Eu compreendo que seja necessário poupar muito, mas não é preciso apagar a luz da rua à noite. Na cidade de Paredes, a iluminação pública acende quando a noite já vai alta e apaga quando ainda falta mais de uma hora para o sol nascer.
Os responsáveis por esta ideia peregrina, esqueceram-se que entre 6h e as 7h da manhã há dezenas de pessoas que vão apanhar o comboio para trabalhar no Porto.
Antes de escrever o que quero realmente escrever, começo por afirmar, para que os espíritos críticos não façam juízos errados, que considero Alberto João Jardim indigno para ocupar o cargo que ocupa. Não é por nada, é por tudo. Porque é mal-educado, é um pequeno ditador e um autêntico irresponsável no que toca a dinheiro público.
É verdade que a Madeira está numa situação financeira caótica. É verdade que o governo regional escondeu as contas. De um dia para o outro, ficou Portugal continental inteiro a atirar pedras para a ilha da Madeira, para ver se acertam no Alberto João. De um dia para o outro, esquecemo-nos que o que o governo madeirense fez foi o mesmo que o governo de Sócrates fez durante seis anos. Bem, não foi o mesmo. Na verdade, o governo se Sócrates fez bem pior!
É bom que se saiba que o défice da Madeira fez aumentar o défice nacional numas pequenas décimas, mas convém não esquecer que a Estradas de Portugal (apenas uma empresa pública do continente) passou de um passivo de 900 milhões de euros em 2008 para mais de dois mil milhões em 2010.
Já que temos o país distraído com a Madeira, convém olhar para o outro arquipélago. É que nos Açores, na mesma ilha (S.Miguel), no ano em que o país está quase a pão e água para poder pagar a quem deve, o governo regional dos Açores resolveu construir dois museus de arte contemporânea. Um deles custa a módica quantia de 13 milhões de euros. Coisa pouca.
O Estado português está a cortar a despesa pública. Esta frase só pode ser piada. «Cortar despesa» é coisa que o Estado português nunca fez em 850 anos de história. É verdade que tem falado muito nisso. Pode até dizer-se que é a coisa que mais tem falado ao longo dos séculos. Mas cortar a despesa, cortar não cortou. Nunca!
Às vezes a despesa desce por si mesma, como aconteceu aos juros no caminho para o euro. Outras surge uma ditadura que trata disso, com João Franco ou Salazar. Mas deixada a si mesma, em liberdade, nunca a despesa pública portuguesa desceu.
É verdade que a troika está a criar uma espécie de «ditadura financeira» no meio da democracia: ou se reduzem os gastos ou não há mais dinheiro. Será que isto chega para que finalmente se possa ver este fenómeno cósmico de o Estado português cortar despesa? Promessas são muitas e duras, mas isso é costume. Até agora «descer despesa» teve apenas o significado clássico em linguagem orçamental: subir impostos.
Ah, é verdade, e também há aquele truque canónico que parece mesmo descer despesa mas não é: o Estado não paga as contas. Trata-se de uma forma de criar dívida pública informal, usando os fornecedores como caixa económica. Assim gasta menos: os bancos queixam-se que o seu único problema de solvabilidade é o sector público não pagar o que deve, milhares de pequenos fornecedores são estrangulados por dívidas a cobrar do erário público, a Ordem dos Advogados ameaça processar o Estado por pagamentos em atraso das defesas oficiosas. Mas cortar a despesa, cortar não cortou.
"O Opus Dei não foi citado para comparecer em tribunal", esclareceu Béatrice de La Coste, do gabinete de imprensa da Prelatura em França, a propósito de informações confusas sobre um processo judicial envolvendo dirigentes da Escola Hoteleira Dosnon.
19 de setembro de 2011 Béatrice de La Coste Service d'information et communication de l'Opus Dei en France Contact presse Isabelle Muller 06 73 79 49 34
Trata-se de um processo judicial por questões relativas ao direito do trabalho. As partes no processo são CatherineTissier e duas responsáveis da "Ecole Hôtelière Dosnon (www.ecole-dosnon.com).
Dosnon é uma instituição privada com contrato de associação, dependente da Académie d’Amiens. A escola foi criada e é gerida pela “Association de Culture Universitaire et Technique” (ACUT) e confere diplomas reconhecidos pelo Estado.
A Escola hoteleira foi acusada por C. Tissier de encobrir sob a forma de "estágios profissionais" aquilo que considera ser um trabalho que deveria ser remunerado. A Escola opôs-se a esta versão dos factos e forneceu aos tribunais toda a documentação relativa ao caso.
No contexto da história de pessoal de C. Tissier, que na altura dos factos trabalhava em Dosnon e pertencia ao Opus Dei (até 2001), o seu advogado procurou envolver no processo, por todos os meios, a Prelatura do Opus Dei.
Concluídas as diligência exigidas, a Justiça francesa considerou não haver fundamento e, de facto, o Opus Dei não foi citado para comparecer perante os tribunais em nenhum momento, contrariamente ao que se difundiu nalguns meios. Ao longo deste tempo, a Prelatura colaborou com a justiça para responder a cada uma das suas perguntas e solicitações, em tudo quanto lhe dizia respeito.
Tendo em conta o eco que tiveram algumas alegações falsas e alheias ao processo, verbalizadas pelo advogado de acusação, desejo fazer alguns esclarecimentos.
Embora não partilhe a versão de C. Tissier quanto aos factos e à sua interpretação, antes de mais quero manifestar respeito pela sua pessoa e pelo sofrimento que manifesta nas suas intervenções públicas. Perante a dor de uma pessoa, não há lugar a outro sentimento que não seja de respeito e de desejo de ajudar. Ao lado disto, simultaneamente, importa compreender que as acusações que referi, alheias ao caso judicial, geraram um evidente sofrimento em professoras e alunas da escola, porque difundiram falsidades que ferem numerosas pessoas concretas e também a reputação de um centro educativo.
Faço, em especial, um apelo ao advogado da queixosa para que, de futuro, deixe de agredir e de usar a dor de umas pessoas para gerar dor noutras. Neste sentido, expresso a minha proximidade e solidariedade às duas directoras da Escola que, desde 2002 até hoje, tiveram de suportar uma longa sucessão de acusações falsas já rejeitadas pela Justiça.
Na sua missão de evangelização, a Prelatura do Opus Dei presta assistência pastoral a centenas de milhares de pessoas e orientação cristã a numerosas instituições sociais e educativas em todo o mundo: escolas e institutos de capacitação profissional, hospitais, casas para a realização de retiros espirituais, universidades e outras instituições educativas como em França, desde 1970 à “Ecole Hôtelière Dosnon”.
Dosnon e a sua direcção, que depende da Associação ACUT, assumiram repetidamente a sua responsabilidade em todos os aspectos educativos, de gestão pessoal e de direcção da instituição.
As pessoas do Opus Dei que aí trabalham assumem também a sua responsabilidade pessoal, tal como o resto dos trabalhadores que não pertencem a esta instituição; tanto uns como outros procuram realizar do melhor modo possível a tarefa nem sempre fácil de ensinar, sensibilizando para o trabalho de cuidados à pessoa acrescido da dimensão técnica.
Ao informar sobre o caso, é preciso distinguir os factos que são objecto do processo judicial – uma questão, como já dissemos, relacionada com o direito do trabalho, e que é de interesse de todos que se resolva do melhor modo possível, para bem dos estudantes e dos trabalhadores – das outras questões.
Em concreto, o advogado da queixosa está a servir-se deste processo judicial para lançar acusações gratuitas sobre uma instituição católica, usando elementos repetidamente rejeitados pela Justiça.
É sabido, por exemplo, que convidou para as audiências públicas dos dias 22 e 23 os autores dos livros contra o Opus Dei para atrair os meios de comunicação para questões extra-judiciais: sobretudo, para os temas relacionados com o compromisso religioso anteriormente vivido por C. Tissier, dos quais faz agora uma leitura distorcida.
A insistência da acusação em equiparar uma instituição da Igreja católica com grupos sectários é dificilmente compreensível. No entanto, infelizmente, este expediente dá grande visibilidade à sua actuação, em detrimento do bom nome de muitas pessoas, e também do seu próprio nome ao usar estes meios equivocados.
Estou à disposição dos meios de comunicação que o desejarem para dar informações sobre o Opus Dei. As questões relativas ao processo judicial devem ser esclarecidas junto dos responsáveis da escola. Numa atitude de transparência informativa, seria muito grato apresentar – com a colaboração de todos – um quadro da situação o mais próximo possível da realidade.
Fala-se muito de crise, de desemprego e de precariedade, mas a verdade é que também há quem precise de pessoas para trabalhar e não as encontre. Há uns dias, um concurso para 12 vagas de emprego na Câmara Municipal do Entroncamento, para trabalhar na área da limpeza, ficou deserto porque ninguém concorreu. O presidente da câmara recorreu ao Centro de Emprego local e os desempregados que apareceram não quiseram o emprego. Também há pouco tempo, uma fábrica de confecções de Paços de Ferreira, devido ao aumento das encomendas, teve necessidade de contratar 50 costureiras. Colocou um anúncio, recorreu ao Centro de Emprego, fez mais de 300 entrevistas e conseguiu admitir apenas dez funcionárias. Aqui no Jornal, há duas semanas que tentamos contratar uma pessoa para trabalhar na área do secretariado. Recebemos centenas de currículos, fizemos dezenas de entrevistas, tivemos outras tantas que não apareceram, nem deram qualquer explicação, e não conseguimos contratar ninguém. Resultado: acabamos por entregar esse trabalho a uma empresa de outsourcing.
O que tinham estes três exemplos em comum? O facto de o vencimento ser pouco mais que o salário mínimo nacional. Ou seja, o país vive na ilusão que todos terão acesso a um emprego prestigiado e bem pago. Este é o fruto de anos e anos em que se vendeu a ideia de que o Estado cuida de tudo e de todos, sem nos estimular à responsabilidade individual.
A verdade é que em Portugal há milhares de ofertas de emprego espalhadas por todo o país. A questão é que não há quem queira trabalhar. Ainda há muitas pessoas agarradas à crença de que algo lhes vai “cair de cima” de um momento para outro. E este “cair de cima” é um emprego junto à porta, a ganhar muito e a trabalhar pouco. Como diz o povo: Fia-te na Virgem e não corras!
Por: Henrique Raposo I. "O aborto não pode ter isenção como tem a gravidez (...)". José Manuel Silva, bastonário da ordem dos médicos (Expresso de sábado).
II. O Estado não deve considerar que o aborto é crime até x semanas, sim senhora, mas também não deve instituir o aborto gratuito no seu serviço de saúde. O aborto não é um direito, meus caros. Se uma pessoa quer fazer um aborto, tem bom remédio: pagar do seu bolso. A irresponsabilidade não pode ser recompensada. A irresponsabilidade não pode ser subsidiada. A irresponsabilidade não pode ser transformada num direito. E, acima de tudo, a irresponsabilidade não pode ser colocada no mesmo patamar da responsabilidade que é assumir uma gravidez e ter um filho.
Em qualquer cenário financeiro, este aborto gratuito seria sempre uma política imoral. Ora, no nosso contexto de crise, esta política sobe vários níveis de imoralidade. É uma daquelas coisas realmente ofensivas. Os cortes da saúde chegaram e as taxas moderadoras têm de subir, mas o aborto é gratuito. Faz todo o sentido, sim senhora. As maternidades debatem-se com problemas sérios para suportar a sua atividade principal (recorde-se: trazer crianças a este mundo), mas o aborto é gratuito. Faz sentido, sim senhora. Num contexto de crise demográfica, o tratamento de fertilidade deixou de ser uma prioridade, mas o aborto é gratuito . Faz sentido, sim senhora. Mas sabem o que é ainda pior? Num país onde o aborto é completamente gratuito (até acho que a mulher recebe um subsídio de - pasme-se - maternidade), é quase impossível encontrar um especialista em saúde materna nos centros de saúde. Portanto, no Portugal progressista de 2011, uma mulher que dá à luz é menos protegida do que uma mulher que escolhe abortar. Meus caros, tudo isto é uma imoralidade tremenda, para usar um eufemismo publicável.
Abri o meu email e não queria acreditar: estava positivamente inundado de correspondência enviada por pessoas que eu não conhecia, insultando-me pela crónica Dois Maridos, publicada neste espaço há 15 dias.
A correspondência dividia-se em três categorias.
Os emails mais benévolos continham lições de moral, considerando o dito artigo homofóbico e contrário à igualdade entre os seres humanos. E uma leitora até dizia que o texto era «racista» e que incitava à «violência sobre as mulheres». Extraordinário!
Havia, depois, os emails simplesmente insultuosos, quase sempre com amplo recurso a palavrões, chegando a desejar-me a infelicidade e a morte – a mim e aos meus familiares!
Um terceiro grupo era composto por emails sem qualquer texto escrito – e que, no espaço destinado ao Assunto, tinham uma referência depreciativa: «Vergonhoso», «Atrasado mental», etc.
Havia finalmente um, endereçado por um jornalista estrangeiro, que me ameaçava com a Justiça internacional e uma eventual pena de prisão!‘Só me faltava esta’, pensei eu, que já fui julgado umas 100 vezes por alegado abuso de liberdade de imprensa e passo a vida nos tribunais e nas secções de Justiça a prestar declarações.
Percebi, entretanto, que uma comunidade gay tinha feito circular o texto entre os seus membros, com o pedido expresso de enviarem ao autor um email ofensivo. E no Facebook circulava um abaixo-assinado incitando a um boicote activo ao SOL e ao seu director, que tinha cerca de 1.000 adesões.Ora qual fora o meu crime, para suscitar tamanho repúdio e ataques tão violentos e grosseiros?
Basicamente, manifestar-me contra o casamento gay.
Numa crónica que eu pretendi que fosse ligeira e descontraída, ilustrada por uma imagem do filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, comentava-se a suposta cena de violência conjugal entre o ex-deputado do PSD Jorge Nuno de Sá e Carlos Marcano, referiam-se as dificuldades semânticas que um casamento gay levanta (por exemplo, numa relação entre dois homens devemos chamar ‘maridos’ a ambos?) e reafirmava-se a ideia de que a palavra ‘casamento’ deveria ser reservada à união entre um homem e uma mulher, ou seja, ao acto fundador de uma família.
Não era um texto pesado nem doutrinário, e muito menos radical. O desacordo relativamente ao casamento gay não é uma posição original e, até mais ver, é legítima. Ou não será? Já não existe o direito de discordar da lei que admitiu a extensão da palavra ‘casamento’ à união entre dois homens ou duas mulheres?
Enchi-me de paciência e decidi responder personalizadamente a cada um dos emails. Entendi que era meu dever enviar uma palavra directa a todos que me tinham escrito, mesmo os mais grosseiros. Levei uma noite inteira a fazê-lo, e as minhas respostas agrupavam-se em três categorias. Aos que não escreveram texto nenhum, e apenas preencheram o espaço do Assunto, agradeci o facto de se darem ao trabalho de me escrever mesmo sem terem nada para dizer.
Aos que me insultavam com palavrões ou me desejavam a morte expliquei que os insultos dizem muito sobre quem os profere – mas não dizem absolutamente nada sobre o destinatário. Ora os autores dessas mensagens tinham deixado uma péssima imagem de si próprios.
Aos que me davam lições de moral – acrescentando invariavelmente que aquele texto não devia ter sido publicado – procurei explicar-lhes o que significa a palavra ‘tolerância’. Informei-os que publico semanalmente no SOL diversos textos com opiniões contrárias às minhas, já tendo publicado artigos a defender o casamento gay. E interpelei-os directamente: «Se o leitor estivesse agora no meu lugar, publicaria o meu texto?». Esta pergunta é sempre, nestas polémicas, a pedra de toque. É ela que separa os tolerantes dos intolerantes, os democratas dos fundamentalistas.
Finalmente, expliquei ao jornalista estrangeiro que em Portugal houve censura durante 50 anos, que agora vivemos em democracia – e que o SOL é um jornal plural, que respeita a liberdade de opinião e a diversidade de pontos de vista.
Não percebo por que razão a homossexualidade tende a tornar-se um tema tabu, que não pode ser discutido e sobre o qual não é permitido opinar.Não percebo – e não aceito. Nunca me verguei às conveniências e ao politicamente correcto – e não seria agora que o começaria a fazer. Sou totalmente contra o casamento gay, já expliquei detalhadamente porquê e reivindico o direito de ter opinião sobre este assunto e de a expressar. Será que alguns querem instituir uma nova Polícia do Pensamento? Querem reacender-se as fogueiras da Inquisição?
Hoje, em Portugal, escreve-se sobre tudo: sobre a liberalização de todas as drogas, sobre a eutanásia, sobre as vantagens das centrais nucleares, sobre a legitimidade do aborto, até sobre a reposição da pena de morte – e não se pode contestar o casamento gay? Porquê? Com base em quê?
Há muitos anos o meu pai, já em ruptura com o PCP, escreveu no Diário de Lisboa um longo artigo sobre África que incomodou os comunistas. Respondeu-lhe um jornalista chamado António Rego Chaves, militante ou simpatizante comunista, que acabava assim o seu texto: «Senhor doutor, deixe-nos em paz!».
Numa admirável resposta, o meu pai dizia-lhe o seguinte: «Faço-lhe a justiça de pensar que, ao tomar a iniciativa de comentar o meu artigo, a sua paz irreversivelmente acabou». Tinha razão. Uns tempos depois este jornalista afastar-se-ia do PCP.
A todos os que me atacaram, mesmo aos mais agressivos, aos mais grosseiros, aos mais insultuosos, eu digo o mesmo: «Faço-lhes a justiça de pensar que a minha resposta os leve a reflectir um pouco sobre a sua atitude. Ao verem que alguém lhes pode responder civilizadamente a um insulto, isso constitua para eles uma lição». Acredito nisso – e foi por isso que a todos respondi um a um.
Uma reflexão, para finalizar.
Na nossa Civilização, a palavra ‘casamento’ tinha um significado preciso. Por que se insistiu em estendê-la a outro tipo de relações? Eu digo: por razões ideológicas. Exactamente para significar que as uniões homossexuais são exactamente iguais às uniões heterossexuais. Só que eu acho que não são. Que são diferentes – e portanto não deveriam usar a mesma palavra.
Ora, se os gays tiveram o direito de defender o seu ponto de vista, eu não terei o direito de discordar? Ou a lei que legalizou os casamentos gay ilegalizou simultaneamente as opiniões contrárias?
Daqui a três semanas começará no Tribunal de Paredes um julgamento inédito. Os herdeiros da senhora que doou o terreno do antigo Estádio das Laranjeiras exigem a devolução do mesmo. Porque é que isto parece insólito? Porque o terreno não foi doado há uns dias, foi oferecido em 1926, há 85 anos.
Os herdeiros defendem que o contrato de doação prevê a reversão do terreno caso este deixe de servir os fins desportivos do União de Paredes. Só que o terreno já não é deste clube há mais de 13 anos, altura em que foi penhorado e vendido em hasta pública por causa das dívidas contraídas pelo União de Paredes. Nesse momento, em 1998, o terreno foi comprado pela Nortecoope, por 75 mil euros. Para evitar que o clube da cidade de Paredes ficasse sem instalações desportivas, a Câmara de Paredes comprou o terreno à Nortecoope e desde aí – já lá vão 13 anos – o União de Paredes usou “à borla”instalações que não são suas.
Em 2008, a Câmara vendeu o terreno por mais de oito milhões de euros e aplicou o dinheiro na construção da Cidade Desportiva, a mesma que é usada pelo União de Paredes. Ou seja, o terreno esteve penhorado, foi vendido três vezes e agora é que os herdeiros se lembraram de pedir a devolução do mesmo! Alguém devia explicar aos herdeiros da senhora que se a Câmara Municipal não tivesse tido um comportamento que beneficiou o União de Paredes (o que nunca aconteceu com os outros clubes do concelho) já há 13 anos que o União não tinha onde treinar e jogar e, provavelmente, o clube já teria desaparecido.