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alinhamentos

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Sab | 18.06.11

Editorial de 17 de Junho de 2011.

fcrocha

Nesta edição, damos conta das dificuldades que atravessam o Penafiel, o Paços de Ferreira e o Paredes. São, sem dúvida, situações muito difíceis, onde serão necessárias mudanças estruturais e até de mentalidades. Agora que os campeonatos nacionais de futebol terminaram, é preciso parar para pensar nos anos difíceis que aí vêm e que vão afectar directamente os clubes da região.

 

Porque é que estes três clubes estão, neste momento, sem direcção? Não é pela falta de dinheiro. É porque dirigir um clube obriga a um trabalho exigente. A maior dessas exigências é lidar com os adeptos. (Escrevi adeptos e não massa associativa porque estes clubes têm muitos adeptos, mas quase não têm sócios.) Se o clube tem uma situação financeira equilibrada, mas não tem resultados, os adeptos criticam. Se consegue resultados, mas deve dinheiro a meio mundo, os adeptos voltam a criticar.  Os adeptos criticam treinadores, dirigentes, jogadores e resultados. Não há dirigente que não fique cansado disto.


Se às críticas dos adeptos juntarmos as dificuldades financeiras porque passam os clubes, temos a receita certa para o abandono das direcções. Quase todos os clubes são suportados, indirectamente, pelas autarquias. Ora, como estas são obrigadas a cortar os subsídios devido à crise, dificulta ainda mais a gestão de um clube.


Para continuar a existir, os clubes precisam de sócios – muitos sócios – que não estejam obcecados com a contratação de jogadores ou a conquista de títulos. Os clubes precisam de sócios que exijam uma gestão com razão, feita sem perder contacto com a realidade da região e do país. Se os sócios e adeptos não compreenderem isto, vai ser difícil que pessoas dedicadas e honestas, como as que têm neste momento estes três clubes, aceitem dirigir o clube.