vender a ideia de que, afinal, aquilo até dá 20 milhões de euros de lucro. O que os jornalistas da RTP (e os do “Expresso”) se esqueceram de dizer foi que naquelas contas estão as indemnizações compensatórias, as dotações de capital e a contribuição audiovisual. Tirando a última, que é paga por todos nós na factura da electricidade e tem um valor de 140 milhões de euros, o resto é dinheiro do Orçamento do Estado. E esse resto é qualquer coisa como 3,7 mil milhões de euros. Eu explico-lhe melhor este número: o que o Estado gastou com a RTP desde 2003 até hoje dava para pagar duas vezes os subsídios de Natal aos funcionários públicos.

 

Ao Estado cabe garantir a defesa, a justiça e a saúde. A RTP é um sorvedor de dinheiro que serve para propagandear os sucessivos Governos. Sou a favor da privatização da RTP. Caso não apareça ninguém para a comprar, que se feche de uma vez.

 

Qua | 29.08.12

Uma verdadeira lição de liberdade.

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Em Moçambique, o uniforme escolar é obrigatório para todos os estudantes. No entanto, as alunas islâmicas foram autorizadas a usar o lenço islâmico nas escolas. Ao contrário de muitos países europeus, tidos por civilizados, Moçambique reconhece que a liberdade religiosa é um direito que assiste a cada um dos seus cidadãos. Uma verdadeira lição de liberdade.

Ter | 28.08.12

Falta de previsão

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Aqui por baixo do local onde trabalho há um cafezinho simpático que vende, entre outras coisas, uns deliciosos pães com sementes. À hora do almoço passei por lá para comprar dois desses pães, só que a resposta da senhora foi a mesma de quase todas as outras vezes que fui lá com a propósito de comprar: “Já não tenho. Sabe como é? Vendem-se bem, saem muito…”. Mas se “saem muito”, porque é que não pedem mais quantidade ao fornecedor? Este cafezinho, que tem muitas coisas que eu não quero e as que quero “saem bem”, sofre do mesmo problema da maioria do pequeno comércio: falta de previsão, falta de antecipação.

Sex | 24.08.12

Suicídio

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Suicídio — é a expressão que melhor define o que está acontecer com o Partido Socialista de Paços de Ferreira. Se nas últimas eleições a candidatura de Humberto de Brito alcançou o melhor resultado de sempre para os socialistas da Capital do Móvel, fazendo crescer a esperança de poderem vir a alcançar o poder em 2013, as desavenças entre o vereador Humberto de Brito e o presidente da comissão política, Paulo Sérgio Barbosa, mostram que o PSD não tem muito com que se preocupar.


Já há algum tempo escrevi que Humberto de Brito e Paulo Sérgio Barbosa corriam em pistas paralelas. Ambos ambicionam ser o próximo cabeça de lista do PS de Paços de Ferreira nas autárquicas de 2013: Humberto de Brito quer ser candidato porque sente que, depois do resultado de 2009, tem condições para chegar à vitória nas próximas eleições (só assim se explica a campanha permanente que tem feito por todas as freguesias do concelho desde que tomou posse). Paulo Sérgio Barbosa quer ser candidato porque, embora tendo consciência de que nunca alcançará a vitória, sabe que ser cabeça de lista do PS é a única hipótese de se manter “à tona” no seu partido. Além disso, o lugar na administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa que presentemente ocupa deve-se a uma nomeação feita no tempo de José Sócrates, ou seja, mais dia, menos dia, este Governo irá substituí-lo.


Concluindo: à conta desta luta pelo lugar mais alto do “poleiro”, esvaziam-se todas as possibilidades do PS de Paços de Ferreira vir a alcançar a vitória. Entretanto, o PSD nem precisa de fazer muita campanha; basta-lhe ficar a assistir de camarote a esta luta fratricida.

Qui | 23.08.12

É do calor.

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Ou é da estação do ano, ou da falta de juízo, mas o país anda a ficar louco. Primeiro foram os papéis dos submarinos que, ao que parece, desapareceram. Na Alemanha, quem fez o negócio já se explicou e já foi condenado; cá, andamos à procura dos papéis no porta-luvas do submarino.

Esta semana, o presidente da Câmara de Beja manifestou-se contra a suspensão da Auto-Estrada do Baixo Alentejo com a melhor das fundamentações: “A Auto-Estrada do Baixo Alentejo é estruturante, por fazer a ligação ao aeroporto de Beja”. Está tudo louco? Uma auto-estrada a ligar a um aeroporto que não funciona, que acumula milhões em prejuízo em cada ano e que tem tanta razão de ser como uma marina na Senhora do Salto? Já não chegava terem construído um elefante branco, agora querem forrá-lo a ouro? A crise ainda não chegou mesmo a todos...

Dom | 19.08.12

Ainda há empresas com bons princípios.

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O novo director executivo da empresa alemã Beiersdorf, detentora da marca Nivea, dispensou os serviços da cantora Rihanna. Em causa, está o facto da cantora caribenha ter-se deixado fotografar em poses ousadas e vestida com roupas provocantes.

 

Stefan Heidenreich disse que a marca Nivea é sinónimo de confiança e família, algo que é inconciliável com o comportamento da cantora.

 

Um bom exemplo!

Sex | 17.08.12

Jogar baixo

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O tempo em que as câmaras municipais tinham dinheiro para financiar o desporto profissional é um tempo ultrapassado. Presentemente, ninguém compreenderia que se gastasse o que quer que fosse a patrocinar equipas de futebol. Vem isto a propósito do corte no patrocínio da Câmara Municipal de Paços de Ferreira ao futebol.

 

Esta semana, o secretariado do Partido Socialista local mostrou-se chocado com o fim da publicidade da Capital do Móvel nas camisolas do Futebol Clube de Paços de Ferreira. Esta posição até poderia parecer normal, não fosse o dirigente do mesmo secretariado ter votado sempre contra os protocolos entre o Município e os clubes locais, desde que é vereador. Paulo Sérgio Barbosa, utilizando o descontentamento de alguns dirigentes do futebol, aproveitou para mudar de opinião e esquecer-se da posição enquanto vereador durante os últimos três anos. Esteve melhor o colega de vereação Humberto de Brito que soube manter-se fiel ao que sempre defendeu, não embarcando no oportunismo de ocasião.

 

Uma das preocupações do PS-Paços de Ferreira é a hipótese, patética, da Câmara Municipal de Paredes vir a patrocinar as camisolas dos Castores. O PS disse isto, a imprensa local escreveu o mesmo sem confirmar com ninguém e os dirigentes do F. C. Paços de Ferreira não tiveram a coragem para desmentir: tudo serve para pressionar Pedro Pinto a abrir os cordões à bolsa. Convém aqui relembrar o que se passou em Paredes.

 

A Câmara Municipal de Paredes deixou de patrocinar a equipa de ciclismo LA-Antarte. No dia da apresentação da equipa para a 74ª Volta a Portugal em Bicicleta, a equipa de Paredes fez a apresentação no salão da nobre do Município. Com este gesto, o director da equipa, Mário Rocha, disse que compreendeu que a autarquia não tem dinheiro para continuar a patrocinar, não esqueceu os anos anteriores em que recebeu esse patrocínio e disse que a equipa continuaria a ser a de Paredes. Inclusive, nas camisolas continua figurar a marca Rota dos Móveis.

 

Se o F. C. Paços de Ferreira fosse um clube agradecido, teria reconhecido o bem que lhe fez o dinheiro que recebeu da Câmara Municipal durante vários anos e ofereceria a publicidade aos empresários locais. A publicidade não favorece o presidente da Câmara, mas sim os empresários do concelho. Afinal, o que seria o F. C. Paços de Ferreira sem as largas centenas de milhares de euros que a autarquia lhe deu?

Ter | 14.08.12

Vicente Moura não é presidenciável.

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O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Vicente Moura, para justificar as poucas medalhas olímpicas, afirmou que Portugal não tinha enviado a Londres uma equipa de medalháveis. Vicente Moura deve-se ter esquecido que entre os atletas portugueses estavam campeões europeus, provavelmente, todos eles medalháveis.

 

O que o presidente do Comité Olímpico de Portugal fez foi desvalorizar os atletas nacionais. Se queria justificar os resultados que a delegação portuguesa obteve, podia, por exemplo, argumentar que dos 204 países presentes, 119 não obtiveram qualquer medalha. Ou que, proporcionalmente, o Brasil teve um resultado pior que o nosso, porque só obteve 17 medalhas e tem 190 milhões de habitantes. Vicente Moura podia ter dado qualquer desculpa, só não podia era rebaixar a qualidade e empenho dos nossos atletas.

Sab | 11.08.12

O dono da actividade privada.

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O Pingo Doce foi multado em 30 mil euros porque fez uma gigantesca campanha de 50 por cento de desconto, campanha essa que beneficiou muitos milhares de portugueses. Embora os concorrentes não tenham apresentado queixa, a autoridade da concorrência entendeu por bem multar a empresa.

 

Então, os 50 e 70 por cento de desconto em cartão que o Continente faz não são mega descontos? E os 70 por cento colados nos vidros das montras das lojas, não são mega descontos? E o “compre uma e leve duas” também não estão incluídos nos mega-descontos?

 

É triste quando o Estado tenta, a todo o custo, meter o nariz no que não lhe diz respeito.

Sex | 10.08.12

Desfrutar.

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Uma das particularidades desta época de Verão é o tempo livre. Muitas vezes passamos por ele sem pensar verdadeiramente no que fazer dele. Para nós pais é uma dupla tarefa: temos que pensar no que fazer com os nossos tempos livres e pensar no tempo livre dos nossos filhos. É verdade que existem imensas actividades para os nossos filhos, mas é necessário planear cuidadosamente o dia deles. Senão, corremos o risco do tempo livre deles ser ocupado pela televisão. É necessário não esquecer que o nosso tempo livre é uma oportunidade única para desfrutar dos nossos filhos e também uma parte da sua educação.


A sociedade que nos rodeia impõe-nos um objectivo de bem-estar que está longe do nosso verdadeiro objectivo, que é ser felizes. O bem-estar tem o seu reflexo no consumismo que leva a gastos desproporcionais e a uma obsessão por estar sempre na última das modas, seja na roupa, no telemóvel ou no tablet. Este “disfrute aqui e agora” faz-nos cegos e incapazes de reflectir e apreciar. Se assim for, o nosso tempo livre converte-se em momentos de consumo. Usar do tempo livre não é sinónimo de despesa financeira, mas pode ser sinónimo de felicidade.


O exemplo dos pais são a melhor lição para os filhos. Por isso, devemos evitar discrepâncias entre a educação que queremos dar aos nossos filhos e o desmazelo com o nosso tempo livre. Se os miúdos nos vêm no sofá com o comando da televisão na mão, vão ser sedentários, porque para eles tempo livre é estar deitado no sofá a não fazer nada. Se somos activos, planeamos e propomos actividades para todos fará com que ganhem vontade de alinhar nos nossos planos. Por isso, é importante sugerir actividades para ocupar todos os tempos livres. Tempo livre não é não fazer nada, é fazer outras coisas que em regra não temos tempo para fazer.


Há uns tempos, fui ouvir uma conferência sobre ocupação de tempos livres que foi proferida por um amigo meu que é pai de oito filhos. Ele explicava que divida o tempo livre em três partes: uma para o descanso, outra para a diversão e outra para o desenvolvimento da personalidade dos filhos. Para gerir esse tempo livre usava cinco critérios: dedicar tempo a sós com cada um dos filhos e tinha um dia para cada um; todos os dias dizer algo agradável a cada um dos filhos; fomentar nos filhos admiração pela mãe; fazer sentir que nenhum deles é um estorvo, antes um gosto em tê-los por companhia; dar tanta importância à quantidade como à qualidade do tempo que passa com os filhos. Neste tempo de férias, devemos aproveitar o tempo livre para desfrutar dos nossos filhos, pois é uma oportunidade única para estreitar laços familiares.

 

Qui | 02.08.12

De isqueiro na mão.

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O Governo vai deixar que os municípios mais afectados pelos incêndios possam ultrapassar os endividamentos líquidos. Eu não quero ser alarmista, mas parece-me que vão existir muitos presidentes de câmara municipal a virarem pirómanos.